Uma amiga ansiosa perguntou a outra o que moveria uma pessoa – que não se envolve com nada e mantém-se o mais distante possível - a querer, sem mais nem por que, gozar o privilégio de entrar na casa dela, presumivelmente, em busca de carinho, aconchego, paz, papo e prazer, poucas horas antes de viajar com os atuais agregados para algum lugar fora da cidade e sumir, sem qualquer sinal de vida, durante dias.
- Talvez tornar sua própria vida mais tolerável, arriscou a outra.
- Certamente, tornar a minha vida infernal, completou a primeira.
Concluíram que velhas fórmulas e comportamentos egoístas ultrapassados não levam a nada e ainda viciam a existência, tornando-a menor. Ambas optaram pela vida sem teatros que conferem pesos desnecessários, diminuem a boa energia e retiram a leveza, a fluidez, a verdade e a alegria. Parece que também dispensaram o uso de máscaras, apesar das rugas iniciais.
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