
Necessidade? Capacidade? Obrigação?
Há algum tempo, em São Paulo, não se emendavam os dias que antecediam os feriados. Lembro que meus amigos de outros estados ligavam com a mesma pergunta: O que você está fazendo aí, em pleno feriado? Trabalho, ora.
Hoje, São Paulo pára e emenda e enforca e quem pode viaja nestes dias. Às vezes, viaja sem poder. Estranho esse comportamento.
Praia? Montanha? Cidades litorâneas e interioranas lotadas. Restaurantes lotados; mercadinhos lotados; ruas originalmente vazias e pacatas lotadas. Encontrar sempre as mesmas pessoas, sempre os mesmos programas, sempre os mesmos sempres. Diárias de hotéis mais caras. Alimentação mais cara. Tempo, o tempo perdido na estrada lotada de carros, aquele marzão sem fim de luzes contínuas tal qual árvore de natal deitada no chão. Mais stress fora daqui?- Você vai viajar?- Com amenidade e alegria sinceras respondo: Não.
Nestes dias, abençoados dias, São Paulo volta a ser minha e aproveito esta cidade como nunca. É incrível a reação de um lugar quando seus moradores se ausentam: O espaço se entrega, se alegra, fica mais colorido, muito mais calmo e leve. São Paulo é linda e querida vazia.
Parece que o fluxo contrário ainda me atrai. Você vai viajar? Eu fico.
Faço parte dos paulistanos autênticos que ficam, apesar de ser sagitariana típica, com rodinhas nos pés, asas nos braços e o espírito sempre pronto para viajar...
Quando eu mais gosto da minha cidade? Nos feriados. Adoro São Paulo nos feriados.
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