sexta-feira, 31 de julho de 2009

Swine flu - two billion estimate for likely H1N1 cases

The World Health Organization (WHO) stuck to its statement that about two billion people could catch H1N1 influenza by the time the flu pandemic ends.
But the estimate comes with a big health warning: no one knows how many people so far have caught the new strain, known as
swine flu, and the final number will never be known as many cases are so mild they may go unnoticed.
"By the end of a pandemic, anywhere between 15-45 percent of a population will have been infected by the new pandemic virus," WHO spokeswoman Aphaluck Bhatiasevi said in a statement. "Thirty percent is a midpoint estimate and 30 percent of the world's population is 2 billion." But she added: "We must remember however, that attempts to estimate infection rates can only be very rough."
Early in the outbreak, which was first detected in April, Dr Keiji Fukuda, acting Assistant Director-General of the U.N. agency, fueled accusations the WHO was creating panic about the disease when he used the two billion figure.
But the WHO, which raised its global flu alert to the highest level on June 11, declaring a worldwide pandemic, has since said the strain is already spreading much faster than previous flu pandemics.
At the same time, because most victims suffer only mild symptoms, it has told countries they no longer need to try to report each case, but concentrate on monitoring suspicious concentrations of the disease and tracking deaths.
Autumn risk: Bhatiasevi earlier told a briefing the WHO was coordinating a network of independent institutions trying to project the total number of cases. Because no one currently has such an estimate, it is not possible to state the
H1N1 mortality rate.
The WHO's latest update on July 27 said a total of 816 people had died from
H1N1, while the total number of laboratory-confirmed cases, including deaths, was 134,503 - a figure well below the likely real total of infections which may already be in the millions, according to health experts.
As the northern hemisphere autumn approaches, and with it the onset of seasonal flu, the WHO is working with drug companies to ensure vaccines to cope both with
H1N1 and seasonal flu will be available.
WHO spokeswoman Fadela Chaib said the agency hoped to give an update on its vaccine plans later this week. Leading flu vaccine makers include Sanofi-Aventis, Novartis, Baxter, GlaxoSmithKline and Solvay.
H1N1 rapidly became the most commonly isolated virus in flu cases in South America and Australia after seasonal flu started there, Bhatiasevi said. But that may be a distorted picture, because specimens for testing were often associated with events such as school closures or screening of travelers where H1N1 was suspected anyway.
In South Africa, where
H1N1 arrived later, many cases of the seasonal flu virus H3N2 were reported, but as the flu season wanes and H3N2 cases decrease, H1N1 has begun to make up a much higher proportion of flu cases there.
The WHO has appointed Dr Mohamed Hacen as project manager for
H1N1 in Dr Fukuda's influenza team, Bhatiasevi said.
A Mauritanian, Dr Hacen has served as WHO representative in several African countries and has extensive experience in the field and in communicable diseases.
Reuters, by Jonathan Lynn, editing by Sophie Hares

Aprendizados

Finalmente aprendi a gostar das sextas feiras. Aprendi a abraçar a leveza que as sextas feiras trazem e a desacelerar a velocidade dos passos do jeito que as sextas feiras pedem.
Não anseio pelas sextas feiras porque aprecio cada dia da semana e neles compreendo a evolução da vida, a magia e os pequenos grandes milagres que estão aí, ao alcance de todos.
Mas aprendi a gostar das sextas feiras. Meu corpo aprende a soltar-se mais nas sextas feiras e minha mente, livre, aprende a voar mais alto, serena.

Imagem de Wilson Chu

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Um pouco de tudo para uma vida melhor

Peixes aliados contra demência.

Muitos estudos sempre sugeriram que uma dieta rica em peixe faz bem para o coração. Agora, há novas evidências de que essa dieta pode também ajudar a evitar a demência. Um dos maiores esforços para documentar essa ligação - e o primeiro estudo do tipo realizado no mundo em desenvolvimento - descobriu que adultos mais velhos na Ásia e na América Latina tinham menos chances de desenvolver demência caso comessem peixe regularmente. Quanto mais peixes comem, mais baixo o risco, descobriu o estudo. As descobertas aparecem na edição de agosto da publicação "The American Journal of Clinical Nutrition". O estudo, que incluiu 15 mil pessoas com mais de 65 anos na China, Índia, Cuba, Venezuela, México, Peru e República Dominicana, descobriu que aqueles que comiam peixe quase todos os dias apresentavam um risco quase 20% menor de desenvolver demência do que os que comiam peixe apenas alguns dias por semana. Adultos que comiam peixe alguns dias por semana tinham 20% menos chances de desenvolver a condição do que os que nunca comiam."Há um efeito gradual. Assim, quanto mais peixe você come, menos chances você tem de desenvolver demência", disse o Dr. Emiliano Albanese, epidemiologista clínico do King's College London e principal autor do estudo. "Com a carne, ocorre exatamente o oposto", ele acrescentou. "Quanto mais carne você come, maior a probabilidade de demência". Outros estudos mostraram que a carne vermelha pode ser particularmente ruim para o cérebro. Estudos observacionais no Oriente também indicaram que o peixe pode reduzir o risco de demência, mas ainda existem poucas evidências de experimentos clínicos controlados e aleatórios.
The New York Times, Roni Caryn Rabin, tradução de Pedro Kuyumjiam
Imagem de Peter Lippmann

Atividade física e a redução do risco de câncer

Correr, nadar, pedalar ou jogar bola por pelo menos 30 minutos ao dia não só previne o desenvolvimento de doenças cardiovasculares como reduz à metade o risco de câncer, segundo um estudo publicado pelo "British Journal of Sports Medicine". A pesquisa indica que, quando uma pessoa pratica esportes de média ou alta intensidade, o consumo de oxigênio aumenta e ajuda o corpo a combater diversos tipos de doença, entre elas o câncer. Para chegar a essa conclusão, uma equipe de pesquisadores das universidades finlandesas de Kuopio e Oulu acompanhou por quase 17 anos os hábitos de vida de mais de 2,5 mil homens adeptos de práticas esportivas e que tinham de 42 a 61 anos de idade. Do total dos participantes do estudo, 181 morreram em decorrência de algum tipo de câncer. Os mais frequentes foram de pulmão, próstata, cérebro, na região gastrointestinal e nos nodos linfáticos. Ao longo da pesquisa, os cientistas estudaram os hábitos esportivos dos voluntários para determinar, em unidades metabólicas (MET), qual a quantidade de oxigênio consumida durante a prática de exercícios segundo a intensidade do mesmo.Ficou constatado, por exemplo, que a quantidade de oxigênio consumida numa caminhada normal, numa caminhada acelerada e durante o nado é de 4,2 MET, 10,1 MET e 5,4 MET, respectivamente. Em média, a quantidade de oxigênio consumida por todos os voluntários em seus exercícios era de 4,5 MET. Por dia, eles dedicavam 66 minutos a atividades físicas. No entanto, 27% deles sequer dedicavam meia hora de seu dia à prática de esportes. Com esses dados na mão, os pesquisadores concluíram que um aumento de 1,2 MET na quantidade de oxigênio consumida durante exercícios reduz os riscos de câncer, especialmente de pulmão e na região gastrointestinal. Durante o trabalho, os cientistas avaliaram outros fatores exógenos, como a idade, o consumo de álcool e tabaco, a alimentação e o índice de massa corpórea de cada um. Efe, Londres.

