quinta-feira, 30 de julho de 2009

Um pouco de tudo para uma vida melhor

Peixes aliados contra demência.

Muitos estudos sempre sugeriram que uma dieta rica em peixe faz bem para o coração. Agora, há novas evidências de que essa dieta pode também ajudar a evitar a demência. Um dos maiores esforços para documentar essa ligação - e o primeiro estudo do tipo realizado no mundo em desenvolvimento - descobriu que adultos mais velhos na Ásia e na América Latina tinham menos chances de desenvolver demência caso comessem peixe regularmente. Quanto mais peixes comem, mais baixo o risco, descobriu o estudo. As descobertas aparecem na edição de agosto da publicação "The American Journal of Clinical Nutrition". O estudo, que incluiu 15 mil pessoas com mais de 65 anos na China, Índia, Cuba, Venezuela, México, Peru e República Dominicana, descobriu que aqueles que comiam peixe quase todos os dias apresentavam um risco quase 20% menor de desenvolver demência do que os que comiam peixe apenas alguns dias por semana. Adultos que comiam peixe alguns dias por semana tinham 20% menos chances de desenvolver a condição do que os que nunca comiam."Há um efeito gradual. Assim, quanto mais peixe você come, menos chances você tem de desenvolver demência", disse o Dr. Emiliano Albanese, epidemiologista clínico do King's College London e principal autor do estudo. "Com a carne, ocorre exatamente o oposto", ele acrescentou. "Quanto mais carne você come, maior a probabilidade de demência". Outros estudos mostraram que a carne vermelha pode ser particularmente ruim para o cérebro. Estudos observacionais no Oriente também indicaram que o peixe pode reduzir o risco de demência, mas ainda existem poucas evidências de experimentos clínicos controlados e aleatórios.
The New York Times, Roni Caryn Rabin, tradução de Pedro Kuyumjiam
Imagem de Peter Lippmann

Atividade física e a redução do risco de câncer

Correr, nadar, pedalar ou jogar bola por pelo menos 30 minutos ao dia não só previne o desenvolvimento de doenças cardiovasculares como reduz à metade o risco de câncer, segundo um estudo publicado pelo "British Journal of Sports Medicine". A pesquisa indica que, quando uma pessoa pratica esportes de média ou alta intensidade, o consumo de oxigênio aumenta e ajuda o corpo a combater diversos tipos de doença, entre elas o câncer. Para chegar a essa conclusão, uma equipe de pesquisadores das universidades finlandesas de Kuopio e Oulu acompanhou por quase 17 anos os hábitos de vida de mais de 2,5 mil homens adeptos de práticas esportivas e que tinham de 42 a 61 anos de idade. Do total dos participantes do estudo, 181 morreram em decorrência de algum tipo de câncer. Os mais frequentes foram de pulmão, próstata, cérebro, na região gastrointestinal e nos nodos linfáticos. Ao longo da pesquisa, os cientistas estudaram os hábitos esportivos dos voluntários para determinar, em unidades metabólicas (MET), qual a quantidade de oxigênio consumida durante a prática de exercícios segundo a intensidade do mesmo.Ficou constatado, por exemplo, que a quantidade de oxigênio consumida numa caminhada normal, numa caminhada acelerada e durante o nado é de 4,2 MET, 10,1 MET e 5,4 MET, respectivamente. Em média, a quantidade de oxigênio consumida por todos os voluntários em seus exercícios era de 4,5 MET. Por dia, eles dedicavam 66 minutos a atividades físicas. No entanto, 27% deles sequer dedicavam meia hora de seu dia à prática de esportes. Com esses dados na mão, os pesquisadores concluíram que um aumento de 1,2 MET na quantidade de oxigênio consumida durante exercícios reduz os riscos de câncer, especialmente de pulmão e na região gastrointestinal. Durante o trabalho, os cientistas avaliaram outros fatores exógenos, como a idade, o consumo de álcool e tabaco, a alimentação e o índice de massa corpórea de cada um. Efe, Londres.

Viagens terapêuticas ou criatividade para aprender atividades e descobrir destinos próximos, ao alcance de todos

Em 2007, a jornalista Karen Schaler estava às voltas com o fim de um relacionamento amoroso e com uma crise de stress provocada pelo trabalho. Justamente naquele momento, foi destacada para fazer uma cobertura da operação militar americana no Afeganistão para a TV ABC. Poderia ser o golpe de misericórdia, emocionalmente falando, sobre uma mulher já em cacos. Mas, ao contrário, a temporada afegã foi uma espécie de renascimento: ao regressar, ela deixou o emprego de 15 anos e foi viajar, para escrever Travel Therapy: Where Do You Need to Go? "A viagem é capaz de transformar, inspirar e fortalecer", diz Schaler. "Quando voltei do Afeganistão, me senti mais forte, revitalizada e pronta para fazer mudanças".cvA autora argumenta que alguns dias longe de casa são capazes de promover uma revolução na vida de qualquer pessoa. Na obra, ela tenta estabelecer critérios para orientar os leitores a escolher a viagem certa para o momento certo. O objetivo é evitar prejuízos financeiros e psicológicos, caso o destino escolhido não seja adequado. Um exemplo elementar: não vá para paraísos românticos se você acaba de romper um relacionamento amoroso. Em tempo: a cobertura da guerra do Afeganistão valeu à jornalista o prêmio Emmy, o Oscar da TV americana, um dos três que ela acumula.
Uma viagem pode curar um coração partido?
Eu acredito que uma viagem pode ajudar em todos os aspectos de sua vida, inclusive no caso de pessoas que se decepcionaram com um relacionamento. O primeiro capítulo do livro é chamado "Hotel Heartbreak", que trata dos lugares que você deveria ir depois de passar por uma situação dessas. Todos nós passamos por isso, não é mesmo? E sabemos o quão agonizante pode ser, mesmo que tenha sido você quem decidiu terminar tudo. Sempre usei a viagem como forma de recuperar meu coração partido e voltava para casa pronta para recomeçar a viver minha vida novamente. Claro que é preciso escolher a viagem certa: você não deve ir parar num resort voltado a viagens românticas frequentado por casais felizes. Viajar para lugares que você costumava visitar com o seu ex também não é legal: pode trazer memórias dolorosas. Sabemos que os assuntos da mente estão ligados à saúde do corpo.
A viagem correta pode ajudar a lidar com problemas de saúde?
Eu entrevistei médicos, psicólogos e psiquiatras para escrever o livro, e todos eles falaram como a viagem certa é capaz de curar você mental e fisicamente. No livro, há um capítulo chamado "Ordens médicas", que mostra especificamente como a viagem pode ajudar se você acaba de enfrentar uma doença séria.
Por que viajar é uma terapia?
A viagem é capaz de transformar, inspirar e fortalecer. No livro, eu digo: "Você pode mudar sua atitude se mudar seu ambiente". Se você está muito estressado com o trabalho, se tem que lidar com uma perda ou uma doença, você pode viajar ao invés de ficar parado com pena de si mesmo e afundando em depressão.
Como escolher o melhor destino?
O conceito de "viagem terapia" é escolher o melhor destino, de acordo com o seu humor e com o momento da vida que você atravessa. Não existe uma viagem que se encaixa para todo mundo. Em algum momento, você vai precisar escapar para um lugar calmo, em outro, para um lugar cheio de aventuras. Tudo depende de onde está sua mente, do seu tipo de personalidade e o que você pretende fazer da vida no futuro.
Viajar é essencial para todas as pessoas?
No livro, eu cito frases de pessoas famosas a respeito, e a minha favorita é: "O mundo é um livro, e aqueles que não viajam leram apenas uma página", de Santo Agostinho. Eu acredito que dar um passo para fora de sua área de conforto abre sua mente e seu coração para diferentes culturas, pessoas, lugares e coisas, dá um melhor entendimento do mundo em que vivemos e de nós mesmos. Viajar tem a capacidade de estimular a imaginação e ajudar você a acreditar que qualquer coisa é possível. Se você está procurando por tranquilidade ou quer uma dose de adrenalina, a viagem, quando escolhida corretamente, se torna o ticket para uma jornada pessoal imperdível.
O que você aprendeu enquanto viajava?
Eu aprendi tanto sobre mim que poderia escrever outro livro! Quando fui para um spa cercado por natureza em Tulum, no México, aprendi como fazer o stress sair da minha vida. Em um orfanato em Malauí, na África, aprendi que as crianças não precisam de presentes pomposos ou brinquedos caros: o que elas realmente precisam é de um abraço, de alguém que lhes dê atenção e as ame. Eu aprendi também em uma viagem romântica navegando pelo mar que não adianta fazer programas muito agitados com o seu namorado se você não consegue passar algum tempo em silêncio ao lado dele: também dá para se divertir em períodos de silêncio. E durante as aulas de surf que tive com a minha mãe no Havaí, percebi que até mesmo ela e eu somos muito diferentes em alguns aspectos - e muito parecidas em outros.
Você visitou todos os países mencionados no livro?
Visitei 95% dos destinos, mais de 40 países. Dos poucos que não tive a oportunidade de conhecer, consegui a informação com minha família, amigos próximos e outros especialistas em viagem em quem confiava. Eu tinha que ter certeza que todos os destinos se encaixavam nos temas propostos no livro.
Com que frequência uma pessoa precisa parar de trabalhar e ir viajar?
Não existe uma resposta perfeita para todo mundo. Uma pessoa pode precisar viajar apenas uma vez por ano, enquanto outra, uma vez por mês.
Uma viagem curta, de apenas um fim de semana, pode fazer a diferença?
Sim, absolutamente. Mas é preciso ter escolhido o destino correto, que combina com o que sua cabeça e seu coração precisam. Você pode tirar uma semana de férias e voltar desapontado porque não foi para o local certo, ou pode fazer uma viagem de um dia e voltar revitalizado e inspirado. Eu sempre digo: é melhor tirar alguns dias para viajar para um lugar que você realmente quer e precisa conhecer do que tirar uma semana de folga e ir parar no destino errado só porque você ganhou um desconto no pacote.
O que dizer para as pessoas que querem viajar, mas não têm muito dinheiro?
Viajar não tem nada a ver com escolher o destino mais caro. Não adianta viajar extrapolando o orçamento e ficar estressado. Isso não tem nada de "viagem terapia". Se você não tem grandes economias, pode encontrar destinos adequados ao seu bolso. Só é preciso procurar bem e ficar esperto para escolher os locais: por todo o mundo, existem pacotes promocionais. Se você não puder pagar duas semanas de férias, volte em uma semana ou fique apenas um fim de semana prolongado. A chave é continuar a viajando. veja.com
Imagem de Darren Staples

