Convencer e controlar são duas ações distintas, cada qual com seu significado exato.
Convencemos, nos convencemos ou somos persuadidos a nos convencer e passamos a aceitar alguma idéia ou fato, baseados em razões e argumentos bem definidos e racionalmente fundados. No entanto, o convencimento também pode compreender o envolvimento e a atração, que dependem da atuação, da trama criada e da força dramática de alguém. Não é à toa que levar e induzir também são sinônimos de convencer.
Controlar-se, controlar alguém, algo ou alguma situação presumem o monitoramento, a contenção, o domínio e o exercício do poder. O controlador deve ser hábil, articulado e impedir a vantagem do outro. O controlador não consegue relaxar, desconhece a leveza e a fluidez natural da vida e sofre ao perceber a diminuição de sua capacidade de centralizar e manipular as situações e as pessoas.
O convencimento puro, baseado na razão, na correção e desprovido de qualquer interesse é instrumento válido para arrefecer a ignorância. No entanto, há os que se servem do convencimento maculado por seus próprios interesses para exercer o controle. Poucos conseguem enxergar o controle exercido através do tendencioso convencimento. Raros são os que compreendem o desgastante jogo de interesses existente em alguns relacionamentos, que primam pelo controlador convencimento. Infelizes são os que reconhecem a situação e ainda se esforçam em favor de sua manutenção. Dependendo da intenção, convencer se torna ato contínuo do controlar e esses dois verbos são incompatíveis com o amar e o confiar.
O mais difícil de tudo, pela sutileza e nuances tão envolventes, é percebermos quando o aparente controlado é quem de fato controla. Sem dúvida é um teatro extremamente cruel exercido com maestria por poucas pessoas.
Infelizmente, o correto significado de algumas palavras é desvirtuado. Deveria haver alguma regra gramatical para resolver essas situações.
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