sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Simplificar a vida, ou, a excelência ao alcance de todos

Vejo cafeteiras cada vez mais sofisticadas, fantásticas e algumas preparam cafés gostosos a ponto de, eventualmente, tentarem esta que vos escreve (eu gosto de chás e leite com chocolate). Máquinas que se transformam no centro das cozinhas (quem sabe da casa inteira) e são manuseadas com tamanha destreza, a ponto de demandarem um barista particular para o preparo do cafezinho de cada dia. 
Sem dúvida estamos mais sofisticados e nossa sofisticação nos leva à escolha do melhor vinho, o melhor azeite, a melhor água mineral, o melhor grão de café, a melhor flor de sal e tanta melhoria amplia nosso conhecimento sobre coisas antes impensáveis, ou, desconsideráveis, além de fortalecer nossa ansiedade e complicar a vida. 
Volto às super cafeteiras e a inevitável lembrança que trazem do brick, como há séculos, na Grécia e na Turquia, é chamada a mini panelinha bem barata, com formato diferente, que com água filtrada e café de boa qualidade moído fino, sem erro, prepara o melhor café. Repare bem, cara senhora, caro senhor, para usar essa panelinha à toa não é necessário filtro de qualquer espécie, energia elétrica, tampouco prática e habilidade. E se vocês têm por perto uma tia idosa, também conhecerão o futuro através da leitura mágica da borra no fundo da xícara.

A simplificação da vida é exercício saudável, necessário e nos remete ao passado. Hoje, graças à complexidade que nos impusemos, a excelência é sobrecarga

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