Para encerrar o tema compartilho um pouco mais de informação recém assimilada sobre a tireóide:
1- As doenças da tireóide não escolhem sexo, idade ou raça e podem atingir a todos, sem distinção. Conheço um garoto de doze anos que tem hipotireoidismo bravo e não consegue desempenhar suas atividades normais sem a dose diária de hormônios.
2- Nem sempre conseguimos identificar os sintomas conseqüentes do precário funcionamento dessa glândula. Insônia, alteração no peso, queda de cabelos, mudança de pele e unhas, irritabilidade, frio, confusão mental, insegurança, medo, tontura, alterações da menstruação, depressão, diminuição da visão e da audição são alguns dos inúmeros sintomas que as doenças tireoideanas trazem e, na maioria das vezes, são confundidos, ou pior, desconsiderados e até criticados.
3- Os exames da tireóide devem ser feitos habitualmente em cada check up periódico. O exame de sangue, que mede a dosagem dos hormônios específicos, pode não ser suficiente para identificar o grau de enfermidade da glândula. O ultra-som e o exame físico, realizados por bom médico, detectam nódulos que podem ser benignos, ou não.
4- O tamanho do nódulo é outro tema polêmico: Determinada corrente médica indica que nódulos com um centímetro devem ser puncionados e operados. Outra grupo entende que nódulos com um centímetro e meio mereceriam maior atenção.
5- Com o tempo, a tireóide enferma adere aos demais órgãos próximos. Portanto, a espera para a realização da cirurgia, quando sua indicação é clara e correta, só prejudica ao enfermo.
6- Os riscos imediatos de uma cirurgia de retirada da tireóide são: o dano que pode ocorrer nas cordas vocais e nas paratireóides. As paratireóides são responsáveis pela absorção do cálcio pelo organismo.
7- É comum o aumento de peso, do colesterol e da pressão sanguínea nas pessoas que operaram a tireóide. Sim, essa glândula também auxilia no equilíbrio desses índices.
8- Receber a confirmação do câncer não é tarefa fácil e cada um tem a sua reação. Eu pensei se valeria a pena continuar, arregacei as mangas e tentei olhar o bicho de frente. No entanto, depois da briga o que fica é a sensação de uma espada que flutua sobre o pescoço. São necessários cinco anos para que a recidiva seja afastada de forma mais firme. Eu olho para a espada, a espada olha para mim e decido o que fazer e como fazer.
Está em minhas mãos torná-la um canhão, um canivete ou uma leve pena branca de ganso. Conquistar a capacidade de escrever sobre o tema, após alguns meses, já é pequena vitória.
Dois dias antes da minha cirurgia fiz questão de prestigiar a apresentação de um grupo musical, que foi organizada pelo meu filho, e lá encontrei dois amigos meus: uma mais recente e o outro querido há mais de vinte anos. Minha amiga deu-me de presente o livro Ame-se e cure sua vida e comentou que havia procurado outro, da mesma autora, que estaria esgotado. Por sua vez, o meu amigo, que naquela ocasião soube da cirurgia, comentou sobre o mesmo livro. Seria coincidência duas pessoas que não se conhecem, em ocasião idêntica, sugerirem a leitura de um mesmo livro? Com esta introdução justifico a compra posterior do meu primeiro livro de auto-ajuda denominado Você pode curar sua vida de Louise L. Hay, que parece ser o hit de todos os enfermos, operados e cancerígenos. Está aqui, ao meu lado, e ainda não foi lido. Abro no capítulo quinze a lista, sou saudável, pleno e completo – e eu posso com isso? – para ler, segundo a autora, as possíveis causas das duas coisas que surgiram em minha vida: Câncer – mágoa profunda, ressentimento antigo, grande segredo ou pesar comendo o eu. Tireóide – humilhação, nunca consigo fazer o que quero. A lista de causas prováveis de todos os males que nos acometem é vasta e inclui arroto, celulite, zumbido, calosidade, gases, frieiras e flacidez. Se alguém tiver algum interesse basta escrever que a simpática administração providenciará a cópia das causas prováveis do que for perguntado.
Inauguro inédita fase zen e a principal atenção, pela primeira vez, sou eu.
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