Punção, você já fez punção? A punção não é exame de eficácia duvidosa pela considerável possibilidade de contaminação do material puncionado? - pergunta/responde a neófita, a repetir a justificação de outro médico, em relação à punção da tireóide que não acusou o carcinoma. Não, em absoluto. A punção é fundamental para o seu caso. Pois estou em novo caso, 'coisa' inesperada, surgida do nada, descoberta no exame de ultrassom, enquanto eu pensava sobre a meleca que se esparramava do meu pescoço para o final da minha bochecha, na mais expandido exame da área na qual se encontrava a tireóide que eu já fiz. Precisava essa meleca toda? Precisava? Precisava. Descoberta ‘a coisa’ surge a necessidade de sabermos o que ‘a coisa’ é. Surge a conversa com o convênio sobre ‘a coisa’ e o convencimento sobre o não envolvimento da ‘coisa’ com a 'coisa anterior' - ao menos, a esperança de que ‘as coisas’ não tenham qualquer relação. Em seguida, a fase de marcar dia e horário, de preferência no sábado, para a famosa punção. Bastaria ligar? Não, o protocolo do hospital define que para esse tipo de exame o paciente compareça com o ultrassom para que o médico decida sobre a punção. Mas o ultrassom foi feito aí, sábado passado, e vocês tem o resultado. Passados quinze minutos e sete pessoas depois, ligo para o meu filho e peço o nome do médico escrito no laudo do exame que descobriu ‘a coisa’. Pesquiso, encontro o médico, relembro o exame e peço para que ele realize a punção. Encaixe imediato, na manhã deste sábado.
Quatro punções no mesmo local, a última mais demorada, as mãos bem treinadas e seguras a manejar a seringa com a fina agulha e a segurar o aparelho de ultrassom com a imagem aumentada no monitor ao lado. Eu olhava para o monitor e queria fazer algo para ajudar e o ficar quieta e relaxada era o máximo que eu podia fazer. E rezar. Rezar eu podia. Às vezes, o médico olhava para o meu rosto e perguntava se estava tudo bem e de certa forma eu me sentia grata por estar lá, por ter encontrado um médico capaz e por ter coragem para fazer outro exame e pesquisar ‘coisa nova’, com a imensa esperança de que não seja nada, no mínimo, uma ‘coisa a toa’ e bem amistosa.
Quatro punções no mesmo local, a última mais demorada, as mãos bem treinadas e seguras a manejar a seringa com a fina agulha e a segurar o aparelho de ultrassom com a imagem aumentada no monitor ao lado. Eu olhava para o monitor e queria fazer algo para ajudar e o ficar quieta e relaxada era o máximo que eu podia fazer. E rezar. Rezar eu podia. Às vezes, o médico olhava para o meu rosto e perguntava se estava tudo bem e de certa forma eu me sentia grata por estar lá, por ter encontrado um médico capaz e por ter coragem para fazer outro exame e pesquisar ‘coisa nova’, com a imensa esperança de que não seja nada, no mínimo, uma ‘coisa a toa’ e bem amistosa.
Imagem de Doisneau
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