terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Rumi

“Se alguém lhe perguntar como se desvela
a mais perfeita sensação do gozo,
eleve os olhos e diga

Assim.

E quando alguém mencionar
a graça do céu noturno,
suba no telhado, dance, e diga

Assim?

Se alguém quiser saber o que é
o espírito, ou a essência de Deus,
incline a fronte em sua direção,
mantenha o rosto colado

assim.

E quando alguém evocar a velha poesia
das nuvens que, aos poucos, encobrem a lua,
afrouxe pouco a pouco os nós da tunica.

Assim?

Se alguém quiser saber como Jesus
levantou os mortos das tumbas,
não tente explicar o milagre.
Beije seus lábios.

Assim. Assim.

E quando alguém perguntar
o que é morrer por amor,
faça um sinal

aqui.

Se alguém quiser saber quão alto é,
hesite, e meça com seus dedos
os espaços entre as rugas da sua testa.

Deste tamanho.

A alma às vezes larga o corpo,
e então retorna. Se alguém não acreditar,
volte para a minha morada.

Assim.

Quando os amantes sussurram,

estão contando a nossa
história

Assim.

Eu sou um céu onde espíritos vivem.
Mergulhe neste azul profundo
onde a brisa espalha segredos

Assim.

Quando alguém perguntaro que
há de se fazer,
acenda a vela em suas mãos.

Assim.

Como o perfume de José
chegou a Jacó?

Shhhhhhh!

E como retornou
o suspiro de Jacó?

Shhhhhhh!

A brisa suave limpa os olhos.

Assim.

Quando Shams retornar de Tabriz,
seu rosto há de mostrar-se atrás da porta,
e nos surpreenderá.

Assim.”

Obrigada, amigo Felipe, pelo lindo poema.

Sentimos mais Rumi e aprendemos algo
sobre os dervishes em Kônia, na Turquia.

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