Essas seriam as palavras ditas por Umberto Eco ao explorador do futuro que viesse ao século XX para descobrir o que era considerado belo: “Você será obrigado a render-se diante da orgia de tolerância, de sincretismo total, de absoluto e irrefreável politeísmo da Beleza''.Segundo Eco, os conceitos do belo no século XX são os mais contraditórios e criaram o “sincretismo da beleza”.
A beleza não presume unanimidade e seus ícones são variados, muito mais ao pensarmos na beleza masculina (temos conceitos mais abrangentes, maleáveis e generosos, relativos aos diversos padrões do ho
mem belo) se comparado ao padrão de beleza feminina.
A beleza considerada, amplamente divulgada e imposta pela mídia ganha cada vez mais espaço e em larga escala gera parâmetros duvidosos e difíceis (mas não impossíveis) de serem contrariados. Assim, comumente ouvimos as expressões “ditadura da felicidade” e “juventude eterna” em detrimento de valores essenciais e até mesmo da saúde integral (corpo e mente).
Não precisamos mais do pó de pirlimpimpim, da fada Sininho, para chegarmos à Terra do Nunca (onde ninguém envelhece) porque há anos vivemos ao lado de Peter Pan, mergulhados na fonte de Ponce de Leon.
mem belo) se comparado ao padrão de beleza feminina.A beleza considerada, amplamente divulgada e imposta pela mídia ganha cada vez mais espaço e em larga escala gera parâmetros duvidosos e difíceis (mas não impossíveis) de serem contrariados. Assim, comumente ouvimos as expressões “ditadura da felicidade” e “juventude eterna” em detrimento de valores essenciais e até mesmo da saúde integral (corpo e mente).
Não precisamos mais do pó de pirlimpimpim, da fada Sininho, para chegarmos à Terra do Nunca (onde ninguém envelhece) porque há anos vivemos ao lado de Peter Pan, mergulhados na fonte de Ponce de Leon.
A bilionária indústria cosmética, os inúmeros criativos tratamentos de beleza e as cirurgias estéticas desafiam o bom senso e a natureza.
No presente, a beleza padronizada, artificial e produzida limita e define características rígidas aliadas a sacrifícios corpóreos, mentais e pecuniários.
No presente, a beleza padronizada, artificial e produzida limita e define características rígidas aliadas a sacrifícios corpóreos, mentais e pecuniários.
O tempo necessário ao culto do corpo para a obtenção dos resultados estéticos ansiados e padronizados, não é poss
ível aos que dedicam oito horas habituais, ou mais, ao trabalho e têm vida normal; o uso de substâncias químicas, ingeridas ou injetáveis, prejudicam a saúde física, mental e ao longo do tempo podem causar severos efeitos colaterais; as banalizadas cirurgias estéticas para a retirada de gordura localizada, colocação de implantes e demais práticas existentes, traumatizam órgãos, trazem desconforto e demandam consideráveis sacrifícios; para as mulheres que pretendem seguir esses e outros rituais, sem a garantia do resultado pretendido e muito menos a certeza da pertinência do resultado obtido, restam os consultórios de psicólogos, psiquiatras e medicamentos adicionais para o combate à depressão e ansiedade para, quem sabe, finalmente entenderem que a beleza
não reside na inexistência de rugas, nos lábios e seios volumosos, nos longos e lisos cabelos artificiais, no corpo esculpido, na altura certa, mas na sabedoria, no auto-respeito e na auto-estima para receber, com graça e harmonia, cada sinal que o tempo traz.
A grande questão parece ser o nosso correto entendimento sobre as efetivas razões do implacável padrão atual de beleza.
A arte é o mais importante meio de documentação do ideal de beleza e estética ao longo da história e é através dela, que assimilamos os diversos conceitos que existiram.
Nos primórdios da humanidade a estética feminina estava ligada à fertilidade.
É do filósofo Aristóteles a percepção inicial e lógica dos conceitos de ordem, simetria e proporcionalidade aliados à beleza.
ível aos que dedicam oito horas habituais, ou mais, ao trabalho e têm vida normal; o uso de substâncias químicas, ingeridas ou injetáveis, prejudicam a saúde física, mental e ao longo do tempo podem causar severos efeitos colaterais; as banalizadas cirurgias estéticas para a retirada de gordura localizada, colocação de implantes e demais práticas existentes, traumatizam órgãos, trazem desconforto e demandam consideráveis sacrifícios; para as mulheres que pretendem seguir esses e outros rituais, sem a garantia do resultado pretendido e muito menos a certeza da pertinência do resultado obtido, restam os consultórios de psicólogos, psiquiatras e medicamentos adicionais para o combate à depressão e ansiedade para, quem sabe, finalmente entenderem que a beleza
não reside na inexistência de rugas, nos lábios e seios volumosos, nos longos e lisos cabelos artificiais, no corpo esculpido, na altura certa, mas na sabedoria, no auto-respeito e na auto-estima para receber, com graça e harmonia, cada sinal que o tempo traz.A grande questão parece ser o nosso correto entendimento sobre as efetivas razões do implacável padrão atual de beleza.
A arte é o mais importante meio de documentação do ideal de beleza e estética ao longo da história e é através dela, que assimilamos os diversos conceitos que existiram.
Nos primórdios da humanidade a estética feminina estava ligada à fertilidade.
É do filósofo Aristóteles a percepção inicial e lógica dos conceitos de ordem, simetria e proporcionalidade aliados à beleza.
