terça-feira, 30 de junho de 2009
Gostosura - massa
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Mais sono
Eles concluíram que uma boa soneca com sonhos estimula a criatividade.
A equipe da University of California San Diego fez experimentos para verificar se "incubar" o problema aumenta as chances de soluções inspiradas.
E descobriu que sim, especialmente quando as pessoas entram na fase conhecida como REM (sigla inglesa para Rapid Eye Movement ou movimento rápido do olho), estágio do sono em que ocorrem os sonhos mais vívidos.
O trabalho foi publicado na revista científica Proceedings of the National Academy Of Sciences.
Na manhã dos testes, um grupo de 77 voluntários recebeu uma série de problemas para resolver. Eles foram orientandos a pensar sobre o problema até a tarde daquele dia, seja descansando sem dormir ou dormindo. Os que dormiram tiveram seu sono monitorado pelos cientistas.
Comparados aos participantes que apenas descansaram ou que dormiram sem alcançar o estágio REM, os voluntários que dormiram e atingiram o estágio REM apresentaram maior probabilidade de sucesso na resolução do problema.
O estudo revelou que o grupo que atingiu a fase REM durante o sono melhorou sua habilidade de resolver problemas criativamente em cerca de 40%.
Os resultados indicam que não são apenas o sono ou a passagem do tempo que determinam o sucesso na resolução de problemas e, sim, a qualidade do sono.
Para os autores do estudo, apenas o sono onde o estágio REM é atingido tem o poder de melhorar a criatividade.
Eles acreditam que o sono REM permite que o cérebro forme novas conexões nervosas sem a interferência de outras conexões de pensamento que ocorrem quando estamos acordados ou dormindo sem sonhar.
"Nós propomos que o sono REM é importante para a fusão de novas informações com experiências passadas para criar uma rede mais rica de associações para uso futuro", disseram os autores à revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Gostosura
domingo, 28 de junho de 2009
Em paz
Acordei no sábado com vontade de enfeitar a casa, ler e ouvir música. Preparei meu café da manhã e o apreciei com prazer. Fui ao shopping buscar uma encomenda e encontrei uma amiga para o café da tarde ao ar livre. Depois, ao supermercado para compras básicas e à noite, no mesmo espaço tão aconchegante, reforcei a paz. Às vezes pensei, senti e de forma serena e fluida surgiram notícias sopradas de um mundo distante, confuso, estranho e com a essência tão vazia, no qual, novamente acontecem os mesmos erros e ilusões. E se a serenidade traz consigo a sabedoria, ao identificar os mesmos passos, ações e intenções (recém justificadas pelo egoísmo; mas sempre foi pelo seu exclusivo egoísmo), eu, no único e breve momento de tênue tristeza deste final de semana, fechei os olhos e devolvi o pensamento em luz.
Pandemias
sábado, 27 de junho de 2009
Sono
Uma pesquisa britânica sugere que a falta de sono aumenta mais o risco de doenças cardíacas em mulheres do que em homens.
Dormir menos do que oito horas por noite já foi relacionado a um aumento dos riscos de problemas do coração.
Mas agora os pesquisadores do University College, de Londres, e da Universidade de Warwick descobriram que os níveis de marcadores inflamatórios, indicadores de doença cardíaca, variam de forma significativa de acordo com a duração do sono em mulheres, mas não em homens.
A pesquisadora Michelle Miller, da Universidade de Warwick, afirmou que a descoberta é mais uma prova que sugere que a duração do sono tem um papel importante na saúde do coração.
"Os resultados também são consistentes com a ideia de que dormir sete ou oito horas por noite parece ser o mais adequado para a saúde", afirmou.
Pesquisas anteriores sugeriram que pessoas que dormem menos de cinco horas por noite têm maior risco de morrer devido a doença cardiovascular, comparadas com aquelas que dormem oito horas por noite.
