1. Que está ou vive sozinho, ou gosta de estar só (navegador solitário); ISOLADO [antôn.: Antôn.: acompanhado.]
2. Que ocorre na solidão (existência solitária); RECLUSO; RETRAÍDO
3. Que não convive com seus pares ou semelhantes (caçador solitário); DESACOMPANHADO [Antôn.: acompanhado.]
4. Que se encontra em lugar longínquo, afastado das concentrações humanas (cabana solitária)
5. Que foi abandonado por todos; que se encontra só; APARTADO [antôn.: Antôn.: congregado.]
6. Bot. Que nasce e floresce de maneira isolada (arbusto solitário); SÓ
7. Bot. Que só tem um caule; UNICAULE
8. Indivíduo que vive em solidão; EREMITA; ERMITÃO; MISANTROPO
9. Monge que vive em isolamento; ANACORETA
10. Nome comum a certos religiosos que vivem isolados do mundo
11. Joia em que se coloca apenas uma pedra preciosa
12. P.ext. A pedra que se coloca nessa joia, esp. o diamante
13. Vaso longo e estreito no qual se colocam ger. uma ou duas flores de haste comprida
“Atirado ao deserto, era agora um animal solitário"
Isole, bata na madeira, segure o patuá, reze fervorosamente todas as orações conhecidas e crie suas próprias orações, entoe mantras, medite, dê três pulinhos meia volta e volta e meia, prometa, reprometa, ofereça o sacrifício e, principalmente, não cite a palavra, a tal, diga apenas “so”, a mesma atitude adotada com o cancer, céus! o “ca”, nós não dizemos essas palavras. Nós não dizemos!
Acreditamos que evitar a palavra impede sua materialização, a mantém irreal e distante. “Ca”, “so” e outros monossílabos baseados em nossos temores.
Sim, é fato que aceitamos o inaceitável, contaminamos nossas vidas com relacionamentos sofríveis, perdemos precioso tempo, diminuímos nossas expectativas ou deixamos de ter expectativas, nos enganamos e consideramos verdade a mentira e a meia mentira, nos iludimos com fictícia qualidade de vida, cerceamos nossa intuição, desconsideramos todos os sinais de nosso organismo, fechamos os olhos e a mente, tudo para evitar a solidão amorosa e a sensação de animais solitários atirados no deserto sem um oásis, a sombra de uma tamareira, sequer uma gota de água.
Estar só é considerado castigo ou, no mínimo, incapacidade para encontrar a cara metade (não tão cara nem metade, comumente diversas pseudometades mantidas por períodos variados ao longo da vida) que nos firme socialmente, nos enquadre em categoria super valorizada e nos poupe do estigma de criaturas problemáticas, desequilibradas, idiossincráticas e, quem sabe, com a casa cheia de gatos.
Posicionar-se optante da solidão amorosa parece coisa de outro mundo e desafia o entendimento dos que, consciente ou inconscientemente, temem a solitude. Pois é esta a minha certeza atual, baseada na vivência dos últimos anos: A solidão amorosa é opção corajosa que em nossa vida adulta deve ser abraçada e aproveitada para nosso melhor aprendizado, para reconhecer e se desfazer de amalgamas emocionais, para observar a vida sem influencias e definir com exatidão o que queremos, arrumar nosso interno, fortalecer nossas referências e qualidades, concluir nossa construção e, no futuro, melhor conviver com o outro. Longe de ser eremita, reclusa, retraída, isolada, mantenho a opcional solidão amorosa a meu favor e afastada da inevitável assimilação do outro, sempre resultante das relações amorosas, pela primeira vez na vida eu me encontro.
O meu timbre de voz, a minha maneira de falar, o meu pensar, os meus trejeitos, as minhas crenças e certezas, o meu gostar e o desgostar, finalmente identificados, meus, sem a influência de algum ser amado. Como é possível viver com o outro sem nele se perder? Como é possível viver bem com o outro sem se conhecer? A solidão amorosa traz bem-vinda oportunidade única e dela não necessito qualquer resgate - por mais que você entenda o contrário.
Longe de ser sinonimo de vulnerabilidade, a solidão amorosa é o melhor caminho para se encontrar.
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