Estamos em época tão sofrida, pessoas combalidas, desesperadas, abandonadas, sem qualquer possibilidade de suportar mais, de resistir mais, sem o mínimo para manterem a dignidade que de alguma maneira resiste, persiste, capacita para a manutenção de alguma esperança, algum resquício de força para prosseguir. Não falo somente sobre desumanos e estúpidos conflitos, sobre o injusto preço pago pelos desfavorecidos, sobre o insuportável desequilíbrio de recursos, sobre o lucro desenfreado capaz de garantir gerações futuras e tão covardemente incapaz de ter uma parte, uma pequena parte compartilhada com o próximo, sobre a insaciável ansia de possuir cada vez mais, sobre a falsa garantia que o material - o efêmero material - traz, sobre a falta de caráter, a falta de respeito, a falta de vergonha e a total falta de valores. Não falo somente sobre guerras, sobre desarmonia, sobre a irascível incapacidade de convivência entre os desiguais, sobre as ações ou omissões humanas, individuais, coletivas, governamentais, mas também sobre as ações da natureza sufocada pelo nosso descaso e maltrato, sobre terremotos, tsunamis, furacões, sobre as mudanças climáticas, sobre gerações que merecem, que precisam de paz, de saúde, de alimento e de saber. Não é mais suficiente juntar cacarecos imprestáveis num saco qualquer para posterior depósito em algum lugar, na tentativa de amenizar o peso insuportável do que pensamos, falamos, fazemos e, principalmente, do que deixamos de fazer. Não basta mais pensar no 'fluxo da boa energia', no 'feng-shui' estilizado, na 'disponibilização do velho para garantir a vinda do novo' - até quando entregamos o que não mais queremos somos, continuamos a ser cada vez mais egoístas. (Imagem de Andrew Biraj) Deixemos um pouco de lado as bobeirinhas, as futilidades, a perda de tempo, que também fazem uma pequena parte da vida, e pesquisemos notícias, relatos, imagens do sofrimento ao redor do mundo. Vejamos nos sites da reuters, BBC, CNN, nos sites que quisermos. Vejamos o que acontece na esquina da nossa rua, na praça perto de nossa casa. É hora de acordar. (Imagem de Carlos Barria - pescadores no Sri Lanka)
Garanto a origem e a veracidade desta parte de fotografia, que representa a união, a dedicação, a abnegação, o altruísmo, a ação humanitária desprendida, imagem que por respeito, amor e consideração não exponho inteira, do jeito que eu a recebi e tanto me emocionou, ao saber sobre essa obra de querida e admirada amiga, que me conhece desde o dia que apareci neste mundo e hoje, na Itália, feliz e casada com engenheiro construtor, faz parte de associação que ameniza o sofrimento na África central: Em Burundi, seu marido constrói uma escola primária e um jardim de infância. Eles não ofertam conhecimento, tijolos e cimento, mas a melhor parte das muitas bênçãos e graças que receberam ao longo da vida.
Follow the women, pesquisem, conheçam. Ideias que podem fazer diferença. Alguma diferença. A tão necessária diferença.
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