terça-feira, 26 de janeiro de 2010

People are road signs on the bottom of an ocean dreamed in words



The private lives of Pippa Lee (A vida íntima de Pippa Lee), 2009, de Rebecca Miller, com Robin Wright Penn, Maria Bello, Alan Arkin, Winona Ryder, Keanu Reeves, Monica Bellucci e Julianne Moore, produção de Brad Pitt é, no mínimo, desconcertante. Não há clichês e qualquer comentário sobre o filme que o limite à crise de uma mulher de meia idade e a descoberta do prazer com o vizinho mais novo, está anos luz distante das sutilezas que o caracterizam.
Pippa é a sexta filha, única menina, de um pastor e sua mulher (Maria Bello está genial nesse filme) viciada em anfetaminas, que leva a vida como se fosse personagem de algum comercial de cereais matinais. A adolescente Pippa foge de casa, passa um tempo com a tia, mora com o namorado e numa festa conhece o editor bem sucedido, casado e décadas mais velho do que ela. Ele se encanta por Pippa e durante um almoço civilizado para acerto do divórcio a mulher do editor se suicida com um tiro. Surge a culpa. Pippa se casa com o editor e através da repetição treina sua mente para ser a mulher ideal, a mãe ideal, a dona de casa ideal: Doce, meiga, serena e eficaz. Nada faz Pippa perder a fleuma. Ela nada contesta. Pippa somos nós, ou uma parte nossa, ao dedicarmos nossa vida aos outros; ao fecharmos nossos olhos para as traições do marido; para as mentiras do amante; para o desrespeito dos filhos; para o chefe explosivo; para a autenticidade, a naturalidade e a vida.

Um comentário:

Gerana Damulakis disse...

OK, está registrado como "pode assistir, vale a pena".