Up in the air (Amor sem escalas), 2009, de Jason Reitman, com George Clooney, Vera Farmiga, Anna Kendrick, Jason Bateman e Zach Galifianakis é uma lição ao mundo corporativo tão esquecido de valores, moral, ética, honestidade, verdade e uma lição sobre a dedicação profissional exagerada e a ausência de vida pessoal. Trata do pesado carma da demissão, ação que, irremediavelmente, polui a essência de quem demite. Jamais minta, diz ele, e não fale ao demitido o quanto demitir é difícil, isso é crueldade, ele ensina. Clooney viaja o ano inteiro para demitir pessoas que ele não conhece, em empresas nas quais ele nunca esteve antes. Nos intervalos dessa atividade desgastante e por ele desempenhada com dignidade e respeito ao demitido, ele ministra palestras que incentivam a ausência de amarras pessoais, caracterizadas por relacionamentos e pela posse de bens. Ele não possui qualquer amarra. Seu único objetivo é conquistar o cartão mais exclusivo de milhas aéreas acumuladas. Neste ponto Clooney se assemelha aos inúmeros empregados que se orgulham e se aproveitam das milhas acumuladas em viagens de trabalho e dos cartões das companhias aéreas, que fazem questão de mostrar e comparar. Seus ensinamentos sobre o respeito, a dignidade e a compaixão para com os demitidos são assimilados por uma colega de trabalho, que passa a acompanhá-lo nas viagens. Ele retira a dura couraça profissional dela e ela o incentiva a retirar a couraça pessoal. Ele consegue se abrir e se envolver, mas com a pessoa errada. O ritmo do filme e o roteiro são excelentes e eu havia me esquecido o quanto Clooney é charmoso e como é lindo seu sorriso.
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