quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Saúde

Dieta pobre em carboidratos danifica as artérias

A dieta rica em proteínas aumentaria riscos de arteriosclerose
Cientistas americanos sugerem que as dietas pobres em carboidratos e ricas em proteínas aumentam o risco de infartos e ataques cardíacos porque causam danos nas artérias. Os pesquisadores do Beth Deaconess Medical Center, da Universidade de Harvard, testaram três dietas diferentes em camundongos e afirmam que a alimentação rica em peixes, carnes e queijo – como as dietas de Dr. Atkins e South Beach, por exemplo – causaram danos às artérias dos roedores. Os animais foram divididos em três grupos: o primeiro recebeu uma dieta padrão, o segundo uma dieta ocidental rica em gordura e o terceiro recebeu uma dieta pobre em carboidratos e rica em proteínas.
Depois de 12 semanas, os cientistas analisaram os camundongos e identificaram que a dieta pobre em carboidratos não havia alterado os níveis de colesterol nos animais testados. A equipe identificou, no entanto, uma diferença significativa no impacto na arteriosclerose – formação de uma placa de gordura na parede arterial que pode levar a ataques cardíacos e infartos.
Segundo os resultados, publicados na edição mais recente da revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, os camundongos que receberam a dieta pobre em carboidratos haviam ganhado menos peso, mas desenvolveram 15% a mais de arteriosclerose do que aqueles com a dieta padrão. O grupo que recebeu a dieta ocidental apresentou um aumento de 9% nos níveis de arteriosclerose. Os pesquisadores não explicaram as razões para esse efeito negativo nas artérias, mas sugerem que as dietas pobres em carboidratos podem afetar o modo como as células da medula óssea limpam os depósitos de gordura das artérias. As dietas ricas em proteínas e que reduzem ou cortam o consumo de carboidratos atraíram atenção e controvérsia depois de um aumento de adeptos desses regimes na década de 90.
Efeitos: Segundo o pesquisador Anthony Rosenzweig, principal autor do estudo, os resultados foram tão preocupantes que ele decidiu interromper a dieta pobre em carboidratos que estava seguindo.“Nossa pesquisa sugere que, pelo menos em animais, essas dietas podem ter efeitos cardiovasculares adversos”, disse.
“Tudo indica que uma dieta equilibrada, combinada com exercícios frequentes é provavelmente melhor para a maioria das pessoas”, afirmou o pesquisador.
Joanne Murphy, da Stroke Association, também afirmou que uma alimentação equilibrada é a melhor recomendação.“Sabemos que alimentos como a carne vermelha e produtos lácteos, ricos em proteínas, também contém altos níveis de gordura saturada que podem ficar armazenadas nas artérias”.Murphy afirmou ainda que a pesquisa da Universidade de Harvard ainda está no estágio inicial e que ela gostaria de ver mais avanços no assunto. Ellen Mason, da ONG British Heart Foundation, afirmou que é difícil aplicar os resultados em humanos, mas afirmou que as dietas ricas em proteínas “não são tão saudáveis quanto a alimentação equilibrada”.



Pipoca pode ajudar a evitar câncer

Pipoca é rica em antioxidantes, dizem cientistas
A pipoca e outros cereais matinais contém “quantidades surpreendentes” de substâncias antioxidantes conhecidas como polifenóis – que têm potencial de diminuir o risco de câncer e doenças cardíacas – normalmente encontradas em frutas e legumes. O estudo foi apresentado por cientistas da Universidade de Scranton, na Pensilvânia, durante a 238ª Reunião da American Chemical Society (ACS), em Washington. Os polifenóis são a principal razão pela qual frutas e legumes – e alimentos como chocolate, vinho, café e chá – se tornaram conhecidos por seu potencial para diminuir o risco de doenças. Até agora, acreditava-se que esses cereais eram alimentos saudáveis e ajudavam a combater o câncer e doenças cardíacas por causa de seu alto teor de fibra, mas segundo os autores do estudo, ninguém havia comprovado a alta presença de polifenóis. “Mas recentemente, os polifenóis emergiram como potencialmente mais importantes. Os cereais matinais, macarrão, biscoitos e salgadinhos feitos à base de grãos (como pipoca) constituem mais de 66% do consumo de grãos na dieta americana”, disse o químico Joe Vinson, autor do estudo. Segundo os cientistas, a quantidade de antioxidantes encontradas em cereais integrais é comparável à encontrada nas frutas e legumes, por grama. Os polifenóis são substâncias químicas encontradas em muitas frutas, legumes e outras plantas, como frutas vermelhas, nozes, azeitonas, folhas de chá e uvas. Conhecidos como antioxidantes, eles removem os radicais livres do corpo. Os radicais livres são substâncias que têm potencial de danificar células e tecidos do corpo. Os cereais integrais com maior quantidade de antioxidantes são feitos com trigo, milho, aveia e arroz, nesta ordem, segundo Vinson. Segundo o químico, farinhas integrais também tem alto teor de antioxidantes, salgadinhos de grãos integrais tem ligeiramente menor quantidade de antioxidantes do que cereais matinais e, dentre esses salgadinhos, a pipoca é a mais rica em antioxidantes.


