sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Caixa amarela


Veio do Rio uma caixa amarela.
Primeiro o principal: O cartão. A querida Mana me conhece e sabe o que escreve. Mana quer que eu renasça. Mana nunca faz nada à toa.
O livro "A alma imoral" de Nilton Bonder, que Mana gostou e mandou um exemplar para mim. Está na contra-capa: "Há um olhar que sabe discernir o certo do errado e o errado do certo. Há um olhar que enxerga quando a obediência significa desrespeito e a desobediência representa respeito. Há um olhar que reconhece os curtos caminhos longos e os longos caminhos curtos. Há um olhar que desnuda, que não hesita em afirmar que existem fidelidades perversas e traições de grande lealdade. Este olhar é o da alma."
Com os olhos fechados abri página aleatória: "Sem medo de ser perverso. Uma das formas que o mar que nos imposibilita de caminhar assume em nosso imaginário é a da perversidade. 'Não posso fazer isso' é uma expressão que nos paralisa e nos faz acampar. Magoar outras pessoas ou agir de maneira imoral para com nossa formação e edudação são argumentos usados pelo corpo constantemente. Não há, no entanto, nenhuma maneira de ultrapassar o mar sem enfrentar a possibilidade de nossa perversidade..."
O super rímel da Lâncome 'hypnôse', 'noir hypnotic'. Mana trouxe do Caribe, via Nova York. Só eu sei, querida, o que significa este rímel. Retomo, aos poucos retomo.
O primeiro sebento "Não se pode amar e ser feliz ao mesmo tempo" de Nelson Rodrigues. Outra página aleatória com os mesmos olhos fechados: "É preciso merecer a fidelidade. A rigor, esta seção é destinada às mulheres, aos seus problemas, às suas alegrias e tristezas. De vez em quando, porém, abro exceção e respondo a uma carta masculina..." Mana foi buscar num sebo em Ipanema. Edição mais do que esgotada retornará ao Rio para que Mana também se divirta.
Aqui, igualmente, agradeço a preciosa dica de Nelson. Obrigada.
Por incrível que pareça deixei a caixa fechada até o dia vinte e oito como prometi. Ficou desafiadora sobre meu baú a me chamar o tempo todo. Não cedi.
Isso é um marco.
Resumo a história: Letras, olhar, bem querer. Tudo vinculado como deve ser.
Amizade de mana e verdadeiro carinho não reconhecem a geografia. Macaé não é ai. E nada é à toa. Obrigada, querida. Muito obrigada.

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