Meu filho foi à praia com a namorada, os amigos de infância e levou o cão. Decidimos que deixaríamos o cão escolher seu próprio destino deste final de semana, e assim aconteceu no começo da noite de sexta, depois que voltei do escritório: Enquanto o garotão arrumava sua mochila, o alegre e atento cão não parava um instante, abanava seu rabo, observava cada movimento, caminhava atrás dele - grudado em seus calcanhares - pela casa e aguardava o momento de segui-lo para a folia certa. Os dois viajaram um pouco depois do jantar, no final do horário do rodízio de carros, enquanto eu, serena e tranquila, suavemente retirava pedaços de coisas e sentimentos que ao longo da semana aderiram a minha pele e aos meus cabelos. O algodão embebido na loção certa retirou as impurezas do rosto, o banho demorado, cremes, carinho e a liberdade tão bem-vinda, que não me permite o entendimento da necessidade que quase todos têm de morar com alguém. As pessoas temem tanto a solidão, mas eu gosto quando me integro ao espaço e o espaço se integra em mim. Gosto desta solidão plena, criativa, amorosa e nada solitária. Dormi tão bem e descansei como há tempos não descansava.
Acordei no sábado com vontade de enfeitar a casa, ler e ouvir música. Preparei meu café da manhã e o apreciei com prazer. Fui ao shopping buscar uma encomenda e encontrei uma amiga para o café da tarde ao ar livre. Depois, ao supermercado para compras básicas e à noite, no mesmo espaço tão aconchegante, reforcei a paz. Às vezes pensei, senti e de forma serena e fluida surgiram notícias sopradas de um mundo distante, confuso, estranho e com a essência tão vazia, no qual, novamente acontecem os mesmos erros e ilusões. E se a serenidade traz consigo a sabedoria, ao identificar os mesmos passos, ações e intenções (recém justificadas pelo egoísmo; mas sempre foi pelo seu exclusivo egoísmo), eu, no único e breve momento de tênue tristeza deste final de semana, fechei os olhos e devolvi o pensamento em luz.
Acordei no sábado com vontade de enfeitar a casa, ler e ouvir música. Preparei meu café da manhã e o apreciei com prazer. Fui ao shopping buscar uma encomenda e encontrei uma amiga para o café da tarde ao ar livre. Depois, ao supermercado para compras básicas e à noite, no mesmo espaço tão aconchegante, reforcei a paz. Às vezes pensei, senti e de forma serena e fluida surgiram notícias sopradas de um mundo distante, confuso, estranho e com a essência tão vazia, no qual, novamente acontecem os mesmos erros e ilusões. E se a serenidade traz consigo a sabedoria, ao identificar os mesmos passos, ações e intenções (recém justificadas pelo egoísmo; mas sempre foi pelo seu exclusivo egoísmo), eu, no único e breve momento de tênue tristeza deste final de semana, fechei os olhos e devolvi o pensamento em luz.
O domingo não alterou a deliciosa cadência. Preparei meu almoço com alegria e curto minhas leituras até a hora do café com outros amigos. Depois, a volta para o aconchego e o abraço a ser dado no filho, a folia com o cão.
Não erra quem afirma que é impossível amar alguém, sem antes aprendermos a nos amar; assim como é impossível conviver com alguém, sem antes aprendermos a conviver conosco e a gostar dessa especial e amorosa convivência.
2 comentários:
"Não erra quem afirma que é impossível amar alguém, sem antes aprendermos a nos amar; assim como é impossível conviver com alguém, sem antes aprendermos a conviver conosco e a gostar dessa especial e amorosa convivência."
Doce e querida Martha,
Quanta semelhança percebi neste nosso final de semana!
Faltou apenas o cão, que não tenho.
É minha querida, que bom saber que o seu final de semana também foi proveitoso e feliz!
Amo você!
Beijos,
Mari
Como sempre, passar por aqui é garantia de boa leitura.Delicioso o texto!
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