Para mim bastariam as interpretações de Gena Rowlands e Juliette Binoche, mas Je t’aime Paris (2006), um dos filmes escolhidos para ser revisto durante as férias, traz muito mais. São vinte e um curtas-metragens escritos e dirigidos por vinte e um cineastas diferentes (Ethan e Joel Cohen, Isabel Coixet, Vincenzo Natali, Walter Salles, Daniela Thomas, Gus Van Sant entre outros) ideia original de Tristan Carmé e realização de Emmanuel Benbihy, todos ambientados em Paris.
Especiais destaques para Margo Martindale, impecável no papel da turista solitária; Melchior Beslon, o garoto cego e apaixonado; Miranda Richardson e Sergio Castellitto, o casal que se reaproxima na doença; Catalina Sandino Moreno, a jovem mãe; Rufus Sewell e Emily Mortimer, o casal enamorado que reata graças à intervenção de Oscar Wilde, vivido por Alexander Payne. Fanny Ardant e Bob Hoskins formam um estranho casal, enquanto Nick Nolte e Bem Gazzara renascem das cinzas. Este filme é preciosa colcha de retalhos criada com esmero.
Emmanuel Benbihy também é o responsável pelo filme New York, I Love you (2009), obra realizada por onze cineastas distintos.
2 comentários:
Minha filha adora os curtas de Eu te amo,Paris. Nunca peguei para assistir. É um caso sério, amiga minha, sou muito fixada em literatura, essa paixão que vive em mim desde os 8 anos de idade. Acabo ignorante assumida nas demais artes.
Pois acabei de assistir os curtas de Paris, eu te amo. Quase literatura. As metáforas daquele encontro entre pai e filha, quando ele diz que o neto (que todavia nós não sabemos que era do neto que se tratava) não deveria ser uma bola de ferro com corrente para ela e, sim, um balão. Então, ela pergunta se foi um balão para ele e o pai diz que ela foi um zepelim. Genial.
Genial o do nosso Walter Salles, a babá fazendo a mesma "gracinha" para o filho dos outros, mas olhando para a vista lá fora, imaginando o quão distante está seu filho (distância enfatizada pelos transportes que ela tomou até chegar ao trabalho). Genial.
O diálogo entre o casal de "idosos" que vai se divorciar. Só que ele, por ser macho, casará e terá um filho (para o homem, qualquer hora é hora para começar). Diálogo altamente literário. Assim como a "redação" da turista em visita a Paris. Genial.
Notou como a história do marido que volta a se apaixonar pela esposa só porque ela vai morrer é exatamente uma das histórias de Nelson Rodrigues?
Queria tanto trocar mais impressões com vc, mas o nº de caracteres vai acabar.
Postar um comentário