Enquanto Platão associava o belo à bondade e à verdade, Aristóteles conferiu à beleza ideal valores objetivos e claros, sem, no entanto, desconsiderar a subjetividade existente, por exemplo, na beleza única do corpo amado vista sob o ponto de vista do amante.
O rosto e o corpo bonitos deviam ser simétricos e proporcionais, parâmetros
posteriormente seguidos por artistas da Antiguidade, da Idade Média, do Renascimento e encontrados atualmente na rebeldia contra à padronização. O conceito de “beleza grega” da época clássica é representado pela estátua de Afrodite (Vênus de Milo) do século II a.C.: nariz desenhado, perfil perfeito, cabelos ondulados, corpo harmonioso, ordem, simetria, proporção e medidas exatas.
Na Idade Média a beleza física era considerada reflexo da boa alma e do comportamento devoto. O padrão da época compreendia lábios finos, corpo longilíneo, seios pequenos, ombros estreitos e ventre saliente.
No Renascimento encontramos a proporcionalidade e simetria com o acrescimo do naturalismo, logo, o padrão de beleza é demonstrado pelo corpo roliço, os seios fartos, os ombros e os quadris mais largos e arredondados. À época os
aspectos habituais do corpo feminino como celulite, gordurinhas localizadas e ondulações eram reproduzidos e considerados ideais de volúpia e nobreza, resultados da prosperidade e da alimentação farta. Aos poucos, a simetria e a proporcionalidade são reforçadas pela graça, característica subjetiva, aliada à espiritualidade e às emoções.
Com o Romantismo surgiu o dualismo: ingênuo e fatal, rude e sofisticado. A mistura de características paradoxais criou o padrão da beleza intensa, emocional, por vezes vinculada ao onírico, ao mistério e ao caótico. A beleza daquele tempo incluía a de
formidade e o exotismo. O padrão de beleza clássico e a aparência saudável não eram valorizados.
No Modernismo, com o cubismo, o expressionismo e a abstração, prepondera o padrão geométrico e a descontinuidade, o passo anterior ao padrão de beleza atual, que prima pela juventude eterna, pela magreza excessiva e pela felicidade obrigatória, aspectos reforçados pela mídia e pela evolução da indústria cosmética, além de fundamentais para a aceitação e o sucesso social, profissional e pessoal.
O rosto e o corpo bonitos deviam ser simétricos e proporcionais, parâmetros
posteriormente seguidos por artistas da Antiguidade, da Idade Média, do Renascimento e encontrados atualmente na rebeldia contra à padronização. O conceito de “beleza grega” da época clássica é representado pela estátua de Afrodite (Vênus de Milo) do século II a.C.: nariz desenhado, perfil perfeito, cabelos ondulados, corpo harmonioso, ordem, simetria, proporção e medidas exatas.Na Idade Média a beleza física era considerada reflexo da boa alma e do comportamento devoto. O padrão da época compreendia lábios finos, corpo longilíneo, seios pequenos, ombros estreitos e ventre saliente.
No Renascimento encontramos a proporcionalidade e simetria com o acrescimo do naturalismo, logo, o padrão de beleza é demonstrado pelo corpo roliço, os seios fartos, os ombros e os quadris mais largos e arredondados. À época os
aspectos habituais do corpo feminino como celulite, gordurinhas localizadas e ondulações eram reproduzidos e considerados ideais de volúpia e nobreza, resultados da prosperidade e da alimentação farta. Aos poucos, a simetria e a proporcionalidade são reforçadas pela graça, característica subjetiva, aliada à espiritualidade e às emoções.Com o Romantismo surgiu o dualismo: ingênuo e fatal, rude e sofisticado. A mistura de características paradoxais criou o padrão da beleza intensa, emocional, por vezes vinculada ao onírico, ao mistério e ao caótico. A beleza daquele tempo incluía a de
formidade e o exotismo. O padrão de beleza clássico e a aparência saudável não eram valorizados.No Modernismo, com o cubismo, o expressionismo e a abstração, prepondera o padrão geométrico e a descontinuidade, o passo anterior ao padrão de beleza atual, que prima pela juventude eterna, pela magreza excessiva e pela felicidade obrigatória, aspectos reforçados pela mídia e pela evolução da indústria cosmética, além de fundamentais para a aceitação e o sucesso social, profissional e pessoal.
Apesar do componente subjetivo presente no conceito de beleza, nas imagens encontramos mulheres belas, ícones de décadas anteriores e isentas da atual padronização e artificialidade. Havia algo a mais, o élan, o glamour, o encanto que as retirou do campo das celebridades relâmpa
gos e as mantêm divas perenes.
Há nelas o feminino natural, aprazível, invulgar e não padronizado. A beleza de Audrey Hepburn não se compara à estética de Katharine Hepburn ou à beleza de Ava Gardner e de Lana Turner. Sophia Loren era diferente de Ingrid Bergman, que em nada se parecia com Greta Garbo.
gos e as mantêm divas perenes.Há nelas o feminino natural, aprazível, invulgar e não padronizado. A beleza de Audrey Hepburn não se compara à estética de Katharine Hepburn ou à beleza de Ava Gardner e de Lana Turner. Sophia Loren era diferente de Ingrid Bergman, que em nada se parecia com Greta Garbo.
Por outro lado, o sacrifício dedicado à manutenção da juventude e à conquista do atual ideal de beleza artificial e padronizada, resulta em alteração comportamental importante: Longevos e com os tratamentos estéticos atuais, prolongamos nossa fase produtiva, o maior aproveitamento da vida e postergamos a inatividade. Situações impensáveis nas décadas anteriores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário