sexta-feira, 24 de julho de 2009

Katharine Hepburn

Katharine Hepburn era excelente atriz, tinha personalidade, não seguia modismos ‘hollywoodianos’, tampouco as convenções severas da época.
Ela era feminista, determinada, não gostava da imprensa, era irônica, crítica, destemida e não atendia a pedidos de autógrafos, o que lhe valeu o apelido ‘Katharine of Arrogance’, em alusão a Catarina de Aragão. Kate desconsiderou o glamour e a superficialidade que outras atrizes mantinham como marca.
Culta, inteligente e com agilidade mental, mesmo sem querer Kate lançou moda. Em 1991, ela escreveu a própria biografia (Me: Stories of my life).
Filha do médico Thomas Norval Hepburn e da sufragista Katharine Martha Houghton (uma das fundadoras da Planned Parenthood), desde garota Kate foi incentivada a praticar esportes e sua preferência era a natação que ela praticou até seus oitenta anos.
Em 1928, no mesmo ano que estreou na Broadway, Kate formou-se em História e Filosofia e se casou com Ludlow Ogden Smith, um famoso homem de negócios, de quem se divorciou em 1934.
Kate nunca deixou de reconhecer a ajuda financeira e o apoio moral que o ex-marido lhe dedicou no início de sua carreira de atriz e no grande amigo que ele se transformou pelo resto da vida.
Durante as entrevistas Kate aparecia sem maquiagem, vestida com ternos masculinos e comentava que os considerava confortáveis, assim, suas fãs começaram a usar calças compridas, à época, vestuário ‘não recomendável’.
Kate envolveu-se em causas humanitárias, políticas e sociais.
Ao longo de quase setenta anos de trabalhos marcantes em filmes para o cinema e a TV, além de peças de sucesso, Katharine Hepburn ganhou quatro Oscars e foi indicada a outros doze, todos na categoria de melhor atriz principal; ganhou um Emmy e foi indicada a outros quatro, além de dois Tonys; recebeu o prêmio de melhor atriz nos festivais de Cannes e de Veneza; foi indicada a oito Globos de Ouro e recebeu três BAFTA (British Academy Television Award) de melhor atriz.
Em 1999, foi escolhida pelo American Film Institute a melhor atriz de todos os
tempos, de uma lista de vinte e cinco ícones, inclusas Ingrid Bergman e Bette Davis.
Kate também filmou e encenou clássicos de Eurípedes, Shakespeare, além de peças escritas por Tennesse Williams. Amiga de poderosos como Howard Hughes, foi em seu romance de mais de vinte e cinco anos com Spencer Tracy (de 1941 a 1967, ano da morte de Tracy), que Kate encontrou seu melhor parceiro na vida e nas telas.
A partir da década de quarenta, Hepburn e Tracy fizeram nove filmes juntos e é dessa fase que sinto falta: Do delicioso embate que ela e Tracy encenavam, do indiscutível talento dos dois e da química, que sempre faz toda a diferença.
Os diálogos rápidos e inteligentes eram a marca registrada desses dois atores geniais, que demonstravam em cena as dificuldades que os casais formados por pessoas inteligentes e de personalidade enfrentam, até encontrar o equilíbrio do controle e do poder. “Hepburn and Tracy were at their most seductive when their verbal fencing was sharpest: it was hard to say wether they delighted more in the battle or in each other.”
Esta é a relação de filmes protagonizados pelos dois:
Woman of the year (1942)
Keeper of the flame (1942)
Without love (1945)
The sea of grass (1947)
State of the union - The world and his wife (1948)
Adam’s rib (1949)
Pat and Mike (1952)
Desk set - His other woman (1957)
Guess who’s coming to dinner (1967)
No dia de sua morte e em homenagem a Kate, as luzes da Broadway ficaram
apagadas por uma hora.
O busto esculpido de Spancer Tracy, que aparece na cena na qual Sidney Poitier (Guess who's coming to dinner) usa o telefone foi feito por Kate.
Uma de suas frases: “Eu acredito que devemos ser boas pessoas para os demais e ajudar aos outros sempre que pudermos”.

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