domingo, 15 de novembro de 2009

Porque o amador é tudo, e a coisa amada é uma cortina onde o vento do amador bate no alto da janela aberta

Esta manhã,
hoje
é um nome

É assim a manhã, um nome
para o mundo, abrir os olhos como
alguém que fala
Podem o tempo ou a
morte diurna
dar aos olhos abertos o nada das palavras

O sol será então
o silêncio no olhar ou a mão
sobre a testa
que faz descer as pálpebras
como se os dedos dessem à cabeça a verdade
submersa nesse nada

e a manhã viesse
não como sombra vasta vestir a voz
do corpo
mas cobri-la da
luz
das palavras que faltam

Um comentário:

Gerana Damulakis disse...

Poema de primeira água. Vou reler agora.