Bateu com firmeza na mesa e berrou que não seria de outro jeito:
- Não será do seu jeito!
Mas que jeito torto é esse, quem nem jeito é.
- Quem você pensa que é? O centro do universo?
Quem, eu? Mas não é no meu entorno que orbitam os satélites, você incluso, e tudo acontece. Não é o meu manipulado e dissimulado comando que cegamente é obedecido.
O estômago embrulhou mais quando surgiu a palavra cartilha.
Espuma no canto da boca, tsunami de palavras que carregou tudo o que encontrou pela frente. Cataclismo pleno de pesadas, dissuadidas e descabidas culpa e responsabilidade.
- Olha para mim.
Trovão.
- Olha para mim.
Desconforto.
- Olha para mim.
Não consegue.
A neurose está em contrariar a natureza e o sentimento que não tem controle, nem nunca terá.
Imagem de Eugene Atget
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