O estudo, publicado na revista especializada Sleep, se baseou em informações de mais de 4,6 mil funcionários públicos de Londres com idades entre 35 e 55 anos. Destes, 73% eram homens.
A pesquisa descobriu que os níveis de uma molécula chamada interleucina-6 (IL-6), que é conhecida por desencadear inflamações, foram bem mais baixos em mulheres que dormiam oito horas, comparado com aquelas que dormiam menos de sete horas.
Os níveis de outra molécula, a proteína C reativa de alta sensibilidade (hs-CRP), que está ligada a problemas cardíacos, foram mais altos em mulheres que dormiam por cinco horas ou menos.
Michelle Miller acrescentou que são necessárias mais pesquisas para descobrir exatamente a razão de a falta de sono ter, potencialmente, mais efeitos negativos em mulheres.
No entanto, a pesquisadora informou que as diferenças em níveis hormonais podem ser a chave para esta descoberta. Existem trabalhos que sugerem que os níveis dos marcadores inflamatórios são diferentes em mulheres antes e depois da menopausa.
Janet Mullington, da Harvard Medical School, afirmou que ainda existem muitas perguntas sem respostas a respeito dos efeitos da falta de sono. Ela disse que é possível que a mudança nos níveis dos marcadores inflamatórios observada em experiências que envolvem falta de sono fossem apenas reflexos a médio prazo da batalha contra a sonolência.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Plantas raras
O trabalho, fruto de uma parceria entre a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e a ONG Conservação Internacional, é resultado de dois anos de pesquisas que reuniram 175 cientistas de 55 instituições brasileiras e internacionais.
Nas pesquisas, os cientistas também identificaram 752 áreas de relevância biológica para a conservação da flora brasileira e verificaram que 50% dessas áreas estão degradadas.
Segundo os organizadores da obra, a publicação poderá reacender uma polêmica entre cientistas e o Ministério do Meio Ambiente.
Em uma lista divulgada em setembro do ano passado, o ministério relacionou 472 espécies da flora ameaçadas. No entanto, um consórcio formado por cerca de 300 cientistas afirma que há no Brasil 1.472 espécies ameaçadas.
O professor Alessandro Rapini, da UEFS, um dos organizadores da obra, diz que a situação da flora brasileira pode ser "mais grave" do que os números oficiais apontam.
De acordo com Rapini, o que mais preocupa os cientistas no momento são espécies raras que ainda não foram detectadas. "Correm o risco de desaparecer antes mesmo de serem descritas", afirma.
Os organizadores da publicação estimam que o Brasil detenha 15% de toda a flora mundial.
As espécies raras não estão distribuídas de forma homogênea. Os Estados campeões em número de espécies raras são Minas Gerais, com 550, e Bahia, com 484, afirmam os pesquisadores.
Stired not shaken
In order to prepare a fantastic dry Martini fill a glass shaker about 3/4 full of cracked clean ice. Put your gin into the shaker and let stand for sixty seconds. Count down from sixty to zero. Approach your shaker caution and lovingly apply the lid. Shake about fifteen vigorous diagonal shakes. Put the shaker down and get two well chilled Martini glasses. Allow the shaker to rest for about another sixty seconds. Into each glass drop two drops of vermouth, an olive and strain the very chilly gin into the glass.
Fill a mixing glass half full with ice, add the vermouth, then the gin. Stir together and strain into a cocktail glass. Garnish with an olive or lemon twist.
Put gin into a mixing glass with ice. When properly chilled, strain the mixture into a cocktail glass. Spray a cloud of Noilly Prat on top. Be carefull that the glass has no soap residue, neither the ice is tainted.
While the liquor is chiling, put the glass in a bed of ice: Form a large mound of ice within and above the glass and mold it whit your hands until the ice melts together. Above the ice mound, drizzle a little vermouth.Some stirred their Martinis exactly three times, other stirred their Martini exactly seventeen times, then strain. Magic numbers? Who knows?
