quarta-feira, 28 de abril de 2010

I asked forgiveness for having survived

"Maléficos, ardilosos, frios, calculistas, insensíveis, inescrupulosos, cruéis, manipuladores, transgressores de regras sociais e absolutamente livres de constrangimentos e julgamentos morais. Passam por cima de qualquer pessoa apenas para satisfazer seus próprios interesses. Sabem exatamente o que fazem e não sofrem nem um pouco com isso. São destituídos de compaixão, culpa ou remorso. 4% da população apresentam esse lado sombrio da mente.
O conceito de consciência transcende teorias religiosas, psicológicas e científicas. A consciência baseia-se em nossa habilidade de amar, de criar vínculos afetivos. A consciência genuína nos impulsiona a ir ao encontro do outro, colocando-nos em seu lugar e entendendo a sua dor (ideia permeada pela empatia). É pela consciência que pedimos desculpas sinceras aos que magoamos e ferimos num momento de equívoco. A consciência também nos comove com situações trágicas, nos traz indignação frente ao mal, nos inspira a zelar pelo nosso animal de estimação, nos leva a apreciar uma bela melodia.
Os perversos são desprovidos da consciência, logo, desconhecem a responsabilidade ética que é base essencial das relações emocionais com os outros. Há os que jamais experimentaram, nem experimentarão a mínima inquietude mental, ou o menor sentimento de culpa ou remorso, por desapontar, magoar, enganar ou até mesmo tirar a vida de alguém. Admitir a existência de criaturas com essa natureza é quase uma rendição ao fato de que o mal muitas vezes está próximo e convive entre nós."
"Mentes perigosas" de Ana Beatriz Silva.

Que nosso Deus nos proteja! Sem dúvida o mal existe e encontra-se abrigado em mentes perigosas. A leitura do livro da psiquiatra Ana Beatriz Silva nos assusta e alerta, ao tentar nos auxiliar no reconhecimento de criaturas perversas.
Para que reconhecer o perverso? Para que identificar o psicopata? Para afastar-se dele. Para evitar que a nossa existência e o nosso emocional sejam devastados pelas atitudes e dizeres dessas criaturas incapazes de sentir empatia, desconhecedoras do arrependimento e totalmente insensíveis ao outro. Para nos preservamos e para mantermos nossa salubridade física e mental. A convivência com o perverso é devastadora e alimenta nosso pior lado, dado a crueldade de suas ações: Fortalece o nosso medo e a nossa insegurança, aniquila a nossa capacidade de reação, desenvolve nossa desesperança e nos faz portadores de doenças crônicas. É pela observação que, aos poucos, nos tornamos capazes de identificar o comportamento, as intenções e as constantes mentiras de um psicopata. É a consideração exclusiva de seus próprios interesses, que torna o psicopata um nômade emocional: Ao longo da vida a criatura perversa mantém inúmeros relacionamentos e repete seus procedimentos e ações. A padronização de seus comportamentos não é sinal de baixa inteligência, apenas da segurança sentida pelo perverso na conquista de seus interesses. É a ausência do arrependimento que torna impossível ao psicopata a redenção. Decência e remorso são palavras cujos conceitos lhe são desconhecidos.
Além do afastamento e da observação, a orientação de profissionais da saúde competentes auxilia a manutenção do necessário distanciamento que devemos manter dos psicopatas.

Um comentário:

Gerana Damulakis disse...

Morro de medo. Mas, afora os psicopatas, há outros tipos que também sabem aniquilar o ego das pessoas. Também é difícil conviver com elas, são os complexados, que se sentem tão inferiores que a saída é pisar nos outros.
Os que menos mal fazem aos outros são os que penam dentro de seu próprio mundo interior.
Nossa, quem sou eu, nada entendo de psicologia para opinar tanto.