Por natureza o casamento é complicado. Duas pessoas criadas de formas distintas, com experiências e vivências próprias, manias, costumes, complexos, traumas, neuroses desenvolvidas desde a gestação no útero materno, resolvem deixar parte das diferenças de lado (ou fingir que deixam parte das diferenças de lado) para investir sentimento, tempo, energia, dedicação na vida a dois. Vida a três, quatro, cinco, seis, sete, filhos, parentes, amigos, vizinhos e a coisa se complica cada vez mais. Semana passada li sobre o fim do casamento de Robin Wright e Sean Penn - o terceiro fim desse casamento - e lembrei como Penn tinha a cara e o jeito de enfant terrible, de criaturinha difícil e indomável, até que em 1985 se casou com Madonna e com ela ficou por quatro anos. Em 1989 a relação com Robin se tornou pública, Penn e Robin se casaram em 1996 e discutem a divisão dos bens em 2009. No tempo de Madonna havia desagradáveis manchetes sensacionalistas sobre agressões físicas, só não me lembro quem teria batido em quem. De qualquer maneira era claro que Robin já andava pelo pedaço, do mesmo jeito que agora, escrevem sobre Natalie Portman.
Que Sean Penn se tornou ótimo ator e excelente diretor não existe qualquer dúvida. Que o povo de Hollywood parece gostar do moço, também não se discute. De tudo isso, marcou a frase que Robin teria dito em entrevista para a revista More: “Eu peguei a estrada há um tempo. Para Robin (ela apontou para si mesma), o discurso de ‘eu não sei o que quero’ estava acendendo luzes de neon”. “Eu não sei o que quero” é tão esquisito quanto “eu estou perdido”. Esquisito e infantil. Normalmente, o moço sabe exatamente o que quer manter, o que quer acrescentar e o que quer deixar de lado, mas ainda não tem coragem ou não conquistou condição financeira suficiente, para criar o harém de seus sonhos. Confuso? Mesmo? Será? O que as pessoas normais fazem ao se sentirem confusas? Se afastam, saem de cena, conversam com seus botões, ouvem a própria razão e emoção, se centram e decidem. Por respeito, por consideração, por honestidade, não se tornam frágeis vítimas apoiadas no desconhecimento de suas próprias vontades e sentimentos. Sem dúvida é complicado e não há quem diga que possa ser fácil. Não é.
Que Sean Penn se tornou ótimo ator e excelente diretor não existe qualquer dúvida. Que o povo de Hollywood parece gostar do moço, também não se discute. De tudo isso, marcou a frase que Robin teria dito em entrevista para a revista More: “Eu peguei a estrada há um tempo. Para Robin (ela apontou para si mesma), o discurso de ‘eu não sei o que quero’ estava acendendo luzes de neon”. “Eu não sei o que quero” é tão esquisito quanto “eu estou perdido”. Esquisito e infantil. Normalmente, o moço sabe exatamente o que quer manter, o que quer acrescentar e o que quer deixar de lado, mas ainda não tem coragem ou não conquistou condição financeira suficiente, para criar o harém de seus sonhos. Confuso? Mesmo? Será? O que as pessoas normais fazem ao se sentirem confusas? Se afastam, saem de cena, conversam com seus botões, ouvem a própria razão e emoção, se centram e decidem. Por respeito, por consideração, por honestidade, não se tornam frágeis vítimas apoiadas no desconhecimento de suas próprias vontades e sentimentos. Sem dúvida é complicado e não há quem diga que possa ser fácil. Não é.
Imagem obra de Picasso
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