sexta-feira, 7 de março de 2008

Suave companhia

Há tempos não dormia tão bem. Acordei tranqüila, abri as janelas, comi uma fruta, preparei meu leite morno com chocolate, as torradas com geléia de cereja, queijo e peguei o jornal.
Separei o que interessa ler e liguei o som. Apreciei a leitura calma e sem pressa.
Dei uma olhada no chão e não encontrei o fiel cão. Por um momento esqueci que meu filho o levou ontem à noite para a praia. Eu deveria ter ido junto, mas desisti.
Preciso ir para o litoral. O ar marinho e o mar me ajudam muito. Os hormônios sintéticos, que substituem os que eram produzidos pela tireóide retirada, não fazem o efeito necessário. Eu sei, também preciso ir ao médico. Médicos e exames.
Pensei que, pela primeira vez depois de graves crises, ficar alguns dias sem o cão seria ruim. Janeiro meu filho viajou quinze dias e o cão e eu fizemos boa parceria.
Aprendi a assumir que estou em recuperação e tenho alguns medos recentes.
Também percebi que queria ficar um pouco só.
Conversei com duas amigas que ligaram e o dia passou leve e rápido.
É a primeira vez que fico sozinha desde a cirurgia e o tratamento, e reconheço que fui boa companhia. Aprendo a ser amena comigo.

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