Viagens terapêuticas ou criatividade para aprender atividades e descobrir destinos próximos, ao alcance de todos

Em 2007, a jornalista Karen Schaler estava às voltas com o fim de um relacionamento amoroso e com uma crise de stress provocada pelo trabalho. Justamente naquele momento, foi destacada para fazer uma cobertura da operação militar americana no Afeganistão para a TV ABC. Poderia ser o golpe de misericórdia, emocionalmente falando, sobre uma mulher já em cacos. Mas, ao contrário, a temporada afegã foi uma espécie de renascimento: ao regressar, ela deixou o emprego de 15 anos e foi viajar, para escrever Travel Therapy: Where Do You Need to Go? "A viagem é capaz de transformar, inspirar e fortalecer", diz Schaler. "Quando voltei do Afeganistão, me senti mais forte, revitalizada e pronta para fazer mudanças".cvA autora argumenta que alguns dias longe de casa são capazes de promover uma revolução na vida de qualquer pessoa. Na obra, ela tenta estabelecer critérios para orientar os leitores a escolher a viagem certa para o momento certo. O objetivo é evitar prejuízos financeiros e psicológicos, caso o destino escolhido não seja adequado. Um exemplo elementar: não vá para paraísos românticos se você acaba de romper um relacionamento amoroso. Em tempo: a cobertura da guerra do Afeganistão valeu à jornalista o prêmio Emmy, o Oscar da TV americana, um dos três que ela acumula.
Uma viagem pode curar um coração partido?
Eu acredito que uma viagem pode ajudar em todos os aspectos de sua vida, inclusive no caso de pessoas que se decepcionaram com um relacionamento. O primeiro capítulo do livro é chamado "Hotel Heartbreak", que trata dos lugares que você deveria ir depois de passar por uma situação dessas. Todos nós passamos por isso, não é mesmo? E sabemos o quão agonizante pode ser, mesmo que tenha sido você quem decidiu terminar tudo. Sempre usei a viagem como forma de recuperar meu coração partido e voltava para casa pronta para recomeçar a viver minha vida novamente. Claro que é preciso escolher a viagem certa: você não deve ir parar num resort voltado a viagens românticas frequentado por casais felizes. Viajar para lugares que você costumava visitar com o seu ex também não é legal: pode trazer memórias dolorosas. Sabemos que os assuntos da mente estão ligados à saúde do corpo.
A viagem correta pode ajudar a lidar com problemas de saúde?
Eu entrevistei médicos, psicólogos e psiquiatras para escrever o livro, e todos eles falaram como a viagem certa é capaz de curar você mental e fisicamente. No livro, há um capítulo chamado "Ordens médicas", que mostra especificamente como a viagem pode ajudar se você acaba de enfrentar uma doença séria.
Por que viajar é uma terapia?
A viagem é capaz de transformar, inspirar e fortalecer. No livro, eu digo: "Você pode mudar sua atitude se mudar seu ambiente". Se você está muito estressado com o trabalho, se tem que lidar com uma perda ou uma doença, você pode viajar ao invés de ficar parado com pena de si mesmo e afundando em depressão.
Como escolher o melhor destino?
O conceito de "viagem terapia" é escolher o melhor destino, de acordo com o seu humor e com o momento da vida que você atravessa. Não existe uma viagem que se encaixa para todo mundo. Em algum momento, você vai precisar escapar para um lugar calmo, em outro, para um lugar cheio de aventuras. Tudo depende de onde está sua mente, do seu tipo de personalidade e o que você pretende fazer da vida no futuro.
Viajar é essencial para todas as pessoas?
No livro, eu cito frases de pessoas famosas a respeito, e a minha favorita é: "O mundo é um livro, e aqueles que não viajam leram apenas uma página", de Santo Agostinho. Eu acredito que dar um passo para fora de sua área de conforto abre sua mente e seu coração para diferentes culturas, pessoas, lugares e coisas, dá um melhor entendimento do mundo em que vivemos e de nós mesmos. Viajar tem a capacidade de estimular a imaginação e ajudar você a acreditar que qualquer coisa é possível. Se você está procurando por tranquilidade ou quer uma dose de adrenalina, a viagem, quando escolhida corretamente, se torna o ticket para uma jornada pessoal imperdível.
O que você aprendeu enquanto viajava?
Eu aprendi tanto sobre mim que poderia escrever outro livro! Quando fui para um spa cercado por natureza em Tulum, no México, aprendi como fazer o stress sair da minha vida. Em um orfanato em Malauí, na África, aprendi que as crianças não precisam de presentes pomposos ou brinquedos caros: o que elas realmente precisam é de um abraço, de alguém que lhes dê atenção e as ame. Eu aprendi também em uma viagem romântica navegando pelo mar que não adianta fazer programas muito agitados com o seu namorado se você não consegue passar algum tempo em silêncio ao lado dele: também dá para se divertir em períodos de silêncio. E durante as aulas de surf que tive com a minha mãe no Havaí, percebi que até mesmo ela e eu somos muito diferentes em alguns aspectos - e muito parecidas em outros.
Você visitou todos os países mencionados no livro?
Visitei 95% dos destinos, mais de 40 países. Dos poucos que não tive a oportunidade de conhecer, consegui a informação com minha família, amigos próximos e outros especialistas em viagem em quem confiava. Eu tinha que ter certeza que todos os destinos se encaixavam nos temas propostos no livro.
Com que frequência uma pessoa precisa parar de trabalhar e ir viajar?
Não existe uma resposta perfeita para todo mundo. Uma pessoa pode precisar viajar apenas uma vez por ano, enquanto outra, uma vez por mês.
Uma viagem curta, de apenas um fim de semana, pode fazer a diferença?
Sim, absolutamente. Mas é preciso ter escolhido o destino correto, que combina com o que sua cabeça e seu coração precisam. Você pode tirar uma semana de férias e voltar desapontado porque não foi para o local certo, ou pode fazer uma viagem de um dia e voltar revitalizado e inspirado. Eu sempre digo: é melhor tirar alguns dias para viajar para um lugar que você realmente quer e precisa conhecer do que tirar uma semana de folga e ir parar no destino errado só porque você ganhou um desconto no pacote.
O que dizer para as pessoas que querem viajar, mas não têm muito dinheiro?
Viajar não tem nada a ver com escolher o destino mais caro. Não adianta viajar extrapolando o orçamento e ficar estressado. Isso não tem nada de "viagem terapia". Se você não tem grandes economias, pode encontrar destinos adequados ao seu bolso. Só é preciso procurar bem e ficar esperto para escolher os locais: por todo o mundo, existem pacotes promocionais. Se você não puder pagar duas semanas de férias, volte em uma semana ou fique apenas um fim de semana prolongado. A chave é continuar a viajando. veja.com
Imagem de Darren Staples