Cortar calorias pode melhorar memória

Especialistas alertam para os riscos de seguir dieta sem médicos.
Uma pesquisa realizada na Alemanha indica que cortar em 30% a ingestão de calorias pode melhorar a memória.
Na pesquisa, voluntários, que tinham em média 60 anos de idade, foram divididos em três grupos. O primeiro seguiu uma dieta normal; o segundo teve um regime semelhante, mas com mais ácidos graxos insaturados (encontrados no azeite de oliva e nos peixes, por exemplo); e o terceiro adotou a dieta com 30% menos calorias. Depois de três meses, os dois primeiros grupos refizeram testes de memória e seus resultados foram os mesmos. Já os 50 voluntários do terceiro grupo conseguiram mais pontos após a dieta. Eles também apresentaram outros sinais de melhora física, com uma queda nos níveis de insulina.
Segundo os cientistas, essas mudanças poderiam explicar o melhor desempenho da memória, ao manter as células cerebrais mais saudáveis."As descobertas podem ajudar a desenvolver novas estratégias de prevenção e tratamento para manter a saúde cognitiva até a velhice", disseram os autores da pesquisa em um artigo publicado na revista do Proceedings of the National Academy of Sciences.
A pesquisa aumenta ainda mais o interesse nos possíveis benefícios de dietas de restrição de calorias. Pesquisas recentes com animais tinham sugerido que as dietas podem ajudar a ampliar a longevidade e a retardar o início de doenças relacionadas ao envelhecimento. Mas ainda não se sabe ao certo se esse seria o caso em humanos e se o corte nas calorias deveria ser ou não "radical".
O mecanismo que pode trazer esses benefícios ainda estão sendo investigados. Há teorias de que a redução calórica diminuiria a produção dos chamados radicais-livres, que provocam o envelhecimento celular.
Especialistas em nutrição, no entanto, alertam para os riscos de se adotar uma dieta alimentar sem acompanhamento médico. "Todos - especialmente aqueles que já estão com peso normal ou abaixo do normal - precisam ser extremamente cuidadosos ao tentar fazer uma dieta", disse à BBC uma porta-voz da British Dietetic Association."Existem outros estudos que mostram que a redução de calorias ou de refeições pode interferir na memória e nas funções cerebrais
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Relaxar é mais eficaz que dieta para emagrecer

Relaxar pode ser uma forma mais eficaz de perder peso do que fazer dieta, sugeriu um estudo da Universidade de Otago, na Nova Zelândia.
A pesquisa acompanhou por dois anos o progresso de 225 mulheres com o peso acima da média e obesas que, divididas em três grupos, participaram de programas diferentes que incluíam meditação e visualização positiva; exercício físico e nutrição e folhetos com informações nutricionais. Cada programa tinha a duração de dez semanas. O primeiro grupo foi o que teve mais sucesso na perda de peso - uma média de 2,5 quilos. "Nós descobrimos que a intervenção mais bem sucedida envolveu o intenso treinamento em técnicas de relaxamento ao mesmo tempo em que equipamos as mulheres para reconhecerem e evitarem estresse que leva (uma pessoa) a comer", disse a co-autora da pesquisa, Caroline Horwath, do Departamento de Nutrição Humana.
Longo prazo: Horwath disse que o fato de os programas "terem sucesso em impedir o aumento do peso por 12 meses é um resultado muito positivo".
A pesquisa mostrou que a abordagem dietética tradicional de restringir tanto calorias quanto tipos de alimento traz poucos resultados em se conseguir a perda de peso no longo prazo, afirmou Horwath. "Dentro de cinco anos, várias pessoas em dieta recuperaram o peso que perderam e acabam mais pesadas do que quando começaram. Elas também tendem a desenvolver atitudes muito insalubres em relação a comida e perdem sua habilidade natural para reconhecer quando estão com fome ou saciadas." A abordagem sem dieta se concentra em melhorar o estilo de vida para reforçar a saúde independentemente da perda de peso, disse a pesquisadora. "Todos os três tipos de intervenção no estudo encorajaram mulheres a se libertarem de dietas crônicas e a fazerem mudanças sustentáveis no seu estilo de vida. Isto incluiu prestar atenção na sensação de fome e saciedade, ao invés de se concentrar na perda de peso." "Nós fornecemos ferramentas para ajudá-las a lidar com pensamentos, emoções e atitudes para encorajá-las a recuperar o prazer de comer como uma atividade natural ligada à fome ao invés de ao estresse." O programa, adaptado de um desenvolvido pelo Harvard Mind-Body Medical Institute, mostrou uma melhoria significativa na redução de sintomas psicológicos como ansiedade e depressão e sintomas médicos como dor, fadiga e insônia, concluiu Horwath. O estudo foi divulgado no American Journal of Health Promotion.

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