Ontem, meu filho veio seguido pelo cão ao meu quarto e sugeriu, ou melhor, definiu a programação do dia das mães. Entregou-me meu presente, disse que tomaríamos nosso café da manhã na doceria que eu mais gosto, depois, almoçaríamos no shopping e iríamos ao cemitério depositar flores no túmulo da yayá (vovó em grego).
Hum. Olho para o cão, abro meu presente, agradeço e resolvo que, pela primeira vez, eu quero ser a mãe e quero que o meu dia seja de um jeito diferente, para nós, mãe e filho, dois adultos com vinte e um anos de diferença.
Apesar da tentadora ideia eu considerei o horário e descartei o café da manhã na doceria preferida. Sugeri que meu filho descesse com o cão para o primeiro passeio diário e enquanto isso, eu tomaria um bom banho lavaria e secaria o meu cabelo (haja tempo para secar o cabelo).
Com vontade de boa refeição árabe, fomos à Brasserie Victoria, o melhor restaurante árabe da cidade de São Paulo. Não há outro igual, não há outro com a qualidade e a tradição do Victoria, desde a sua inauguração, na rua 25 de março, há mais de trinta anos. O segredo? Bons ingredientes e a constante presença do dono (atualmente, são os netos da dona Victoria que tocam o negócio, principalmente, a feitura de cada produto servido).
Ao mudarem para o bairro do Itaim, minha mãe, meu garotinho e eu íamos à Brasserie, no mínimo, quinzenalmente e nas tardes, durante a semana, a idosa dona Victória sentava-se à nossa mesa e comentava sobre sua vida e me dava conselhos.
Com vontade de boa refeição árabe, fomos à Brasserie Victoria, o melhor restaurante árabe da cidade de São Paulo. Não há outro igual, não há outro com a qualidade e a tradição do Victoria, desde a sua inauguração, na rua 25 de março, há mais de trinta anos. O segredo? Bons ingredientes e a constante presença do dono (atualmente, são os netos da dona Victoria que tocam o negócio, principalmente, a feitura de cada produto servido).
Ao mudarem para o bairro do Itaim, minha mãe, meu garotinho e eu íamos à Brasserie, no mínimo, quinzenalmente e nas tardes, durante a semana, a idosa dona Victória sentava-se à nossa mesa e comentava sobre sua vida e me dava conselhos.
Lembro que garota eu ia com minha mãe comprar massa fina, muito parecida com papel vegetal molinho, para o preparo dos deliciosos doces gregos que a ateniense fazia. Era o genro da dona Victória que nos atendia e foi o genro da dona Victória que, nesse domingo, lembrou-se da simpática e adorável dona E. e após carinhosa conversa me presenteou com quatro trouxinhas de tule repletas de amêndoas coloridas. "Você tem bolsa, minha filha? Coloca essas amêndoas dentro da sua bolsa."
Foi a alegre neta da dona Victória que fez a maior festa ao me ver e emocionada comentou sobre minha mãe, trocou ideias com meu filho e combinamos almoço durante a semana para colocarmos a vida em dia.
Nós não fomos ao cemitério, mas a minha mãe nos encontrou e ficou conosco o tempo todo.
Ah, lembram que comentei sobre a simpática filha da poetisa Cora Coralina, nossa vizinha durante anos? Pois lá estava ela, no mesmo restaurante, com o filho, a nora e a netinha. Comentei com o garotão sobre essa adorável coincidência de pensar nas pessoas e encontrá-las, mas não me aproximei para não atrapalhar o almoço da família.
Esta vida é uma delícia e grande parte do seu melhor está nas lembranças que mantemos, apesar do tempo, apesar da própria vida.
Citação de Bachelard
Um comentário:
Texto lindo; adorei!
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