Dizem que Hemingway, Picasso e Matisse usavam Moleskine.
Imaginei Hemingway e Martha Gellhorn sentados em um dos charmosos cafés, que ficam próximos do Gran Canal de Veneza, cada qual com seu dry Martini e ele, devidamente inspirado, a escrever em seu Moleskine.
Ganhei o meu de presente e, por enquanto, ficará guardado na mesma caixa turquesa da agenda com capa tecida com lã, ao estilo anatoliano, e da caneta especialíssima pela história que representa. É a mania de guardar certas coisas para momentos inesquecíveis. O perfume, o cristal, o tecido, o champagne, a lingerie, o adorno, a bolsa, os sapatos, que ficam para depois. É comportamento que vem de longe, herdado, não constituído.
Aprendo que certos prazeres, por menores que sejam, podem ser usufruídos no presente. Mesmo porque o futuro começa no próximo minuto, e nossa existência é efêmera demais para postergar o bem-estar e a felicidade.
É uma forma também, de não esperar por momentos inesquecíveis, mas de criá-los agora, tornando-os bem mais freqüentes.
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