sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Para o bem, nunca para causar dano ou mal

Asclépios (deus da cura), filho de Apolo com a mortal Coronide, era hábil cirurgião, foi citado na Ilíada por Homero, tornou-se capaz de curar aos mortos e aprendeu sua arte com o centauro Chiron. Antes de ser considerado deus pela mitologia grega, foi príncipe da Tessália e de seu casamento com Epione nasceram suas filhas Ighia (protetora da saúde), Panakea (protetora da cura) e seus filhos Telésforo (protetor da convalescença) e Poladira (médico dos exércitos).
Nas estátuas que o representam, Asclépio tem seu braço direito apoiado sobre um cajado no qual uma serpente está envolta, assim, fica mais fácil entender o juramento de Hipócrates (considerado o pai da medicina, nascido na ilha de Kós, em 460 a.C., décimo-nono descendente de Asclépios, que acreditava na importância da moderação para uma vida sã: a harmonia entre a mente sã e o corpo são) e o símbolo da medicina:
“Eu juro, por Apolo médico, por Asclépio, Ighia e Panakea, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue: Estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes. Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém. A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substancia abortiva. Conservarei imaculada minha vida e minha arte. Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam. Em toda casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução, sobretudo dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados. Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto. Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça."
Asclépios era cultuado principalmente na região do Peloponeso, que tornou-se o centro da medicina antiga, à época, praticada pelos Asclepíades
Os templos que homenageiam Asclépios estão em Epidauro e nas ilhas gregas de Kós e Kythnos, além de Pérgamo, situada na costa da atual Turquia, banhada pelo mar Egeu, próxima à cidade de Smirn e a noroeste da Anatólia (Ásia menor). Pérgamo construída pelo gregos no século VI a.C. era famosa por sua biblioteca - prestigiada e comparara a de Alexandria e tão importante quanto Éfeso, ambas reconhecidas como centros culturais e políticos. No monte próximo ao vale existente ao redor da cidade de Pérgamo, os gregos construíram complexo em homenagem a Asclépio e Ighia, que também incluía um teatro, centro médico e salas de tratamentos e lá, acolhiam peregrinos e enfermos em busca da cura para seus males.
Sob a construção circular há um corredor com aberturas no teto e dessas aberturas os médicos observavam seus pacientes que caminhavam pelo longo corredor e lhes diziam orientações, palavras de encorajamento e cura, através da indução. Ao final do corredor existem outras construções.
A atmosfera, a calma e a paz sentidas no templo de Ighia são especiais. Fazem bem.

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