Volto ao Jogo da Amarelinha de Júlio Cortázar. Décima terceira edição da Civilização Brasileira, selo da editora Record, seiscentas e trinta e nova páginas e um único exemplar existente na rede da livraria Cultura. O título foi localizado pelo prestativo vendedor através do sistema, na loja de Campinas, e após a confirmação da encomenda em rápido telefonema acertaram a entrega do livro às 18 horas daquela tarde, na loja de São Paulo. Confirmei que na hora do almoço do dia seguinte eu retiraria o livro na Cultura e assim fiz, depois da sopa cremosa (fez frio em São Paulo nesta semana), do brioche e do cappuccino com raspas de chocolate, mas o livro não foi localizado. Minutos de espera, o prazo para voltar ao escritório cada vez menor e o rapaz da seção de encomendas insistia para que eu falasse com a coordenadora, enquanto eu pensava: Mas que de adiantará falar com a coordenadora, se não localizam o livro e eu devo voltar aos meus afazeres? Após certo tempo a coordenadora apareceu, desculpou-se e anotou meu telefone. No meio da tarde recebi seu telefonema avisando-me sobre a localização do livro e efetuando-me dois pedidos: Que eu aceitasse o livro como um presente da livraria pelo atraso havido e que eu o recebesse em meu escritório até o final daquela tarde. Insisti no pagamento do livro e afirmei que o atraso em nada me havia prejudicado, mas ouvi como resposta que a qualidade do atendimento da livraria somente seria preservado se eu aceitasse o livro como presente. Infelizmente, não estamos mais acostumados a praticar e muito menos a receber gentileza; e com quem quer que eu comente sobre a delicadeza dessas atitudes, a reação de surpresa é a mesma.
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