domingo, 11 de outubro de 2009

Cães

O cão de casa, que de imediato identifica quando não estamos bem, dorme no chão, ao lado do enfermo, do triste, do deprimido, anda atrás de nós por toda a casa e somente se afasta, por segundos, para beber água ou esticar o tronco no seu canto preferido da sala, enquanto dormimos. Que nos recebe com genuína e entusiasmada alegria. O cão que não abandona sua vigília e late não apenas se dizemos alguma palavra num tom mais alto, mas se pretendemos dizer alguma palavra num tom mais alto e áspero - nos bota em ordem este pacífico cão - uma mini-draga diante do alimento, com infinita vontade de comer acompanhada pela autentica e comovedora cara de pidão, deste cão. Pois o cão de casa pode ter o alimento que mais gosta e quer à sua disposição, mas não se aproximará, sequer o tocará, se não estivermos perto, se não compartilharmos com ele o sagrado momento da refeição. Nosso irracional cão.

Você já reparou nos cães que acompanham pessoas que vagueiam pela rua? Os cães não abandonam os humanos.
Imagem de Doisneau

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