A retirada de órgãos e possíveis efeitos recém descobertos

Mulheres que se submetem a histerectomias têm muitas vezes os dois os ovários retirados com o útero, numa prevenção contra o câncer de ovário. Porém, um novo estudo sugere que a remoção dos ovários pode aumentar o risco de outra condição, aparentemente não-relacionada: o câncer de pulmão. Cientistas da Universidade de Montreal se deparam com essa ligação enquanto investigavam a relação entre câncer de pulmão e hormônios, em mulheres. Eles não encontraram relação entre fatores hormonais, como padrões menstruais, históricos de parto e amamentação, com o risco de câncer de pulmão - mas descobriram que mulheres com menopausa induzida medicamente tinham 1,92 vezes mais chances de desenvolver câncer de pulmão do que mulheres que experimentaram a menopausa natural. "Ficamos surpresos - não tínhamos expectativas anteriores para essa descoberta", disse Anita Koushik, pesquisadora do Departamento de Medicina Social e Preventiva da Universidade de Montreal e principal autora do estudo, publicado no "The International Journal of Cancer", em maio passado. "Além do fato de que fumar aumenta seu risco de contrair câncer no pulmão, os resultados deste estudo sugerem que ter uma menopausa não-natural contribui para praticamente dobrar os riscos". Ela apontou, entretanto, que a descoberta poderia ter ocorrido por acaso.Apesar de o cigarro ser a principal causa do câncer de pulmão, outros fatores podem desempenhar um papel em fortalecer o impacto dos carcinógenos no tabaco, disse Koushik. Em mulheres, esses fatores podem ser hormonais.
The New York Times, Roni Caryn Rabin, tradução Pedro Kuyumjiam

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