Calor em demasia, secura, poluição, tosse, dor de cabeça, chiado no peito, cansaço e a primavera esturrica as sedentas plantas. Regá-las uma vez por semana não é suficiente. O cão também sente o calor insuportável. Com esse tempo tão louco no próximo verão fará um frio de lascar, ou, o calor ultrapassará todos os limites anteriores, mais ainda os aceitáveis. Espero que inventem iglus portáteis.
Vento foi a palavra mágica deste dia. Ontem, à noite, uma chuvinha de nada, quase não conseguiu molhar as calçadas, mas o ventinho desta manhã amenizou um pouco o abafado. Do jeito que tudo parece interligado talvez a chuva tenha trazido o vento, ou será o contrário? Reparei na rápida chuva noturna porque a tosse impediu meu sono. É muito chato tossir a noite inteira e ainda se preocupar em não fazer barulho que atrapalhe o sono do filho e do cão. Tosse noturna é solitária, ninguém tosse junto pra cair na gargalhada e da tosse tirar a porção de folia. O dia clareava e eu cai no sono. Lógico que o despertador tocou, eu anulei o ruído - uma amiga inclui em seu sono o som do despertador e continua a dormir - e me atrasei para o exame da manhã deste sábado, apesar de ter saído de casa sem tomar minha xícara de chocolate morno. Qual a importância de uma xícara de chocolate morno? É parte do adorável carinho matinal.
A responsável pelo setor de medicina nuclear comentou que, pelo meu atraso, quase fiquei sem a dose de tecnécio.
- Como assim, doutora? Sem o meu tecnécio não terei os meus superpoderes. Veja, mostrei minha bolsa fechada, até trouxe a minha capinha.
Ninguém espera essa resposta. O mais divertido é que durante alguns segundos, por mim os mais ansiados, acreditam no que digo e se entreolham assustados. Se demoram um pouquinho para retomar os procedimentos fico mais ousada e olho pela janela para ver se o andar é alto.
- A senhora não pretende pular pela janela como fez aquele garotinho que acreditava ter superpoderes? perguntou o enfermeiro preocupado. A médica bem humorada ria, injetou o tecnécio e me deu duas horas livres. Livres, livres? Livres. Radioativa liberdade. É a segunda vez que faço cintilografia óssea e sei que devemos usar banheiros separados, não compartilhar talheres, copos, xícaras... Duas horas, hum, palavras cruzadas na bolsa (não tive tempo de escolher o livro) fui tomar meu chocolate morno e sonso, tão diferente do que preparo em casa. Ao sair da lanchonete vi que o hospital do câncer tem pronto-socorro - e como poderia não ter? - lembrei da tosse e dos demais sintomas e resolvi que uma pequena parte da radioativa liberdade seria passada lá. Meu único engano foi a projeção do tempo passado nas alas nuclear e emergencial, o que me fez ficar no vai e volta entre os dois prédios até concluir todos os procedimentos: Cortisona injetada no outro braço, inalação, raio x, hemograma, cintilografia, descartar a gripe suína e receber o diagnóstico de alguma alergia no começo da tarde quente. Alergia? eu pensava enquanto voltava para casa, sem me esquecer do delicioso suco de melancia e do folhado de centeio com queijo branco. Alergia nesta altura do campeonato? Sim, só pode ser isso! Eu sei o que me causa tamanha alergia. Mais uma das minhas ideias, a tornar a vida mais leve e alegre.
Vento foi a palavra mágica deste dia. Ontem, à noite, uma chuvinha de nada, quase não conseguiu molhar as calçadas, mas o ventinho desta manhã amenizou um pouco o abafado. Do jeito que tudo parece interligado talvez a chuva tenha trazido o vento, ou será o contrário? Reparei na rápida chuva noturna porque a tosse impediu meu sono. É muito chato tossir a noite inteira e ainda se preocupar em não fazer barulho que atrapalhe o sono do filho e do cão. Tosse noturna é solitária, ninguém tosse junto pra cair na gargalhada e da tosse tirar a porção de folia. O dia clareava e eu cai no sono. Lógico que o despertador tocou, eu anulei o ruído - uma amiga inclui em seu sono o som do despertador e continua a dormir - e me atrasei para o exame da manhã deste sábado, apesar de ter saído de casa sem tomar minha xícara de chocolate morno. Qual a importância de uma xícara de chocolate morno? É parte do adorável carinho matinal.
A responsável pelo setor de medicina nuclear comentou que, pelo meu atraso, quase fiquei sem a dose de tecnécio.
- Como assim, doutora? Sem o meu tecnécio não terei os meus superpoderes. Veja, mostrei minha bolsa fechada, até trouxe a minha capinha.
Ninguém espera essa resposta. O mais divertido é que durante alguns segundos, por mim os mais ansiados, acreditam no que digo e se entreolham assustados. Se demoram um pouquinho para retomar os procedimentos fico mais ousada e olho pela janela para ver se o andar é alto.
- A senhora não pretende pular pela janela como fez aquele garotinho que acreditava ter superpoderes? perguntou o enfermeiro preocupado. A médica bem humorada ria, injetou o tecnécio e me deu duas horas livres. Livres, livres? Livres. Radioativa liberdade. É a segunda vez que faço cintilografia óssea e sei que devemos usar banheiros separados, não compartilhar talheres, copos, xícaras... Duas horas, hum, palavras cruzadas na bolsa (não tive tempo de escolher o livro) fui tomar meu chocolate morno e sonso, tão diferente do que preparo em casa. Ao sair da lanchonete vi que o hospital do câncer tem pronto-socorro - e como poderia não ter? - lembrei da tosse e dos demais sintomas e resolvi que uma pequena parte da radioativa liberdade seria passada lá. Meu único engano foi a projeção do tempo passado nas alas nuclear e emergencial, o que me fez ficar no vai e volta entre os dois prédios até concluir todos os procedimentos: Cortisona injetada no outro braço, inalação, raio x, hemograma, cintilografia, descartar a gripe suína e receber o diagnóstico de alguma alergia no começo da tarde quente. Alergia? eu pensava enquanto voltava para casa, sem me esquecer do delicioso suco de melancia e do folhado de centeio com queijo branco. Alergia nesta altura do campeonato? Sim, só pode ser isso! Eu sei o que me causa tamanha alergia. Mais uma das minhas ideias, a tornar a vida mais leve e alegre.
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