Never lose sight of the irrefutable fact that in classic terms, a Martini is a combination of gin and vermouth, garnishes with either an olive or a lemon twist.
Dorothy Parker wrote this ode to dry Martini while she had her drinks, with good and interesting company, in Algonquin :
"I love to drink Martinis,
Two at very most
Three, I’m under the table
Four, I’m under the host."
Try Tanqueray and dry Noilly Prat. Use clean ice and glasses with no smell, neither residual soap. Two green olives. Stired not shaken. Just to have and ideia: 1 ounce = two tablespoon, or three desertspoon.
Receita para fazer azul
pega num pedaço de céu e mete-o numa panela grande,
que possas levar ao lume do horizonte;
depois mexe o azul com um resto de vermelho
da madrugada, até que ele se desfaça;
despeja tudo num bacio bem limpo,
para que nada reste das impurezas da tarde.
Por fim, peneira um resto de ouro da areia
do meio-dia, até que a cor pegue ao fundo de metal.
Se quiseres, para que as cores se não desprendam
com o tempo, deita no líquido um caroço de pêssego queimado.
Vê-lo-ás desfazer-se, sem deixar sinais de que alguma vez
ali o puseste; e nem o negro da cinza deixará um resto de ocre
na superfície dourada. Podes, então, levantar a cor
até à altura dos olhos, e compará-la com o azul autêntico.
Ambas as cores te parecerão semelhantes, sem que
possas distinguir entre uma e outra.
Assim o fiz – eu, Abraão ben Judá Ibn Haim,
iluminador de Loulé – e deixei a receita a quem quiser,
algum dia, imitar o céu.
Nuno Júdice
Imagem obra de Matisse
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Singular
Lembro da primeira vez que assisti a apresentação do grupo Jackson Five, num programa de televisão preto e branco, na década de sessenta. Lembro como fiquei especialmente impressionada com aquele garotinho que a determinada altura do show ficava à frente dos irmãos corpulentos e os superava. Era Michael Jackson. Que voz, que presença e quanto talento. Os outros quatro Jacksons limitavam-se aos passos da dança tão característica do grupo. Imaginei que nos bastidores o garotinho deveria riscar um dobrado com os irmãos, mais velhos e bem maiores, relegados à segundo plano.
Sim, é lógico que aprendi as letras de várias músicas e cantava, do meu jeito, sem sequer chegar perto da especial afinação do mini-artista e, minha voz de menina, ficava longe, muito longe da tão especial voz daquele garotinho.
Nas décadas de setenta e oitenta, dancei muito ao som da melhor fase de Michael Jackson e na década de noventa, éramos mãe e filho a conhecer o mesmo astro.
Acompanhei o crescimento da Motown, que lançou os singles I’ll be there (será que existe alguém que não tenha se emocionado com essa letra água-com-açúcar?), I want you back, ABC (...shake it, shake it, shake it, abc ooo baby, 123 ooo baby, do re mi, that’s how easy love can be) e The love you save, todos com muito sucesso.
Hoje, leio que a mistura singular de soul, R&B, funk, disco e rock tornaram Michael Jackson o maior artista do pop mundial. Ele tinha presença vocal e dançava de maneira esplendida, sem qualquer temor ao ousar de forma inédita. Os arranjos de suas músicas são especiais, o que me fazia pensar que ele era pefeccionista. A divulgação e promoção de sua arte era abrangente e eficaz. Assim, cifras astronomias foram atingidas e diversos recordes na indústria do entretenimento foram quebrados por ele.
Creio que seu encontro com mago Quincy Jones era inevitável e firmou o estilo musical do rei do pop. De primeira, em 1979, vieram os mega sucessos: Don’t stop till you get enough, She’s out of my life e Rock with you - enquanto escrevo lembro de letras e melodias.
