Há tempos não dormia tão bem. Acordei tranqüila, abri as janelas, comi uma fruta, preparei meu leite morno com chocolate, as torradas com geléia de cereja, queijo e peguei o jornal.
Separei o que interessa ler e liguei o som. Apreciei a leitura calma e sem pressa.
Dei uma olhada no chão e não encontrei o fiel cão. Por um momento esqueci que meu filho o levou ontem à noite para a praia. Eu deveria ter ido junto, mas desisti.
Preciso ir para o litoral. O ar marinho e o mar me ajudam muito. Os hormônios sintéticos, que substituem os que eram produzidos pela tireóide retirada, não fazem o efeito necessário. Eu sei, também preciso ir ao médico. Médicos e exames.
Pensei que, pela primeira vez depois de graves crises, ficar alguns dias sem o cão seria ruim. Janeiro meu filho viajou quinze dias e o cão e eu fizemos boa parceria.
Aprendi a assumir que estou em recuperação e tenho alguns medos recentes.
Também percebi que queria ficar um pouco só.
Conversei com duas amigas que ligaram e o dia passou leve e rápido.
É a primeira vez que fico sozinha desde a cirurgia e o tratamento, e reconheço que fui boa companhia. Aprendo a ser amena comigo.
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