sábado, 11 de abril de 2009

Calendários litúrgicos - Páscoa

- Em 753 a.C., Rômulo teria estabelecido o calendário romano com as seguintes características: Março era o primeiro mês, o ano era composto por 304 dias e dez meses.
- Posteriormente, a cada dois anos um mês de 22 ou 23 dias era intercalado (mercedonius) e a sequência anual compreendia períodos irregulares de 355, 377, 355, 378 dias.
- Em 46 a.C., para padronizar os sistemas de contagem cronológica dos territórios ocupados, Júlio César teria solicitado ao astrônomo alexandrino Sosígenes outra alteração do calendário romano: Foram acrescidos dois meses iniciais (januarius e februarius) e os doze meses compreendiam sequência alternada de 31, 30, 31, 30 dias, a exceção de februarius, que possuia 29 dias e a cada três anos 30 dias. Dessa forma, com base solar, o mês de março (martius) marcava o equinócio e as comemorações romanas à primavera.
- No ano 8, Augusto teria corrigido o alinhamento das estações e os anos bissextos passaram a ocorrer a cada quatro anos. A contribuição de Augusto não alterou o nome do calendário juliano, mas rendeu-lhe a homenagem do dia adicional ao mês de augusto, que passou de 30 para 31 dias, com a redução do mês de fevereiro para 28 dias, a cada quatro anos alterados para 29.
- Em 325, Constantino Magno convocou o Concílio Ecumênico de Nicéia, no qual, por unanimidade, resolveu-se que a páscoa seria comemorada por todos os cristões no mesmo dia respeitadas as seguintes determinações:
A páscoa deveria ser comemorada num domingo;
A páscoa seria comemorada no domingo que segue a lua cheia do equinócio da primavera no oriente, isto é, depois do dia 21 de março;
A páscoa cristã sempre se realizaria após a páscoa judaica.
- Em 525, o historiador grego Dionísio, baseado no calendário juliano, calculou a data da páscoa cristã e tomou o nascimento de Jesus Cristo como ano 1 do século I. Logo, o período anterior ao nascimento de Jesus Cristo passou a receber a sigla a.C. e a ser contado de trás para frente.
- Em 1582, o papa Gregório XIII retirou dez dias do calendário juliano e definiu a desconsideração de três anos bissextos a cada 400 anos, o que deu origem ao calendário gregoriano ou calendário civil.
Tudo isso, para tentar explicar que a igreja católica ortodoxa celebra a Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo o calendário juliano, em data baseada na astromonia (e as demais celebrações religiosas de acordo com o calendário gregoriano), além de manter na íntegra as resoluções do Concílio Ecumênico de Nicéia, e evitar os rostinhos de espanto e as perguntas sobre nossa crença em Jesus Cristo e na Virgem Maria.
O próximo passo será entender porque, no final do século XIX, a moderna historiografia teria descoberto um erro no calendário e considerado o nascimento de Jesus Cristo no ano 4 a.C., bem como a coincidência de datas das páscoas católicas ortodoxa e romana em alguns anos (p.ex. assim foi no ano de 2007 e será no ano de 2010, no dia 04 de abril).

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