Sonho. Isso é novidade interessante. Normalmente, não me lembro dos sonhos, logo, presumo que não sonho. Atualmente, talvez por dormir melhor, acordo com o sonho bem nítido, quase real. Por sonhar devo interpretar o que sonho? É essa uma das dicas para o autoconhecimento, para entender melhor o que vai pelo inconsciente, quase nada inconsciente? Interpreto e utilizo a razão, considero a intuição e, raramente, se a intuição continua sonolenta ou alerta sobre algo preocupante, busco o significado no Google, que me remete a sites fracos, que repetem os sentidos dos símbolos. Deve ser fácil criar um site desse jeito e copiar o conteúdo de outro site, copiado de outro. Presumo que expliquei o motivo da busca por cartomantes, leitores de búzios, da borra do café, das folhas de chá: É o esforço empreendido para mudar a realidade conhecida ou intuída.
A dúvida surge nos sonhos com pessoas inesperadas, indiferentes, distantes, fora de nosso convívio e pelas quais não nutrimos qualquer sentimento. Talvez existam duas alternativas: Deixar a vida fluir ou analisar ações e pensamentos, lembrar de fatos passados e administrar as teias de aranhas e o mofo de lugarzinhos meio escondidos, não visitados em nossa mente. Como a vida normalmente apresenta duas possibilidades, podemos seguir outro caminho, ou, com espanador e vassoura nas mãos, iniciar a faxina interna. Alerta: às vezes faxinas internas podem doer - ou não, depende do jeito que as encaramos.
Imagem sketch de Saul Steinberg
Um comentário:
A interpretação dos sonhos, de Freud, diz, ao fim e ao cabo, que todos os sonhos são desejos inconscientes. Muito radical, me parece.
Eu sonho com tragédias. Desejo-as? Claro que não. Os sonhos, muitas vezes, são os nossos medos.
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