Em 1983, foi lançado o super Thriller, o álbum mais vendido de todos os tempos. Os melhores vídeo clipes, com efeitos especiais de última geração: Michael Jackson. Vídeo clipe dirigido por Martin Scorcese? Do álbum Bad, de Michael Jackson. O auge da MTV, duetos com famosos (as músicas com Paul McCartney são especiais) e o lançamento de We are the world, que reuniu vários artistas reconhecidos em uma mesma canção. Vieram Dangerous, alguns hits como Heal the world, Black and white e os escândalos acompanhados pela mídia mundial. Foi aqui que parei, no desencanto com o que era divulgado, com o comportamento excêntrico, polêmico e as alterações tão drásticas quanto infelizes. O sucesso inigualável parecia ter ficado em segundo plano, tal qual os quatro irmãos corpulentos na década de sessenta. Surgiram justificativas sobre sua precocidade artística, os maus tratos ocorrido em família, desajustes e síndromes. Por um tempo esqueci da voz, do ritmo, da melodia e hoje, retomei parte desses encantos. Michael Jackson é o primeiro artista que mãe e filho curtiram e juntos, foram pegos de surpresa com a notícia de sua morte. E meu filho ainda comentou que em seu próximo show, que aconteceria em Londres, Michael Jackson surpreenderia e voltaria ao topo. Não duvido.
Ícone da adolescência
Luas e anéis de Saturno
A Terra é o único planeta a servir de morada para seres vivos? A resposta afirmativa acompanha pitada de arrogância terráquea... E sequer pensamos em tantas luas que existem por aí.
Dois estudos publicados nesta quinta-feira na revista científica Nature discutem hipóteses sobre a existência de um oceano de água salgada – em outras palavras, condições para o desenvolvimento de vida – nas profundezas subterrâneas de Enceladus, uma das luas de Saturno.
Os dois estudos, que chegam a conclusões discrepantes, analisaram amostras de uma coluna de gases, vapor de água e minúsculas partículas de gelo que emana violentamente da superfície do corpo celeste. Os cientistas tentam encontrar explicações para as observações divergentes.
No primeiro estudo, os pesquisadores Nikolai Brilliantov, da Universidade de Leicester, na Grã-Bretanha, e Juergen Schmidt, da Universidade de Potsdam, na Alemanha, defendem a teoria de que a coluna expelida da superfície de Enceladus é alimentada por um oceano salgado subterrâneo.
A hipótese de um oceano subterrâneo já vinha sendo investigada pelos cientistas. Agora, ao analisar o material recolhido em 2005 pela sonda Cassini, eles dizem ter detectado sais de sódio entre as partículas de gelo lançadas a centenas de quilômetros no espaço.
Para Brilliantov e Schmidt, este fato corrobora as teorias atuais de que, sempre que uma lua tiver um oceano subterrâneo profundo em contato com a superfície rochosa por muitos milhões de anos, este oceano será salgado.
Vida fora da Terra: De acordo com o estudo, os resultados indicam que a concentração de cloreto de sódio neste corpo de água pode ser tão alta quanto nos oceanos terrestres.
“A Enceladus é um dos lugares com maiores chances de se encontrar vida no Sistema Solar fora da Terra”, disse à BBC o cientista John Spencer, da missão espacial Cassini.
“Estão presentes os três principais ingredientes necessários à vida – os elementos químicos básicos, os blocos básicos, uma fonte de energia, e agora achamos que existe água também. Todos os elementos estão aí. Se isto é suficiente para gerar vida ainda não sabemos, mas estamos muito interessados em saber mais.”
Enceladus está localizada no anel mais distante de Saturno, “E”. Além da Terra, de Marte e da lua de Júpiter Europa, é um dos poucos lugares nos quais astrônomos dizem ter evidências diretas da existência de água.
Entretanto, um segundo estudo publicado na edição desta quinta-feira da Nature diz não ter encontrado evidências de sódio nas partículas emanadas da coluna de vapor – o que não confirmaria a hipótese de “gêiseres” alimentados por um oceano subterrâneo.
