Desconsidere a rotina. Espreguice com vontade, solte o corpo, solte a mente, solte um grito, um suspiro, um gemido. Saia do outro lado da cama, abra a janela e respire fundo, faça uma reverência, declame um poema, cante alguma música, faça uma pirueta, agradeça ao imaginário público e ria de você mesmo. Coma algo diferente, use xampu ou sabonete com aroma agradável e inédito, faça algo inusitado pelo simples prazer, pela traquinagem envolvida: Ande molhado pela casa, dance ao som de alguma música agitada, sorria, observe mais as cores e imagine a nova disposição dos móveis. Faça outro percurso, ande mais, olhe as fachadas dos prédios, das casas, mude o compasso, o tamanho do passo, estique mais as pernas, brinque de chegar primeiro - mas você está sozinho - controle a velocidade dos seus passos e descubra quando o sinal ficará verde para não interromper seu caminhar. Mude o jeito, esqueça o bom dia e diga outro comprimento, seja gentil com você e com os demais. Não conte as horas, não se aborreça, lembre-se da pirueta matinal, das marcas dos pés molhados no chão, sinta o aroma da sua pele. Volte antes, volte depois, pare no meio do caminho ou siga em frente, compartilhe um suco, um café, meia hora de conversa fiada, vá ao cinema, folheie um livro, observe as pessoas, observe o luar. A rotina não é imposta, mas assumida. Basta querer para mudar. A mudança começa por dentro, pelo jeito de encarar.
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