quinta-feira, 27 de março de 2008

Carlos Drummond de Andrade

Oh! se te amei, e quanto!
Mas não foi tanto assim.
Até os deuses claudicam
em nugas de aritmética.

Meço o passado com régua
de exagerar as distâncias
Tudo tão triste, e o mais triste
é não ter tristeza alguma.

É não venerar os códigos
de acasalar e sofrer.
É viver tempo de sobra
sem que me sobre miragem.

Agora vou-me. Ou me vão?
Ou é vão ir ou não ir?
Oh! se te amei, e quanto,
quer dizer, nem tanto assim

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