A retirada de órgãos e possíveis efeitos recém descobertos

Mulheres que se submetem a histerectomias têm muitas vezes os dois os ovários retirados com o útero, numa prevenção contra o câncer de ovário. Porém, um novo estudo sugere que a remoção dos ovários pode aumentar o risco de outra condição, aparentemente não-relacionada: o câncer de pulmão. Cientistas da Universidade de Montreal se deparam com essa ligação enquanto investigavam a relação entre câncer de pulmão e hormônios, em mulheres. Eles não encontraram relação entre fatores hormonais, como padrões menstruais, históricos de parto e amamentação, com o risco de câncer de pulmão - mas descobriram que mulheres com menopausa induzida medicamente tinham 1,92 vezes mais chances de desenvolver câncer de pulmão do que mulheres que experimentaram a menopausa natural. "Ficamos surpresos - não tínhamos expectativas anteriores para essa descoberta", disse Anita Koushik, pesquisadora do Departamento de Medicina Social e Preventiva da Universidade de Montreal e principal autora do estudo, publicado no "The International Journal of Cancer", em maio passado. "Além do fato de que fumar aumenta seu risco de contrair câncer no pulmão, os resultados deste estudo sugerem que ter uma menopausa não-natural contribui para praticamente dobrar os riscos". Ela apontou, entretanto, que a descoberta poderia ter ocorrido por acaso.Apesar de o cigarro ser a principal causa do câncer de pulmão, outros fatores podem desempenhar um papel em fortalecer o impacto dos carcinógenos no tabaco, disse Koushik. Em mulheres, esses fatores podem ser hormonais.
The New York Times, Roni Caryn Rabin, tradução Pedro Kuyumjiam

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Boina

Boina. Quis comprar uma boina. Duas boinas para alterná-las e combiná-las com as cores das roupas que uso. Comentei com minhas amigas que se lembraram das meninas que usavam boinas. Pois foi nessa mesma época que busquei a idéia da boina: da minha meninice e de minha mãe a ensinar-me a elegância da boina usada ao estilo francês.
Eu era uma das meninas que usava boina e a cor combinava com o uniforme da escola e o manteau de veludo do inverno. Luvas. Eu também usava luvas brancas ou cor de rosa. Não sinto frio nas mãos - ainda não, mas minha cabeça sente a umidade e o frio das manhãs e dos finais de tarde. A umidade em São Paulo é tanta e se faz presente na fumaça que sai de nossas bocas, nas janelas embaçadas e cheias de gotículas, no couro cabeludo que demora um dia inteiro para secar, nas articulações doloridas. Onde encontrar boinas em São Paulo? Ora, na rua das chapelarias, lá, no centro da cidade. Tal qual Brasília, São Paulo também tem ruas que centralizam determinados tipos de comércio - no planalto central eu brincava com o setor de farmácias, o setor de mecânicas, o setor de gráficas e outros setores em óbvio esquecimento das ruas paulistanas com a mesma finalidade.
A boina, em si, é outra brincadeira. A brincadeira da menina que nunca deixei de ser a visitar a menina que amorosamente mantenho dentro de mim.

terça-feira, 28 de julho de 2009

O sonho da linguagem

Nada na natureza tem nome.
Como se de um jardim botânico
sem indicações precisas – em latim de preferência – se tratasse.

Lineu rir-se-ia da minha ignorância feliz –
deste conhecimento que complacente
se diverte no seu desconhecimento

Formas, cores, a ebriedade dos cheiros,
a insensata vertigem sensitiva de um bosque,
a atmosfera vegetal de uma estufa,

as flores como sexos – são sexos? – abertos
onde perante visitas mergulho.
Atônitos ficariam se soubessem que nada na natureza –

é “natureza” este voluptuoso jogo
de se desconhecer? – tem nome. Tudo é orgânico recorte
que o herbário não contém, desequilíbrio,

sonho do indecifrável que lento se putrefaz
perante a virtuosa ignorância classificatória
em mim se animando.

* * *

Escreverás sobre a sujeição dos animais.
Mas não hoje. Lembra-te de como se move
a pantera, ainda, na jaula sem literatura

que lhe legaram. Lembrar-te-ás. Mas não hoje.
Porque hoje é o dia em que as metáforas
despertam, a arca se abre, e a linguagem

se assemelha a uma invenção em aberto.
Uma vigília de metáforas preenchendo a noite,
como um Fogo-de-Santelmo que, eternamente,

a cobrisse, a si e ao seu manto e aos seus símbolos.
Hoje é o dia em que a noite se faz dia,
em que a linguagem celebra os animais

depois dos animais terem perecido,
mas sem que haja memória disso,
sequer nostalgia disso. Apenas linguagem,

apenas sentido e som a ressoar dentro
do sentido, sem que a hipótese de um princípio
se imponha, sem que a hipótese de um fim se imponha.

Haverás de despertar, tu também,
para a vigília das metáforas,
para o sonho da linguagem.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

O prazer de compartilhar roteiros

Minha amiga-mana, há mais de vinte anos amiga querida, retoma o rumo de suas viagens pelo mundo e em setembro irá à lugares adoráveis, roteiros variados e muito bem elaborados, os últimos dez dias reservados para Atenas e ilhas gregas.
Eu sei que há nove anos, durante nossa viagem à Turquia, combinamos que a Grécia seria destino conjunto e eu mostraria a você o que lá aprendi e cuidaria para que em solo grego você se sentisse em casa, mas, agora, mana querida, retomo o meu próprio rumo e coloco a saúde em dia. Neste percurso interno que faço me
reencontro e, aos poucos, me transformo na versão melhorada de quem sou. É muito boa toda essa descoberta.
Foi com prazer que deixei o corre-corre diário de lado e acrescentei o horário do almoço para relembrar lugares, indicar os pontos imperdíveis de Atenas e quatro roteiros diferentes para as melhores ilhas jônicas, ciclades e do dodecaneso, além da maior de todas, Creta, para você escolher o que mais lhe agradar. Você deve ter percebido que citei as ilhas do nordeste do Egeu e as argo-sarônicas, mas não acho que elas lhe proporcionarão o que você procura.

Entre construções venezianas e genovesas de séculos mais recentes - iguais as que você encontrou em tantos outros lugares - e os sítios arqueológicos milenares de Creta e Delos, acredite no encantamento das ruínas gregas.
Não se esqueça de apreciar as duas comemorações importantes de setembro e conheça, curta a dança, a música e os trajes típicos, nas ilhas que visitar. Aproveite a alegria daquele povo e aprenda com eles a desacelerar e aproveitar a vida de verdade. Cada ilha, mana, é um pequeno mundo distinto.
Como a Grécia merece vários retornos, na próxima vez iremos juntas, prometo. Eu quero retornar inteira à Grécia, cada pedacinho meu em seu devido lugar.

