Entremear abobrinhas com outras abobrinhas é forma de tornar a vida um pouco mais leve, fluída, menos maçante. Durante esta semana recebi telefonemas do hospital para postergar um exame e do laboratório - o preferido pelos melhores médicos - essa conversa bem mais preocupante. Conhecer-se, cuidar-se da melhor forma possível manter a atenção sobre os índices dos exames feitos periodicamente. Em outras palavras: Por mais que dependamos de profissionais da saúde, especialistas em suas atividades, pesquisar, aprender e desconfiar são três palavras essenciais. Pois, aparentemente, trocaram, ao menos essa foi a justificativa da enfermeira que telefonou, os tubos de ensaio: Etiquetaram minhas amostras como se fossem de outra pessoa, ou, ao contrário. Sim, não são nada bobos e cuidam para que causa e efeito não fiquem registradas. Resultado? Boa dose de preocupação adicional, exames apresentados a três médicos distintos, um deles alterou a medicação por conta dos resultados e a iniciativa de exigir que meu filho também fizesse exames, graças ao temor de possível contaminação. A médica que, a exemplo de seus colegas, acredita piamente nos exames realizados nesse laboratório, tentou justificar de todas as maneiras os resultados atípicos: Os índices ficaram mais sensíveis, isso se pega no ar e outras ideias tão furadas quanto a troca das etiquetas dos tubos. Qual seria a reação de um paciente que recebesse resultados que indicassem, por exemplo, a presença da AIDS, de câncer e demais enfermidades assustadoras? E se desses exames dependesse a decisão sobre a realização de alguma cirurgia? A cabeça habitualmente enrolada de todos nós, não está habituada a esse tipo de descuidos.
Assim, nesta manhã, os trinta e cinco exames solicitados por três médicos foram refeitos e senti meus pais bem mais próximos, porque, no começo da década de sessenta, nesse mesmo laboratório, à época, igualmente considerado o melhor pelos melhores médicos, entregou resultado que atestava ser minha mãe portadora de câncer ginecológico. Imagino as reações distintas de meus pais e do ginecologista. Talvez, quem sabe, este tenha sido sinal para alguma coisa que ainda não entendi, porque nada costuma ser tão à toa. Falei sobre cabeças enroladas, não? Estou cansada. Passará.
Assim, nesta manhã, os trinta e cinco exames solicitados por três médicos foram refeitos e senti meus pais bem mais próximos, porque, no começo da década de sessenta, nesse mesmo laboratório, à época, igualmente considerado o melhor pelos melhores médicos, entregou resultado que atestava ser minha mãe portadora de câncer ginecológico. Imagino as reações distintas de meus pais e do ginecologista. Talvez, quem sabe, este tenha sido sinal para alguma coisa que ainda não entendi, porque nada costuma ser tão à toa. Falei sobre cabeças enroladas, não? Estou cansada. Passará.
Imagem obra de Cezanne
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