Poesia erótica traduzida por José Paulo Paes (Companhia das Letras)
Obscur et froncé comme um oeillet violet Franzida e obscura como um ilhós violeta,
Il respire, humblement tapi parmi la mousse Ela respire, humilde, entre a relva rociada
Humide encore d’amour que suit la rampe douce Inda do amor que desce a branda rampa das
Des fesses blanches jusqu’au couer de son ourlet Alvas nádegas até o coração da greta.
Des filaments pareils à des larmes de lait Filamentos iguais a lágrimas de leite
Ont pleuré sous le vent cruel que les repousse Choraram sob o vento atroz que os arrecada
A travers de petits caillots de marne rousse, E os impede através de marnas arruivadas
Pour s’aller perdre où la pente les appelait. Até perderem-se na fenda dos deleites.
Mon rêve s’aboucha souvent à sa ventouse. Beijando-lhe a ventosa, o meu sonho o frequenta.
Mon âme, du coït matériel jalouse, A minha alma, do coito material ciumenta,
En fit son larmier fauve et son nid de sanglots. Qual lacrimal e ninho de soluços usa-a.
C’est l’olive pâmée et la flûte câline, É a oliva evaída é a flauta agreste,
Le tube d’où descend la céleste praline, O tubo pelo qual desce a amêndoa celeste,
Chanaan féminin dans les moiteures enclos. Feminil Canaã em seus rocios reclusa.
Rimbaud
Um comentário:
Vou comentar sobre José Paulo Paes, grande tradutor, ensaísta e poeta, tive a honra de ter sido amiga dele. Grande JPP!
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