
A leitura da Divina Comédia é interessante para firmarmos nosso conhecimento sobre o entendimento medieval dos erros e acertos, pecados e virtudes, louvores e castigos, atenuantes e agravantes, dolo e culpa, persistente e ainda identificado nas ideias, ensinamentos e atuações religiosas (paixão, desejo, pecado), na tipificação dos crimes e na aplicação das penas - a dosagem da pena - pelo Estado, através de seus representantes. Na escrita de Alighieri encontramos ideias de Aristóteles (os conceitos aristotélicos estão presentes em quase tudo que estudamos) e de Santo Agostinho, além de complexa gradução dos pecados, categorias por assim dizer, a definir em qual círculo a alma pecadora passaria o resto do tempo - afinal, qual tempo seria esse?
O inferno de Alighieri, espaço do anjo desobediente e arrogante caído do céu, é composto por nove círculos descendentes, três vales, dez fossos e quatro esferas localizadas no interior da Terra.
Os círculos mais profundos comportam os pecados mais graves, sendo o mais grave de todos a traição, por ser praticada contra indefeso, que confia no malfeitor - a traição contra parentes, conhecidos, benfeitores e a pátria.
Nessa intrincada classificação a heresia é considerada mais amena do que a intriga e a adulação mais grave do que a tirania. Gastadores, pródigos, sedutores, simoníacos, maus conselheiros, heréticos, gulosos, rufiões, fraudadores, traidores, sedutores, aduladores, magos, adivinhos, tiranos, devassos, blasfemadores, ladrões, violentos, corruptos, lisonjeadores, falsários, avaros, rancorosos, sodomitas, usurários, todos e mais alguns, pecadores condenados aos círculos infernais.
O homem de bem, conceito aristotélico posteriormente reiterado por Santo Agostinho, deve evitar a malícia (fraude), a incontinência e a bestialidade (violência) em suas ações. A alma incontinente é culpada e seus pecados considerados menos graves do que os praticados pela alma guiada pelo dolo, pela vontade deliberada de pecar. A vontade de pecar caracterizada pela manifestação de natureza animal seria menos grave do que a vontade premeditada, ardilosa, fruto da inteligência. Praticar o mal contra um desconhecido capaz de se defender é menos grave do que prejudicar alguém conhecido e indefeso por confiar no malfeitor.
A confusão excessiva existente no Inferno de Alighieri atrapalha a alma e a torna incapaz de encontrar o caminho, assim, ao pecador são apresentadas duas alternativas para lidar com suas próprias faltas: enxergá-las no ambiente externo como feras, demônios e obstáculos a serem transpostos, ou, mantê-las em seu interior, o caos seguido pela aridez, a morte interna.
O arrependimento em vida e o conhecimento estão presentes na obra de Dante: Quanto mais o homem sabe, mais graves são os pecados por ele cometidos. Quanto mais idoso o homem (logo, mais sábio) mais graves são os pecados por ele cometidos, se comparados aos pecados do jovem incapaz de difer
enciar o certo e o errado. O homem é dotado do livre-arbítrio para escolher em vida entre o pecado e a correção, entre o inferno e o céu. Mas nada é totalmente claro ou escuro, branco ou preto, pois Dante descreveu a zona cinzenta, o vestíbulo ou ante-inferno, espaço destinado às almas covardes e indecisas, mantidas em constante corrida e atormentadas por vespas e moscas.
No Inferno Dante conhece os lugares nos quais estão os personagens de tragédias, escritores e filósofos gregos, Semiramis, Cleópatra, Bruto, Saladino, Galeno, Átila, políticos e religiosos.
O arrependimento em vida levaria a alma à expiação de seus pecados no Purgatório, composto por círculos ascendentes correspondentes aos sete pecados capitais: Soberba, inveja, preguiça, avareza, ira, gula e luxuria.
A confusão excessiva existente no Inferno de Alighieri atrapalha a alma e a torna incapaz de encontrar o caminho, assim, ao pecador são apresentadas duas alternativas para lidar com suas próprias faltas: enxergá-las no ambiente externo como feras, demônios e obstáculos a serem transpostos, ou, mantê-las em seu interior, o caos seguido pela aridez, a morte interna.
O arrependimento em vida e o conhecimento estão presentes na obra de Dante: Quanto mais o homem sabe, mais graves são os pecados por ele cometidos. Quanto mais idoso o homem (logo, mais sábio) mais graves são os pecados por ele cometidos, se comparados aos pecados do jovem incapaz de difer

No Inferno Dante conhece os lugares nos quais estão os personagens de tragédias, escritores e filósofos gregos, Semiramis, Cleópatra, Bruto, Saladino, Galeno, Átila, políticos e religiosos.
O arrependimento em vida levaria a alma à expiação de seus pecados no Purgatório, composto por círculos ascendentes correspondentes aos sete pecados capitais: Soberba, inveja, preguiça, avareza, ira, gula e luxuria.
No início, teriam sido relacionados oito pecados capitais, a vaidade dentre eles, retirada dessa lista no final do século treze início do século quatorze. A vaidade considerada a necessidade do homem de ser admirado e o direcionamento de sua atenção ao que os outros pensam sobre ele, contrária, portanto, da arrogância, caracterizada pelo egocentrismo e pela importância que o homem dedica ao seu próprio entendimento, desconsiderando Deus. No Paraíso Dante encontra sua amada Beatriz, aprende sobre os sete céus móveis - cada céu correspondente a um planeta e a lua - e os três céus fixos. No Paraíso Dante conta com a ajuda de São Bernardo e, finalmente, encontra Deus.
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