domingo, 26 de fevereiro de 2012

O que de mais belo soube sempre o disse, de repente, a alguém que não conhecia

Pode ser difícil, conflituoso até, o exercício do “e se” praticado solitariamente, você e seus botões mais falantes, ou em conjunto com alguém que a estima, sincero e íntimo o suficiente a ponto de bem conhece-la e a sua vida.
"E se" eu não tivesse feito aquela escolha, não tivesse adotado aquela atitude, não tivesse dito aquelas palavras, não tivesse agido daquele jeito, não tivesse me omitido, não tivesse deixado de lado aquela coisa, valor, sentimento e tudo mais que  faz parte da nossa vida? 
"E se" eu tivesse considerado minhas expectativas, tivesse sido mais egoísta, tivesse posicionado minha vida em primeiro lugar? 
"E se" eu não tivesse mudado de cidade, de país, de planeta? Costumam ser tantos os “e se”, ainda mais em uma vida plena e independente cujas rédeas estão bem firmes nas mãos, que não raro surgem Cíclopes e Lestrigões imaginários capazes das piores torturas internas, superáveis através dos seguintes entendimentos básicos:
1- Circunstâncias e sentimentos - Com o tempo circunstâncias e sentimentos perdem força, são esquecidos, apesar de serem os fatores que mais influenciam as diversas escolhas feitas ao longo da vida. Portanto, tenha em mente as circunstâncias e seus sentimentos no momento de cada escolha crucial.
Um exemplo banal: Se hoje você tem certeza que aquele par de sapatos caríssimos, de grife internacional, vermelhos com bolinhas roxas e fivelas lusco-fusco são de amargar, certamente, quando os compro você os considerou lindos e a sua cara, quem sabe o melhor investimento do ano e seu passe definitivo para a felicidade. Ora, escolher sapatos é ato de menor importância se comparado com a escolha da carreira, das reações diante da vida, do que se imaginava ser o verdadeiro grande amor.
2- Todos são mestres - Por mais complicado que possa ser considere mestres, professores, todas as pessoas que passaram por sua vida porque, certamente, com elas você aprendeu o que deveria, o que precisava aprender, mesmo o conhecimento anverso, que não deveria ser.
3- O devir - Este tem jeito meio surreal, transcendente, mas acredite que você está exatamente onde deveria estar, do jeito que deveria estar o que, no final, retira pesos, correntes, ônus abusivos e confere especial pertinência à todas as escolhas que a trouxeram até aqui.   

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