Puxa, será que você não entende o mecanismo do choro? Será que você não percebeu que ainda não sucumbiu de vez, por que deixa a alma aguar? Quer dizer, você não deixa, mas sua alma é rebelde.
Várias vezes me disseram que sou marcante. Não sei bem o que isso significa. Sei que há algum tempo faço esforço danado para passar desapercebida, ensimesmada que estou (não sou). Às vezes incomodados sem querer. Pessoas incomodadas incomodam ainda mais. Sinceramente, não quero incômodo algum.
Foi a primeira vez que vi isso: Grupinhos se formaram para me encher de carinho, ânimo, presentes, cartões e mágicos dizeres. Gosto muito de ler o que as pessoas escrevem.
As rosas, estas rosas, são as mais belas que já ganhei. Há muito tempo não vejo rosas com esta qualidade: Cabo longo e perfeito, pétalas que parecem veludo e cor forte, densa. Até pensei se eram de verdade... Que absurdo! Tomar o artificial pelo natural. Desta vez não chorei. Mas vi duas queridinhas chorarem e isso não esperava.Certas coisas que acontecem em determinados cenários merecem registro. Subverter os cenários é uma das gostosas brincadeiras.
Acho que de alguma forma sou marcante, embora não faça absolutamente nada para ser.
Acho que de alguma forma sou marcante, embora não faça absolutamente nada para ser.
"A franja da encosta
Cor de laranja
Capim rosa chá
O mel desses olhos luz
Mel de cor ímpar
O ouro ainda não bem verde da serra
A prata do trem
A lua e a estrela
Anel de turquesa
Os átomos todos dançam
Madruga
Reluz neblina
Criança cor de romã
Entram no vagão
O oliva da nuvem chumbo
Ficando
Pra trás da manhã
E a seda azul do papel
Que envolve a maçã
As casas tão verde e rosa
Que vão passando ao nos ver passar
Que vão passando ao nos ver passar
Os dois lados da janela
E aquela num tom de azul
Quase inexistente azul que não há
Azul que é pura memória de algum lugar
Teu cabelo preto
Explícito objeto
Castanhos lábios
Ou pra ser exato
Lábios cor de açai
E aqui trem das cores
Sábios projetos
Tocar na central
E o céu de um azul
Celeste celestial."
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