
A única cena de real prazer e liberdade de Zulmira ocorreu durante uma chuva forte, na qual a personagem se solta e os gestos elegantes de Fernanda Montenegro transmitiram toda a emoção. Aquela foi a única vez que Zulmira foi feliz de verdade.
O drama de Zulmira começou na noite de núpcias graças às atitudes higiênicas de seu marido, que lavava as mãos imediatamente após a intimidade do casal. Essa atitude feria Zulmira, dava-lhe a sensação de que o marido a desprezava, a considerava impura. Daí ao encontro furtivo com um estranho no banheiro da Confeitaria Colombo foi um pulo e o amante ensinou à Zulmira o prazer desconhecido. Alguém duvida que a vingança contra o marido higiênico não se transformaria em culpa? A culpa de Zulmira foi personificada na prima loira. Mais não conto.
A tristeza toda está na ausência de diálogo verdadeiro entre o casal e na incapacidade de um simples posicionamento da mulher: Ei, meu marido, pra que lavar as mãos depois de ficarmos juntos? ou coisa parecida. Zulmira não teve essa naturalidade e complicou demais sua vida, sem necessidade.
Do tempo que Pelé era Ademir
Hai-Kais de Leminski
Um comentário:
Q pena, não vi.
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