Cães e a estética duvidosa em detrimento da saúde e do bem estar

Assisti a documentário da BBC sobre as aberrações cometidas por alguns criadores de cães com pedigree da Inglaterra, que adotam a reprodução seletiva de cães consanguíneos para: “preservar a pureza da raça", seguir regras que primam pela estética de aparência duvidosa em detrimento da saúde e do bem estar do animal e participar de exposições.
Cães avôs cruzam com cadelas netas, irmãos e irmãs, mães e filhos, pais e filhas, a gerar cães com imunidade baixa, doenças genéticas e enfermidades terríveis decorrentes do processo de reprodução seletiva. E as normas que definem e regulamentam a criação de determinadas raças, favorecem essa situação.
Mostraram um boxer em plena e prolongada crise epiléptica e o esforço de seu dono para segurá-lo durante o tempo que o cão sofria convulsões. Era a tristeza pelo sofrimento do animal e pelo apego natural que o humano normal dedica ao seu cão.
Mostraram a exposição da raça Cavalier King Charles Spaniel, popular na Inglaterra, cujos cães são vítimas de grave enfermidade neurológica denominada siringomielia, que gera fortes e insuportáveis dores e convulsões decorrentes da compressão intracraniana. A criadora e ganhadora do primeiro lugar da exposição mais importante dessa raça sabia que seu cão é vítima dessa doença, mas, mesmo assim, não impediu que ele cruzasse várias vezes para gerar filhotes que também sofrerão dores insuportáveis e convulsões. Segundo explicado a siringomielia é consequente da reprodução seletiva destinada à obtenção de animais com focinhos menores, o que também causaria a redução da capacidade craniana do cão. Assim, o cérebro com dimensões normais fica comprimido dentro do crânio reduzido, o que causa fortes dores e convulsões. O focinho pequeno é o traço preferido dos criadores e expositores dessa raça.
Compararam a imagem de cem anos atrás do bull terrier e a imagem do bull terrier atual. O crânio dessa raça de cães sofreu grandes alterações no último século, graças as reproduções consanguíneas realizadas.
Outras imagens antigas de diversas raças de cães demonstram que características atuais como patas mais curtas, pregas na pele, patas tortas, focinhos achatados, são deliberadamente acentuadas pelos criadores.
Mostraram exposição de pastores alemães com pernas traseiras tortas, que tinham dificuldade para andar e para se manterem fisicamente equilibrados. Segundo o expert inglês da raça, aqueles cães, com as patas traseiras tortas, seriam os “corretos”.
Comentaram sobre filhotes saudáveis de rhodesian ridgeback (african lions) que são mortos por não terem nascido com a estria dorsal de pelos em direção contrária, característica definida através de normas para essa raça. Filhotes saudáveis mortos por não terem no dorso a linha de pelos contrários.
Consoante o comentário de um dos veterinários entrevistados, aos criadores não importaria se a faixa dorsal de pelos contrários seria marcador de enfermidade genética denominada espinha bífida, que pode afetar o bem estar e saúde do animal.
Todos os veterinários entrevistados foram veementes em seus depoimentos contrários a essas práticas voltadas exclusivamente a aspectos estéticos, no mínimo duvidosos, e tão prejudiciais a saúde e ao bem estar dos animais.
Alguns criadores de cães com pedigree expuseram irracional intolerância ao defenderem o esforço existente para a geração de cães cada vez mais diferentes de sua forma original.
O documentário nos lembrou que os cães são um grupo de animais derivados do lobo original e as variações decorrentes da reprodução seletiva, distanciam em demasia determinadas raças de sua derivação.

http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/7569592.stm

domingo, 26 de julho de 2009

Compulsões perversas, erros irônicos - elefantes soltos na loja de cristais

Por que às vezes temos o impulso de falar justamente o que não devemos?
Benedict Carey - The New York Times
As visões parecem subir do sistema de esgoto cerebral nas piores horas possíveis - durante uma entrevista de emprego, uma reunião com o chefe, um apreensivo primeiro encontro, um importante jantar. E se eu começasse uma guerra de comida com esses canapés? Zombasse da gagueira do anfitrião? Quebrasse o gelo com um comentário racial?
"Esse único pensamento é suficiente", escreveu Edgar Allan Poe em "O Demônio do Perverso", um ensaio sobre impulsos indesejados. "O impulso se desenvolve numa vontade, a vontade num desejo, o desejo numa compulsão incontrolável".
Ele acrescenta, "Não existe na natureza um desejo tão demoniacamente impaciente, como o daquele que, estremecendo frente à borda de um precipício, medita a respeito de mergulho".
Ou medita sobre a pergunta: estou doente?
Em alguns casos, a resposta pode ser sim. Porém, uma grande maioria das pessoas não age, ou raramente o faz, em tais compulsões - e sua suscetibilidade a rudes fantasias reflete, na verdade, o funcionamento normal de um cérebro social e sensitivo, segundo um artigo publicado na semana passada no jornal "Science".
"Há todo tipo de ciladas na vida social, em todo lugar que olhamos; não apenas erros, mas os piores erros possíveis chegam a nossas mentes, e chegam com muita facilidade", diz o autor do artigo, Daniel M. Wegner, um psicólogo de Harvard. "E ter a pior coisa entrando em nossa mente, em algumas circunstâncias, pode aumentar a probabilidade de que uma crise aconteça".
A investigação das compulsões perversas tem um rico histórico (como poderia não ter?), passando pelas histórias de Poe e do Marquês de Sade, até os desejos reprimidos de Freud a observação de Darwin de que muitas ações são realizadas "em oposição direta a nossa vontade consciente". Na última década, psicólogos sociais documentaram o quão comuns são essas vontades contrárias - e quando apresentam as maiores chances de alterar o comportamento de uma pessoa.
Num nível fundamental, funcionar socialmente significa controlar os próprios impulsos. O cérebro adulto gasta, na inibição, pelo menos a mesma energia que gasta na ação, sugerem alguns estudos, e a saúde mental depende da manutenção de estratégias para ignorar ou reprimir pensamentos profundamente perturbadores - da própria morte inevitável, por exemplo. Essas estratégias são programas gerais, subconscientes ou semi-conscientes, que habitualmente funcionam em piloto-automático.
Impulsos perversos parecem surgir quando as pessoas focam intensamente em evitar erros ou tabus específicos. A teoria é bastante direta: para não revelar que um colega é um grande hipócrita, o cérebro precisa inicialmente imaginar exatamente isso; a simples presença daquele catastrófico insulto, por sua vez, aumenta as chances de que o cérebro cuspa tudo para fora.
"Sabemos que o que é acessível em nossas mentes pode exercer uma influência no julgamento e comportamento simplesmente por estar ali, flutuando na superfície da consciência", disse Jamie Arndt, psicólogo da Universidade do Missouri.
As evidências empíricas dessa influência têm se amontoado nos últimos anos, conforme Wegner explica no novo artigo. No laboratório, psicólogos fizeram pessoas expulsarem um pensamento de suas mentes - o de um urso branco, por exemplo - e descobriram que os pensamentos ficam voltando, aproximadamente uma vez por minuto. Da mesma forma, pessoas tentando não pensar numa palavra específica citam-na continuamente durante testes rápidos de associação de palavras.
Os mesmos "erros irônicos", como Wegner os chama, são fáceis de evocar no mundo real. Jogadores de golfe instruídos para evitar um erro específico, como lançar longe demais, o fazem com mais frequência quando estão sob pressão, segundo estudos. Jogadores de futebol instruídos a chutar um pênalti em qualquer lugar do gol menos um local específico, como o canto inferior direito, olham para esse ponto com maior frequência que qualquer outro.
Esforços para ser politicamente correto podem ser particularmente traiçoeiros. Em um estudo, pesquisadores das universidades Northwestern e Lehigh fizeram 73 estudantes lerem uma vinheta sobre um colega ficcional, Donald, um homem negro. Os estudantes viram uma foto dele e leram uma narrativa sobre sua visita a um shopping com um amigo.
No estacionamento lotado, Donald não estacionou na vaga para deficientes, embora estivesse com o carro de sua avó, que tinha um passe, mas esbarrou em outro carro para se enfiar numa vaga comum. Ele insultou uma pessoa coletando dinheiro para um fundo do coração, enquanto seu amigo contribuía com alguns trocados. E assim continuou. A história propositalmente retratava o protagonista de maneira ambígua.
Os pesquisadores pediram que aproximadamente metade dos alunos tentasse reprimir estereótipos ruins de homens negros enquanto liam e, em seguida, julgasse o personagem Donald em critérios como honestidade, hostilidade e preguiça. Esses alunos avaliaram Donald como significativamente mais hostil - mas também mais honesto - do que os alunos que não tentaram reprimir os estereótipos.
Para resumir, a tentativa de banir preconceitos funcionou, até certo ponto. Porém, o estudo também trouxe "uma forte demonstração de que a supressão de estereótipos faz com que os mesmos se tornem hiperacessíveis", concluíram os autores.
Fumantes, pessoas que bebem com frequência e usuários habituais de outras substâncias conhecem bem demais essa confusão: o esforço para reprimir o desejo por um cigarro ou uma bebida pode trazer à mente todas as razões para quebrar o hábito; ao mesmo tempo, o desejo aparentemente fica mais forte.
O risco de que as pessoas irão escorregar ou "perder" depende, em parte, do nível de estresse a que estão submetidas, diz Wegner. Concentrar-se para não olhar fixamente uma enorme verruga no rosto de um novo conhecido, enquanto troca mensagens de texto e tenta acompanhar uma conversa, aumenta o risco de que você diga: "Nós fomos comprar verruga - quero dizer, verdura. Verdura!"
"Pode haver certo alívio em simplesmente acabar com tudo, fazer o pior acontecer, para que você não precise mais se preocupar com o monitoramento", disse Wegner. O que pode ser difícil de explicar, é claro, se você tiver acabado de abaixar as calças durante um jantar com os amigos.
Imagem Peter Lippmann

