quarta-feira, 29 de julho de 2009

Boina

Boina. Quis comprar uma boina. Duas boinas para alterná-las e combiná-las com as cores das roupas que uso. Comentei com minhas amigas que se lembraram das meninas que usavam boinas. Pois foi nessa mesma época que busquei a idéia da boina: da minha meninice e de minha mãe a ensinar-me a elegância da boina usada ao estilo francês.
Eu era uma das meninas que usava boina e a cor combinava com o uniforme da escola e o manteau de veludo do inverno. Luvas. Eu também usava luvas brancas ou cor de rosa. Não sinto frio nas mãos - ainda não, mas minha cabeça sente a umidade e o frio das manhãs e dos finais de tarde. A umidade em São Paulo é tanta e se faz presente na fumaça que sai de nossas bocas, nas janelas embaçadas e cheias de gotículas, no couro cabeludo que demora um dia inteiro para secar, nas articulações doloridas. Onde encontrar boinas em São Paulo? Ora, na rua das chapelarias, lá, no centro da cidade. Tal qual Brasília, São Paulo também tem ruas que centralizam determinados tipos de comércio - no planalto central eu brincava com o setor de farmácias, o setor de mecânicas, o setor de gráficas e outros setores em óbvio esquecimento das ruas paulistanas com a mesma finalidade.
A boina, em si, é outra brincadeira. A brincadeira da menina que nunca deixei de ser a visitar a menina que amorosamente mantenho dentro de mim.

Nenhum comentário: