domingo, 18 de abril de 2010

Wishing to bloom to be something different

Nesta semana pensei em cornucópia e lembrei-me de Amáltheia, a deusa mitológica da ternura, representante do alimento que mantém a vida. Amáltheia que teria recebido de Zeus a cornucópia, objeto associado à fartura.
Pois eu pensei em cornucópia de palavras, de letras encarrilhadas a seguir merecido caminho, vogais e consoantes dispostas de tal forma fluída, capazes de alimentar - mais do que alimentar - capazes de suprir todas as necessidades possíveis e impossíveis, conhecidas ou não.
Palavras mágicas aguardadas, repetidas em silêncio, tal qual um verso ou uma oração, e imaginadas ao longo dos anos para que o esforço, o sentimento e o tempo - vivido, passado e não vivido - não tivessem sido totalmente em vão.
Qual é o valor de um chifre retorcido, figura estranha, recheado de intenções desconhecidas, palavras opostas à ação, carente de oito letras essenciais, que antecederiam e legitimariam a vida? Qual é o valor de um chifre retorcido vazio?

Um comentário:

Gerana Damulakis disse...

Pensamento de escritora.

Qualquer coisa pode ter o valor que queremos que tenha. Fazemos isso ao longo da vida e desde a mais tenra idade, quando um travesseirinho poderia ter um imenso valor: o de fazer companhia.

Vou escrever um longo e-mail, ao modo das missivas, infelizmente sem o perfume que as acompanhavam.