sábado, 25 de julho de 2009

Please, eat it, instead of considering the 'don't eat me' signal

Researchers said on Monday they had found primitive bladder cancer cells that cloak themselves with a "don't eat me" signal that scares off immune system cells, allowing them to mature into tumors later on. But they found a way to unmask this disguise and said their findings may lead to new approaches for treating cancers of several different types.
The immediate hope is to find a way of telling apart patients who have dangerous bladder cancer from those who have more benign forms. Bladder cancer is mostly slow-growing and easily treated, but 15 percent of cases become invasive and deadly.
Dr Irving Weissman of Stanford University in California and colleagues found that the so-called cancer stem cells disguise themselves using a protein called CD-47. Immune system cells called macrophages usually eat cancer cells but CD-47 is a signal that turns them off. "This is first time we've found this 'don't eat me signal' in a stem cell of a solid cancer," Weissman said in a statement. "We're now moving as fast as we can to look at other tumors to see if this is a universal strategy of all or most cancer stem cells."
The same team earlier found that some types of leukemia cells also use CD-47 as a disguise. Samples from bladder tumors showed that most were rich in CD-47. Weissman's team found that CD-47 was expressed more, meaning it was more active, among cancer cells from patients who went on to develop the dangerous kind of bladder tumor. They think they can use this unique pattern to help diagnose patients better, allowing those with aggressive cancers to get more immediate treatment.
They also used a monoclonal antibody - an engineered immune system particle that recognizes a single protein - to block the CD-47 disguise. Tumor cells soaked in a lab dish with the antibody were later destroyed by macrophages, Weissman's team reported in the Proceedings of the National Academy of Sciences. Monoclonal antibodies are already used in several cancer drugs, including Roche AG's Rituxan or MabThera, Herceptin and Avastin.
Reuters - editing by Eric Beech

Filhote todo marrom com olhos cor de âmbar

Meu filho e eu almoçamos em um lugar tão gostoso, com o jeito da casa que eu gostaria de morar: o teto alto, as paredes com tijolos aparentes - aqueles eram pintados de branco - parte do telhado feito de vidro e os galhos folhados da árvore a enfeitar um bom pedaço da visão. Ambiente amplo sem paredes, tampouco qualquer exagero, lá estavam presentes harmonia, simplicidade e conforto.
A mesa próxima foi ocupada pela responsável por periódico feminino famoso, mais a filha e o marido. A jornalista é tão diferente da foto mensalmente publicada na revista. Muito diferente. Em tudo diferente.
Fomos e voltamos a pé do restaurante para que eu não deixasse de caminhar também no sábado e, de repente, no sentido oposto da mesma calçada molhada da praça vinha solto e sozinho um lindo e assustado filhote da raça weimaraner, todo marrom, a desviar com medo dos poucos corredores, atletas ousados, que mantinham a forma naquele dia chuvoso e frio. Ele me olhou e eu não resisti aos seus tristes olhos cor de âmbar e quis levá-lo para casa, secá-lo, dar-lhe ração, calor, conforto e divulgar sua foto em todas as pet-shops e clínicas veterinárias da região, para que seu verdadeiro dono o encontrasse. Mais ponderado meu filho afirmou que o nosso cão estranharia o
filhote e, antevendo meu apego e a eventual ausência de manifestação do dono do animal, lembrou-me o tamanho habitual do cão adulto daquela raça. Enquanto cada um de nós exercia sua capacidade de convencimento o filhote todo marrom sumiu pela rua atrás da praça. Por três dias pensei naquele cão com tristes olhos cor de âmbar e mantive a esperança de novamente encontrá-lo durante as minhas caminhadas. No jantar de terça feira, sem muito refletir, comentei que ao invés de perdido aquele filhote da raça weimaraner, todo marrom, havia sido abandonado. Meu filho teve a mesma impressão.

Mel

Meu pai me ensinou o benefício que o mel, a geléia real e o própolis fazem.
O própolis é um antibiótico natural, minha filha.
Com o tempo encontrar mel puro passou a ser dificultoso. Mais ainda o mel puro com a tonalidade mais clara, oriundo de florada.
Uma colher por dia, minha filha. Uma colher por dia para se manter saudável.
O mel puro encontramos no centro-oeste e de lá importamos para São Paulo quando temos vontade.
Mas o própolis caiu no esquecimento e foi resgatado semana passada, diante da crise asmática do garotão fumante.
Encontrei uma loja de produtos naturais em rua perto da avenida paulista e lá fiquei um tempo para aprender sobre a infinidade de produtos ofertados, alguns naturais, outros nem tão naturais, produtos para diabéticos, produtos perfumados, super perfumados, desastrosamente perfumados, sem contar a estante de produtos esotéricos e 'nem tão esotéricos assim'.
Não são baratos os produtos naturais e o movimento da loja era composto por pessoas como eu, que querem aprender e, além de aprender eu quero retomar o rumo.
Com vinte e cinco gotas de própolis por dia, em uma semana consegui afastar a ameaçadora gripe e amenizar o efeito de erupção cutânea causada por stress.
Resolvi arriscar e levei o xampu e o condicionador feitos com lama e o fino pó branco misturado ao pó esverdeado, para acrescentar água e preparar o creme de lama para a pele do colo e do rosto.
Só não pode mexer com colher de metal; nada de metal, nem a colher, muito menos o recipiente. Plástico ou vidro. Coloco todo pó que está no saquinho?
Não, só três colheres da lama em pó e um pouco de água. Não se esqueça: nada de metal. O xampu, o condicionador e o pó têm o cheiro da minha meninice, o cheiro tão conhecido de Poços de Caldas.

Bactérias e vírus - vilões cruéis.

Mel pode ajudar a combater infecções hospitalares, diz estudo
Phil Mercer da BBC News em Sydney - Mel Manuka é típico da Nova Zelândia
Um estudo realizado na Austrália mostrou que uma variedade de mel típica da Oceania pode ser um eficiente agente no tratamento de infecções de pele e no combate a infecções hospitalares. Cientistas da Universidade de Sydney descobriram que o mel neo-zelandês conhecido como Manuka contém uma substância altamente tóxica para bactérias, chamada metilglioxal.

"A superbactéria conhecida como MRSA, que é resistente a vários tipos de antibiótico e pode provocar várias infecções graves em hospitais, é altamente suscetível ao mel", explicou à BBC Dee Carter, um dos autores do estudo. Segundo o cientista, em tese, o metilglioxal também seria tóxico aos seres humanos. "Mas há outras substâncias no mel que evitam que ele seja tóxico para as células humanas, ao mesmo tempo em que promove a destruição das bactérias". Os pesquisadores esperam que, no futuro, produtos esterilizados à base de mel possam substituir pomadas antibacterianas e anti-sépticas no tratamento de cortes, queimaduras, picadas de inseto e outras doenças de pele. Mas Carter reconhece que ainda são necessários novos estudos para provar a médicos que o mel Manuka pode ser um poderoso medicamento alternativo. "Precisamos da ciência por trás disso, e é o que estamos fazendo. Médicos não querem ouvir falar de algo que pode soar como coisa de curandeiro. Eles querem algo com validação científica". Outros pesquisadores australianos acreditam que os benefícios do mel vão além do tratamento de problemas de pele. Estudos realizados no país examinaram as propriedades probióticas do alimento, que possui uma parcela de carboidratos que são "quebrados" no intestino delgado, enquanto o resto passa sem ser digerido até o intestino grosso. "Com o processo, esses açúcares estimulam o desenvolvimento de bactérias saudáveis no intestino, o que por sua vez ajuda a prevenir o acúmulo de toxinas", explicou à BBC a especialista em alimentos Rosie Stern. Segundo ela, isso ajuda a evitar males como o câncer intestinal, a síndrome do intestino irritável, a doença de Crohn e a colite ulcerativa.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Aria variata

Ninguém nasce; seria descabido
chamar alguém aos resíduos
de placenta que envolvem
um conjunto de órgãos
a tudo ou quase tudo predispostos.

Só os mortos, verdadeiramente,
existem. Escreveram ou não
escreveram livros, cartas de amor,
diários. Não importa: cruzaram-se
conosco, sentaram-se por vezes
à mesma mesa, acreditaram até
no terno suplício do amor.
E tinham mãos reais, ao tocarem
o rosto imberbe de que se despediam.
Um beijo, sobre rugas apenas,
conseguia tornar menos frias as manhãs.

Despedem-se muito mal, os mortos.
Embora, por uma vez, sejam
exatos e sinceros – no momento
em que descem à terra e nos impedem
de partilhar com eles um cigarro,
o último copo, uma espécie de destino.

São terrivelmente reais, os mortos.
A vida inteira não chega
para que possamos matá-los a todos,
um a um, como decerto aconselharia
a mais elementar higiene metafísica.
Dão-nos, contudo, a força necessária
para morrer cada vez mais, tolerando
dias de aluguel, casas ligeiramente
inabitáveis. Porque os outros, na
verdade, não passam de mortos
imperfeitos.
Estão, como nós, um pouco demasiado
vivos.

Talvez um dia, porém, venham a
assinar um poema assim (e pode até não
ser
um poema, muito menos assim), em que
se note,
além das influências óbvias, uma certa
– digamos – especialização no horror.
Pois é disso apenas que se trata.

Os mortos sabem-no.
A sabedoria é inútil.
A poesia também.

* * *

Norueguesa, alta, de um moreno
duvidoso que sorria muito.
Pedia-me insistentemente para não estar
triste como deveras estava.
E pagou-me, creio, o último copo,
antes de me perguntar “o que fazia”.

Escrever, sobre a morte, não é
exatamente uma profissão.
Mas foi a resposta que lhe dei,
enquanto um guardanapo qualquer
abreviava, só para ela, a minha “obra”.

Nunca saberei se percebeu a letra,
se comprou os livros, se chegou
a ouvir o que em péssimo francês
lhe tentei dizer nessa noite, a mais perdida.

Os versos são quase sempre isto: um modo
inaceitável de dizer que não tocámos o corpo
que esteve, por uma vez, tão próximo
de nós – e que nem um nome breve nos deixou.

* * *

Nunca amanhecera assim, num inimaginável
barracão perto da cidade gótica.
A sua casa.
Conhecia-o do Fandango,
e sabia apenas que uma tristeza sem lágrimas
lhe iluminava as tardes e as noites.

Dessa vez foi diferente. Eu acabara de partir
um copo no único pub ainda aberto
(a memória já não me devolve o nome).
Ele veio sentar-se ao meu lado, bêbedo
contra bêbedo, unidos pelo quase esplendor
da queda. Convidou-me a segui-lo e eu,
não sei bem porquê, acedi. Acompanhei-o
até às duas assoalhadas em que morava
– sem vizinhos, numa barraca de alumínio
e tabopan que fazia da palavra desespero
um eufemismo inoportuno. O cão,
pelo menos, gostou de nos ver chegar.

Depois chorou, a troco de nada. Queria apenas
um ombro concreto onde pousar a cabeça
que a mulher e as filhas já nem por engano
beijavam. Não precisava de gestos ou palavras,
bastava-lhe ser ouvido, partilhar o impartilhável
a que talvez chamasse (não me lembro bem) a dor.

Adormeceu assim, no meu ombro – e eu estava
capaz de matar (mas não a ele) por uma cerveja,
pelo gin que horas antes encontrara demasiado
cedo o chão. Ao amanhecer, abanei-o levemente,
disse-lhe que tinha mesmo de ir. Beijou-me
a mão, agradeceu com um sorriso estragado
aquele nada de nada entre dois homens
que nunca mais se voltarão a ver. Cá fora,
uma luz amordaçada desaconselhava qualquer
tentação lírica, vinha morrer nas couves,
nos dejetos vários que lhe tornavam menos só a solidão.

Não reconheci a cidade: pálida, desinteressante, reles.
Tremia de sono e frio ao entrar no primeiro
autocarro e quase acreditei – por algumas horas –
que existia, afinal, alguém ainda mais triste do que eu.

* * *

Habituou-se a caminhar
sob os plátanos, diluindo
ressacas e lembranças imperfeitas.
Pouco teriam em comum.

Foi num bar, o primeiro
encontro, em lados diferentes
mas não opostos do balcão.
Ela vestia o mais ardente
vermelho que já vira,
sob um cinzento agreste que
o frio de Janeiro quase desculpou.

Não dormiram logo juntos.
Mas ficou a dever-lhe um rasto
de esperma feliz, na cama
em que morria só. Ao seu lado,
Berkeley, Wittgenstein, Espinosa,
páginas de um curso que não queria
e que nem ao menos lhe sujava as noites.

Semanas depois, passeavam de mãos
dadas pelo jardim ou pelas ruas
mais próximas do bar.
Até ao dia em que deixou de vê-la.

Coração em brasa, cinza por todo o lado
– um vermelho assim não tem regresso.

Katharine Hepburn

Katharine Hepburn era excelente atriz, tinha personalidade, não seguia modismos ‘hollywoodianos’, tampouco as convenções severas da época.
Ela era feminista, determinada, não gostava da imprensa, era irônica, crítica, destemida e não atendia a pedidos de autógrafos, o que lhe valeu o apelido ‘Katharine of Arrogance’, em alusão a Catarina de Aragão. Kate desconsiderou o glamour e a superficialidade que outras atrizes mantinham como marca.
Culta, inteligente e com agilidade mental, mesmo sem querer Kate lançou moda. Em 1991, ela escreveu a própria biografia (Me: Stories of my life).
Filha do médico Thomas Norval Hepburn e da sufragista Katharine Martha Houghton (uma das fundadoras da Planned Parenthood), desde garota Kate foi incentivada a praticar esportes e sua preferência era a natação que ela praticou até seus oitenta anos.
Em 1928, no mesmo ano que estreou na Broadway, Kate formou-se em História e Filosofia e se casou com Ludlow Ogden Smith, um famoso homem de negócios, de quem se divorciou em 1934.
Kate nunca deixou de reconhecer a ajuda financeira e o apoio moral que o ex-marido lhe dedicou no início de sua carreira de atriz e no grande amigo que ele se transformou pelo resto da vida.
Durante as entrevistas Kate aparecia sem maquiagem, vestida com ternos masculinos e comentava que os considerava confortáveis, assim, suas fãs começaram a usar calças compridas, à época, vestuário ‘não recomendável’.
Kate envolveu-se em causas humanitárias, políticas e sociais.
Ao longo de quase setenta anos de trabalhos marcantes em filmes para o cinema e a TV, além de peças de sucesso, Katharine Hepburn ganhou quatro Oscars e foi indicada a outros doze, todos na categoria de melhor atriz principal; ganhou um Emmy e foi indicada a outros quatro, além de dois Tonys; recebeu o prêmio de melhor atriz nos festivais de Cannes e de Veneza; foi indicada a oito Globos de Ouro e recebeu três BAFTA (British Academy Television Award) de melhor atriz.
Em 1999, foi escolhida pelo American Film Institute a melhor atriz de todos os
tempos, de uma lista de vinte e cinco ícones, inclusas Ingrid Bergman e Bette Davis.
Kate também filmou e encenou clássicos de Eurípedes, Shakespeare, além de peças escritas por Tennesse Williams. Amiga de poderosos como Howard Hughes, foi em seu romance de mais de vinte e cinco anos com Spencer Tracy (de 1941 a 1967, ano da morte de Tracy), que Kate encontrou seu melhor parceiro na vida e nas telas.
A partir da década de quarenta, Hepburn e Tracy fizeram nove filmes juntos e é dessa fase que sinto falta: Do delicioso embate que ela e Tracy encenavam, do indiscutível talento dos dois e da química, que sempre faz toda a diferença.
Os diálogos rápidos e inteligentes eram a marca registrada desses dois atores geniais, que demonstravam em cena as dificuldades que os casais formados por pessoas inteligentes e de personalidade enfrentam, até encontrar o equilíbrio do controle e do poder. “Hepburn and Tracy were at their most seductive when their verbal fencing was sharpest: it was hard to say wether they delighted more in the battle or in each other.”
Esta é a relação de filmes protagonizados pelos dois:
Woman of the year (1942)
Keeper of the flame (1942)
Without love (1945)
The sea of grass (1947)
State of the union - The world and his wife (1948)
Adam’s rib (1949)
Pat and Mike (1952)
Desk set - His other woman (1957)
Guess who’s coming to dinner (1967)
No dia de sua morte e em homenagem a Kate, as luzes da Broadway ficaram
apagadas por uma hora.
O busto esculpido de Spancer Tracy, que aparece na cena na qual Sidney Poitier (Guess who's coming to dinner) usa o telefone foi feito por Kate.
Uma de suas frases: “Eu acredito que devemos ser boas pessoas para os demais e ajudar aos outros sempre que pudermos”.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

terça-feira, 21 de julho de 2009

Eclipses solares e lunares

Procurei imagens do último eclipse solar e fiquei encantada com as cores, a qualidade e os ângulos tão distintos captados pelos fotógrafos das agências de notícias espalhadas pelo mundo.
Como me esqueci do conteúdo das aulas de física, quis retomar os conceitos básicos dos eclipses solar e lunar, para entender a diferença entre os dois.
Foi quando encontrei a imagem ao lado, de 1957, todos com o pedaço de filme (ou negativo) que costumavam usar para evitar o dano que o eclipse solar pode causar aos olhos.
Lembrei que o último eclipse lunar que vi, ou melhor, curti, foi às margens do lago de Brasília, ao lado de amiga querida, na casa acolhedora e confortável de simpáticos professores da UNB.
A reentrância que a margem do lago fazia naquele local exato, perfeito e mágico, me fez pensar o quanto seria bom ficar por lá, encontrar outro ângulo semelhante e manter aquele pedaço de paraíso para encher meus olhos e coração todos os dias, pelo resto da vida.
É muito bom parar o corre-corre diário e a partir da notícia sobre o eclipse solar total, transportar-me através do tempo e do espaço, reviver e renovar a boa energia.
O eclipse solar é um fenômeno que resulta do alinhamento da lua entre o sol e a Terra. Acontece quando a ousada lua oculta a luz do sol em uma estreita faixa terrestre.
A distância da lua em relação à terra determina a quantidade de luz solar que será coberta.
No eclipse solar parcial somente uma parte do sol é ocultada pela lua, no eclipse solar total toda a luminosidade do sol é escondida pela lua e no eclipse solar anular um anel de luminosidade solar fica ao redor da lua.
Além destes três tipos, também existe o eclipse híbrido, que em alguns pontos da terra é visto como anular e em outros lugares é visto como total, e o eclipse simultâneo, causado pela interferência da lua e de outro planeta (p.ex. Vênus ou Mercúrio).
O eclipse solar total é melhor visto nos pontos da Terra que fisicamente estão mais próximos da lua, os lugares que avistam a umbra. Os locais mais distantes da lua, devido à curvatura do nosso planeta, avistam a penumbra da lua, no caso, o eclipse anular.
Os eclipses solares somente podem acontecer na fase da lua nova.
No tempo de duração do eclipse solar total, alguns minutos, a luminosidade natural e a temperatura ficam mais baixas.
A temperatura pode diminuir em até dez graus centígrados, ventos súbitos podem aparecer e com isso, os animais costumam ficar perturbados.
Com a diminuição da luz natural, a turbulência da alta atmosfera é projetada em forma de sombras que parecem voadoras, semelhantes aos ondeados luminosos que aparecem no fundo das piscinas ao ar livre.
Antes do eclipse total parte da luminosidade solar passa pelo irregular relevo lunar e forma finos fios de luzes que podem ser observados da Terra.
Imagino como os povos antigos interpretavam esse fenômeno e suas consequências, baseados em crendices e temores.
Com a luminosidade solar totalmente ocultada pela lua, nosso céu fica acinzentado e ao fundo permanece uma luz semelhante ao crepúsculo.
O eclipse solar somente pode ser observado com proteção nos olhos, para que não ocorram danos na retina. O próximo eclipse solar total está previsto para o dia 24 de julho de 2150.
O eclipse lunar é o fenômeno celeste que ocorre quando a Terra está entre o sol e a lua, os três próximos e em alinhamento perfeito.
Além do alinhamento, da posição da terra e da proximidade, somente em fase de lua cheia pode ocorrer o eclipse lunar.
Os eclipses lunares podem ser parciais ou totais, ambos dependem da sombra projetada pela Terra (umbra e penumbra) e podem criar gradientes, que são variações no campo elétrico e no campo magnético.
Se o eclipse lunar ocorrer perto do poente ou um pouco antes do nascente, poderá ocorrer o raro eclipse horizontal, fenômeno caracterizado pela visão conjunta do sol e da lua ao mesmo tempo.
No eclipse lunar total a lua fica com coloração avermelhada ou alaranjada.
Todos os anos temos ao menos dois eclipses lunares e o próximo visível no continente americano será em 26 de julho de 2010.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Amarelas, vermelhas folhas novas anunciam mangas que virão


Poemas de Alice Ruiz

Houston, tranquility base here. The Eagle has landed.

No dia quatro de outubro de 1957, entrou em órbita o primeiro satélite artificial fabricado pelo homem.
Do espaço o Sputnik 1 emitiu um único som: Bip. Sem dúvida um bip que entrou para a história.
Um mês após o lançamento do Sputnik 1, no dia três de novembro de 1957, foi lançado ao espaço o Sputnik 2 e nele estava a cadela Laika, da raça de cães siberiana, o primeiro ser vivo a orbitar a Terra.

Laika morreu poucas horas após o lançamento do Sputnik 2, provavelmente pela combinação do stress, com o confinamento em local tão pequeno e o superaquecimento causado por falha no controle térmico da nave.
Essa experiência pretendia demonstrar a possibilidade de um animal suportar as condições de microgravidade existente em vôos espaciais. Em quatorze de abril de 1958, após 163 dias e 570 órbitas em torno da Terra Sputnik 2 explodiu ao entrar em contato com a atmosfera.
A morte de Laika era prevista pelas condições e pela rapidez com que os cientistas foram obrigados a concluir o Sputnik 2, para que o seu lançamento coincidisse com a comemoração da revolução russa. Era a guerra fria e na corrida espacial americanos e soviéticos não poupavam esforços.
No dia doze de abril de 1961, o astronauta russo Yuri Gagarin, a bordo do Vostok 1, tornou-se o primeiro homem em órbita ao redor do planeta Terra. A viagem durou uma hora e quarenta e oito minutos e Gagarin entrou para a história com seu feito e a frase: “A Terra é azul”.
No mesmo ano o presidente Kennedy declarou que naquela década um americano pousaria na lua:” We chose to go to the moon in this decade and do the other things, not because they are easy but because they are hard.”
No dia dezesseis de julho de 1969, quarta feira, na plataforma de lançamento A, complexo 39 do Kennedy Space Center no Cabo Canaveral, Flórida, foi lançado o foguete Saturno V acoplado a Apollo 11 (quinta missão tripulada do Programa Apollo) com três astronautas: Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins.
Quatro dias após, às 23h e 56 min (horário de Brasília) do dia vinte de julho de 1969, enquanto Collins permanecia em órbita no módulo de comando Colúmbia, Armstrong e Aldrin pousaram no mar da tranquilidade (área plana formada por lava basáltica solidificada, que fica na face brilhante da lua) com o módulo lunar Eagle.
Assim, Armstrong, então com 38 anos de idade, entrou para a história como o primeiro homem a pisar (ele escolheu o pé esquerdo) na lua e avistar a Terra de lá. Essa façanha o inspirou na criação da célebre frase: “É um pequeno passo para um homem, mas um gigantesco salto para a humanidade.”
Por duas horas os astronautas recolheram vinte e sete amostras de pedras e poeira do solo lunar, deram pulinhos (por conta do campo gravitacional da lua), tiraram fotos, instalaram um sismógrafo, um refletor de raios laser, uma antena de comunicação, um painel para proteção contra a radiação solar e uma câmara de TV. Fincaram uma bandeira dos Estados Unidos feita com haste metálica e tecido de nylon e colocaram a placa assinada pelos três astronautas e por Richard Nixon, com os seguintes dizeres: “Here men from Planet Earth first set foto upon the moon. July 1969 A.D. We came in peace for all mankind”.
Aldrin foi o primeiro homem a fazer xixi na lua, mas ele não entrou para a história também por isso.
Li que Buzz Aldrin levou consigo um estojo com os elementos necessários para a comunhão cristã, preparado pelo pastor de sua igreja, e na lua fez questão de comungar. Os três voltaram para Terra no dia 24 de julho de 1969 e a missão Apollo 11 teve a duração de oito dias, três horas e dezoito minutos.
Com o tempo a lua perdeu seu apelo inicial e voltamos nosso interesse aos demais planetas e galáxias.
A realidade sobre Kennedy superou os comentários da época, Nixon foi sujeito de fraude eleitoral e escândalo, Houston teve outros problemas. A guerra fria acabou, assim como a união soviética e outros problemas começaram.
Os satélites artificiais em órbita ao redor da Terra são tantos, alguns tão obsoletos, que corremos o risco de despencarem direto do espaço sideral sobre nossas cabeças.
Ainda desconhecemos a cura para várias doenças, ainda existem pessoas sem qualquer assistência e respeito aos seus direitos e há os que ainda acreditam que a chegada do homem à lua não passou de invenção de algum produtor de Hollywood.
Eu me lembro da reação de meus pais, principalmente de meu pai, e do meu sentimento ao ver pela televisão as primeiras imagens de Aldrin e Armstrong na lua: um misto de orgulho e encantamento pela conquista que era de todos nós.