segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

I call to the ash to disarm me, I call upon the ash by its code name: Everything


Eu gosto do itunes para ouvir músicas no PC. É fácil de instalar, gratuito, tem visual e ferramentas interessantes, além de atualizações periódicas. Como a troca do HD foi surpresa não precedida pela cópia dos arquivos, com ele foram todos os dados, inclusive as músicas que estavam no itunes. Ótimo. Em outro texto comentei sobre a forma positiva que encarei o mundaréu de memória livre para guardar descobertas e novidades no PC, mais ainda porque quase todas as músicas também estavam armazenadas no ipod. 27 GB é espaço para muito arquivo, mais ou menos 10 dias, ou, 240 horas de músicas contínuas, sem repetição.
Não sei como as pessoas reagem diante das perguntas que os programas de computador costumam fazer: "Tem certeza que você quer excluir para sempre essas mensagens?" Sim, sim, por favor, não percamos tempo com o "tem certeza", para que eu não mude de ideia e, sentimental até os poros, continue a guardar um monte de tranqueiras. Desta vez a pergunta foi diferente: "Detectamos que as músicas estão arquivadas em outra versão do itunes, você quer sincronizar seu ao ipod ao itunes?" "Sincronizar", ajustar precisamente, criar a simultaneidade: É lógico! Eu quero a sincronização com a volta de todas as músicas ao PC. Esqueceram de explicar que a sincronização é via de mão dupla com destino privilegiado do itunes para o ipod. Em segundos, 240 horas de músicas foram para o espaço das coisas perdidas e lá fazem festa com livros, guarda-chuvas, luvas, chaveiros, caixinhas de comprimidos e porta óculos desaparecidos. É um teste, certo? Querem saber se continuarei positiva, otimista, alegre e capaz de perceber o lado cor-de-rosa da vida, não é? Pois aprendo a organizar melhor os arquivos e em três dias gravei 2130 músicas, com as respectivas capas e sem qualquer duplicidade. Algumas versões foram mantidas: Como escolher entre Agora só falta você da Elis e a versão original da Rita Lee com o Tutti-Frutti? E Corcovado com Astrud Gilberto, acompanhada pelo Stan Getz, da versão da Gal Costa cantando Jobim? Águas de março com Elis, com Tom ou com Elis e Tom? Canto de Ossanha com Elis ou com Vinícius e Baden Powell? Desde que o samba é samba com Caetano ou com Gil? Detour ahead com Monheit, Peyroux ou Holiday (essa é fácil de responder)? Devo preferir Your song de Elton John e apagar a versão de Al Jarreau? Com calma e impressionada com a minha própria organização, trago de volta boa parte das músicas desaparecidas. As vantagens dessa trabalheira? Curtir coisas esquecidas, descobrir coisas novas,  apreciar músicas antes desconsideradas, relembrar dos CDs das meninas gregas que ganharam o mundo e viajar para outro mundo, ao som de Bessie Smith.
Com Callas veio o vigor e a energia que só Callas sabia proporcionar. Inigualável Callas. Nana, em 1962, com produção de Quincy Jones é um encanto especial e a marcante Bessie arremata com Gimme a pigfoot and a bottle of beer, I don't care.    

2 comentários:

Gerana Damulakis disse...

Como eu ri com a coisa das perguntas Tem certeza...
É interessante o PC se preocupar com a nossa "insegurança" quanto ao se desfazer das "coisas".
Nosso gosto musical não é muito semelhante. Imagine que em dezembro de 2008, minha filha e eu fomos assistir Madonna no Morumbi. Não preciso dizer mais nada: quem toma um avião para passar 2 dias em SP para se meter num estádio e levar 2 horas dançando mais do que a filha de 20 anos, no mínimo, ficou presa aos anos 80, em se tratando de música, não é?

Gerana Damulakis disse...

Ah, não poderia deixar de comentar: prefira Your Song, Elton John.
Mais: tenho um amigo que é louco por Nana Mouskouri. Meu avô adorava Callas.