terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Arrumação, arrependimento e reparação
Por muito tempo eu quis seu arrependimento da crueza, das mentiras, da traição, do maltrato e da constante dureza, a de antes e a de agora. Eu quis remir.
Reforcei este querer recentemente, com a leitura de papéis que encontrei – reviver e melhor compreender certas coisas é muito ruim. Por favor, arrependa-se! Mas o arrependimento presume consciência, e quem quer se conscientizar? Afinal, com a compreensão dos erros cometidos surge a culpa. Eu não quero a sua culpa, nunca quis. A culpa é um dos elementos da manipulação. Eu quero o seu arrependimento verdadeiro e baseado na consciência.
Por muito tempo eu quis que com o seu verdadeiro arrependimento viesse a reparação. Mas a reparação presume bom coração. E quem quer reparar os erros cometidos? Ter trabalho, reforçar o caráter e agir corretamente, não parecem coisas fáceis. Mas esse, não seria esforço solitário, por que eu também faria o máximo para que a bem sucedida recuperação resultasse em total esquecimento, e tudo mais que a desconsideração da parte ruim traz em favor da verdadeira felicidade e até da cura. Só não posso mais continuar a fazer sozinha, o que é não é minha sina.
Então, responda: O que poderia substituir a ausência de consciência e de bom coração?
Enquanto isso, do outro lado de Gotham City, três grilos falantes se manifestam. O primeiro repete sem parar o mantra do macho de respeito: Não se esqueça, não se esqueça, não se esqueça. A segunda – é grilo fêmeo e espera seu primeiro grilo filhotinho – lança um carinho com seus lindos olhos azuis esverdeados preocupados e repete a mesma pergunta: Mas é isso que você quer para sua vida? O terceiro grilo, o que melhor conhece e sabe, só faz observar. E quando provocado diz apenas uma palavra. Uma única palavra.
Imagem de Doisneau
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