sábado, 27 de outubro de 2007

Olha a manga docinha... Quem vai querer

Chamamento típico das feiras livres paulistanas, a alegre oferta de suculenta manga aden com direito a comer um pedaço recém cortado pelo solícito vendedor, não aconteceu ao lado da tentadora barraca dos deliciosos e imperdíveis pastéis da dona Maria, que todas as sextas feiras insistem em atentar contra os chatos índices de colesterol e triglicérides, mas em plena loja de conhecida rede de supermercados desta cidade, feita por simpático empregado vestido de branco, na cabeça toquinha da mesma cor, mistura de papel com suposto tecido.

O prazer de preparar o alimento é antecedido pela escolha dos corretos ingredientes, muitos deles encontrados em supermercados. Em casa temos acordo tácito sobre o tema: A visita as gôndolas de alimentos é minha. A folia também. Escondo dentro da fronha do travesseiro pacote de biscoitos importados especiais; deixo outras gostosuras na parte de trás das prateleiras do armário, para cobrir de mimos e resgatar o ânimo nos dias estressantes; preparo surpresas guardadas na geladeira e agito o cão com os petiscos fedorentos que ele tanto gosta.

Paciência. Fazer compras em supermercado demanda imensa paciência, constantemente desafiada pela lentidão de alguns consumidores, pelo espaçoso e inconveniente comportamento de alguns demonstradores das inúmeras marcas de produtos expostas e pelas conversas mantidas no meio dos corredores.

Quantos obstáculos você transpôs durante suas compras desta semana? Cinco.
As duas senhoras que trocavam receita de bolo de cenoura e impediam a passagem no corredor dos produtos de higiene; a responsável pela seção de verduras e vegetais que resolveu arrumar as bandejas de tomates, abobrinhas, aspargos e vagens, no exato momento que eu procurava tomates, abobrinhas, aspargos e vagens; o moço com uniforme da fábrica de óleo de milho e girassol que esparramou as caixas desses produtos pelo caminho; a sub-sub-gerente responsável pela área de vinhos que por nada, mas por nada mesmo, saiu de frente da parte reservada aos produtos chilenos e o moço que guardava sorvetes no freezer. Ta, esse, eu perdôo.

Falta organização e planejamento? Consideração? Especial atenção para as pessoas de idade que não alcançam certos produtos colocados lá, bem no alto? Qualidade? Preocupação com a segurança de clientes e empregados?
De que adianta cartão especial, sorteio de viagem, cafezinho em garrafa térmica se o principal é prejudicado? Eis o motivo do acordo tácito: Poupo meu filho dessa periódica brincadeira.

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei estar aqui! Assim que puder voltarei, ou jamais volte, quem saberá? Neste fantástico mundo dos Blogs, a única certeza que temos é a necessidade pulsante da escrita. Uns são muito ruins, mas o seu surpreende, de tão bem escrito e interessante! Parabéns! Caso queira e possa, também tenho um, eis o endereço:
http://portaladaspalavras.blogspot.com
Mas aviso, lá nada poderá ser encontrado de imprevisível...rs
Um fraterno abraço!