“Aprecio imagens aliadas à escrita, frases escolhidas definindo melodicamente a linha da orquestração. Em livros como os de Diane Arbus, de Nan Goldin, há essa orquestração: ritmos, silêncios, acordes, vazios, a palavra, escolhida da produção literária ou pinçada do testemunho biográfico, vem da fala íntima da pessoa, destilada. Seria quase como escrever com a imagem e ver com a palavra.” Maureen Bisilliat
Até o próximo dia 04 de julho, a admirável exposição das fotografias da talentosa Maureen Bisilliat, estará no Centro Cultural FIESP, na avenida Paulista, 1313, cidade de São Paulo. Na obra de Bisilliat vemos poesia e prosa em forma de fotografia. Dividida em quatro temas sequenciais, encontramos a Bahia ("bahia amada amado"), o sertão de João Guimarães Rosa, a beleza do negro ("pele preta"), as "mulheres caranguejeiras" da Paraíba, os vaqueiros do nordeste enaltecidos por Ariano Suassuna, os índios ("Xingu/terra") acompanhados por Villas Bôas. Há ainda uma parte da Bolívia, da China e do Japão.
Imagem de Maureen Bisilliat, casamento no sertão, obra pertencente ao acervo do Instituto Moreira Salles.
Um comentário:
Por associação ("bahia amada amado"), lembrei-me, ao ler esta postagem, de um dia que precisei ir à casa de James Amado (irmão de Jorge Amado). Ele estava me auxiliando na feitura do livro sobre a poesia de Sosígenes Costa (que havia sido amigo dele, James). Virei-me para minha filha (então com uns 8 anos de idade) e disse que ia na casa de James Amado. Ela me perguntou porque eu amava tanto esse homem que só podia dizer o nome colocando "amado" depois. Ah, foi mais interessante do que o modo como estou contando. Fiquei rindo por dias.
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