Discrepâncias: O professor Nicholas Schneider, do Laboratório para Física Atmosférica e Espacial da Universidade de Colorado, nos EUA, disse que a diferença nos resultados pode ser explicada pela existência de cavernas profundas nas quais a água evapora lentamente.
“Só se a evaporação fosse mais explosiva, ela conteria mais sais”, afirmou Schneider.
Se for correta a hipótese das cavernas, ele raciocinou, o vapor só seria expelido violentamente no vácuo do espaço ao vazar por rachaduras na superfície gelada de Enceladus conhecidas como “listras de tigres”.
“A idéia da evaporação de um oceano profundo e cavernoso não é tão dramática quanto a que imaginamos antes, mas é possível tendo em vista os resultados até o momento”, disse o pesquisador.
Mas ele advertiu que as evidências podem também significar eventos distintos. “Pode ser gelo aquecido virando vapor no espaço. Poderia até haver locais onde a crosta fricciona em si mesma e este atrito cria água líquida que então evapora no espaço”, prosseguiu.
“Estas são hipóteses que não podemos verificar com os resultados obtidos até agora.”
quarta-feira, 24 de junho de 2009
terça-feira, 23 de junho de 2009
La Môme amoureuse
L'eau coule et fait des ronds
Le ciel superbe
Éblouit les environs
Le grand soleil joue aux boules
Avec les pommiers fleuris
Le bal, devant l`eau qui coule
Rabâche des airs de Paris
Danse, danse au bal de la chance
Danse, danse ma rêverie
Les parasols sur la berge en gestes lents
Saluent d'une révérence
Les chalands
Tandis qu'une fille danse
Dans les bras d'un marinier
Le ciel fait des imprudences
Mais l'amour n'est pas le dernier
Danse, danse au bal de la chance
Danse, danse au ciel printanier
Le vent, tournant dans les feuilles des bosquets
Avec le chant des pinsons, fait des bouquets
Mais elle n'écoute guère
Que les mots de ce garçon
Des mots d'amour si vulgaires
Qu'ils font rire au ciel les pinsons
Danse, danse au bal de la chance
Danse, danse avec ma chanson
Je pense encore à ce jour de l`an dernier
Sur mon épaule, mon rêve est prisonnier
Celà n'a ni queue ni tête
Pourtant, j'ai le coeur bien gros
Pour les marins en goguette
L'amour, ça coule au fil de l'eau
Danse, danse au bal de la chance
Danse, danse mon coeur d'oiseau
Quase tão famosa por seus muitos casos amorosos e vícios quanto por suas canções, Piaf escreveu as cartas, até agora desconhecidas, ao ciclista de campeonatos Louis Gerardin em 1951 e 1952, dedicando a ele sua canção "Plus bleu que tes yeux".
A coleção também inclui telegramas, um bilhetinho e até mesmo uma carta da esposa de Gerardin, Bichette, a seu marido, descrevendo Piaf como "monstrinho".
"Meu amor, quero lhe dizer que nenhum homem me seduziu tanto quanto você, e acredito verdadeiramente que estou fazendo amor pela primeira vez", escreveu em uma das cartas a cantora, que morreu de câncer em 1963, aos 47 anos.
Em outras cartas ela promete desistir de seu estilo de vida desregrado por Girardin, seu "Sr. Maravilha", e converter-se em uma mulher "dócil".
"Jurei na igreja que, se você vier, nunca mais na vida tocarei em um copo de álcool", ela escreveu na série de cartas, que terminou com o casamento dela com outro homem, o cantor Jacques Pills.
No início do ano, uma carta de amor igualmente ardente de Piaf a um ator grego, dizendo a ele "não deixe meu coração morrer", foi vendida por 1.500 euros num leilão na Grécia.
Nas cartas a Girardin, Piaf mistura amor apaixonado com desejo sexual, fazendo louvores às coxas e nádegas do ciclista. "Quero ver você nu na cama, quero me deitar entre suas lindas coxas... e ser envolvida pelos membros normalmente usados apenas para andar e se sentar", ela escreve em uma das cartas.
"Eu gostaria de ficar ali por muito tempo, sem me mexer, e deixar meus sonhos virarem realidade".
Os fãs da voz rouca de Piaf e de sucessos dela como "La vie en rose" e "Non, je ne regrette rien" lotaram a sala de leilões da Christie's no centro de Paris. A coleção de cartas foi arrematada por um comprador francês que fez seus lances pelo telefone.
O próprio Girardin teria dito a respeito de sua amante: "Quarenta e oito horas com Piaf são mais cansativas que uma volta na Tour de France".
Imagem de Brassai
Lembranças de inverno
A cachoeira véu da noiva era linda, exuberante, barulhenta e tinha água em abundância. Ir de teleférico ao Cristo Redentor, na Serra de São Domingos, era passeio que eu fazia com meu pai e cada vez a emoção se renovava: A cabine do teleférico balançava ao encontrar o vento.
Neste recanto o amar tudo convida
Que amor é vida,
Amai! Amai!
Mas, a quem pôs aqui tanta beleza
A alma na natureza
Uma oração mandai:
Orai! Orai!
Lembro que no jantar eu ficava um pouco triste, por que as crianças tinham seu próprio restaurante e não podiam frequentar o salão principal. Esse era o momento que eu queria que passasse rápido, para reencontrar meus pais e juntos fazermos a caminhada noturna pelo parque, que sempre acabava no salão de chá do hotel.
Essa piscina era a diversão matinal minha e de meu pai. Ele definia até que ponto eu poderia ir, nadava com seu estilo elegante e rápido voltava ao meu encontro. À tarde, eu brincava nessa mesma piscina com as outras crianças, enquanto meu pai, próximo à borda, com carinho observava sua garotinha. Atento ele pularia na piscina se necessário fosse. Essa sempre foi a certeza que meu pai me passou: Ele iria onde eu estivesse para me ajudar.
Não me esqueço do trenzinho elétrico que ficava na pracinha, das carrocinhas de madeira puxadas por carneiros, que eu adorava, e da única máquina de fliperama que existia, com um volante e a simulação de ruas e obstáculos, que deveriam ser evitados pela pequena motorista.
Nesse mesmo hotel voltei com meus pais - meu pai já meio doente - e meu filho com um ano e meio de idade. O trenzinho de ferro, a máquina de fliperama, as carrocinhas de madeira, os quartos e a bela vista eram os mesmos. Adultos e crianças faziam juntos as refeições no elegante salão principal.
Da última vez que para lá fomos éramos três e meu pai estava em nossa lembrança amorosa, assim como as carrocinhas de madeira, o trem elétrico e a exuberância da cachoeira. Por sorte a vida é generosa e nos oferece momentos nos quais a magia sempre é resgatada. Abençoados momentos.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
domingo, 21 de junho de 2009
Smart people
Não mais dizer adeus
que o das palavras. Nele tudo pode ser dito
e desinventado: as entrelinhas
transbordam dos meus contornos.
Minha alma, guerreira ou mendiga,
inocente menina ou bruxa perversa,
faz dessa teia de caos e luz uma viagem
como sempre um novo ponto de partida.
E desenrola infinitamente o teu nome,
que é todos os nomes, e não é miragem:
Vidaminhavidaminhavidaminha...
(E nunca mais ter de dizer adeus.)
sábado, 20 de junho de 2009
Disputa
Imagine uma corrida de mulheres com saltos altos - mesmo as que não usam saltos se inscreverão para o fantástico desafio. Na véspera, passarão horas no salão para cortar as cutículas, pintar as unhas das mãos - se for o caso, mais vermelho berrante - fazer depilação, clarear o buço e os pelos dos braços, tirar a sobrancelha, hidratar os cabelos, pintá-los, alisá-los, puxá-los, puxá-los mais, escova e chapinha para conseguir as madeixas artificiais e lisas, que a natureza negou. Não importa se bico fino, quadrado ou redondo; camurça, couro e até plástico, as mulheres estão perfiladas, extasiadas, assanhadas e delirantes atrás da faixa de largada com seus melhores sapatos. Cotovelos sobram, é claro, comentários enciumados também, como podemos imaginar. As mulheres são muito mais cruéis do que os homens e conhecem com maestria a melhor forma de dissimular; sonsas, coitadas, no começo parecem perfeitas. Parecem. Decoraram a relação de cada passo, cada ação, cada palavra para encantar. O prêmio, o tão cobiçado prêmio dessa incrível disputa, ah, melhor não comentar...
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Ritual de dispersão
A vida não é assim. Os bons relacionamentos não são assim. Não são.
Marcelo Rubens Paiva
Bons frutos
Não se trata de engano, mas de escolha. Como você pode escolher tão errado em nada mais resulta, além de aprendizado. Talvez a culpa pela escolha errada, mas, nessa, você teve parceria. Sobrou indução, faltou dedução.
A crença e a boa vontande não regeneram nem alteram essências aproximadas, apenas demonstram a necessidade de seu próprio aprimoramento. Evitar até a intenção de potenciais parcerias prejudiciais. Igual a um belo jardim feito com boa terra, no qual crescem inúmeras flores, árvores, plantas, frutas, verduras, mas nenhuma praga, erva daninha ou qualquer outra coisa capaz de estragar um belo jardim. A boa terra não permite. Você começa a entender os sinais de pessoas especiais que não surgiram em sua vida à toa. Parece que nada é à toa. Fazem parte da cerca que todo bom jardim deve ter. Fecunda. A vida é dada para sermos fecundos até o fim. Somente bons frutos.
Abobrinhas geométricas
A geometria surgiu da necessidade básica de estudar o espaço e as figuras que podem ocupá-lo. A análise propedêutica da geometria leva ao seguinte questionamento básico: Uma situação bem ruim, insuportável, pode transformar-se em outra muito pior e inimaginável? Segundo as teorias naturais da evolução das espécies, do aprimoramento da vida, da capacitação e do desenvolvimento da inteligência, do aprimoramento dos relacionamentos, da salubridade e da sustentabilidade, não. Em hipótese alguma.
As figuras geométricas rudimentares:
A reta, traço que segue a mesma direção, é e sempre será o menor e melhor caminho entre dois pontos. Para ir do primeiro X ao segundo, ou, do segundo X ao primeiro, você não se perderá no emaranhado de ruas, esquinas, sinais, carros, pessoas e prédios; não encontrará calçadas apinhadas de camelôs ou terá sua carteira furtada por algum trombadão; não sentirá qualquer estresse ou angustia por estar perdido; nem distraído pisará no coco do cachorro ou cairá no buraco do metrô. Você tampouco passeará no bosque a espera de algum lobo simpático e famélico, mais famélico do que simpático ou nada simpático. Para ir de um X ao outro siga a reta. É simples, claro e seguro. Sem complicação. De um ponto ao outro.
O triangulo é um polígono formado por três lados desiguais, que entre si formam ângulos agudos e totalmente obtusos. O triangulo pode ser constituído de forma tal, que seus lados representem a resistência e a reatância, enquanto sua hipotenusa representa a impedância, cuja relação é facilmente compreendida pelo teorema de Pitágoras. A reatância parte da impedância total de um circuito e não é devida à resistência pura, mas à capacitância e à indutância associadas ao circuito. A impedância provoca a inércia pela pouca elasticidade do meio transmissor e a capacitância gera a diferença de potencial, além de relacionar-se com a impedância que se comporta como um condensador de um único circuito. Em 1920, C.K.Ogen e I.A. Richards revolucionaram o conceito do triangulo ao apresentarem o modelo da relação triádica entre conceitos, símbolos e referências, na qual o primeiro tem uma relação direta com os dois últimos, os quais, por sua vez, só se relacionam entre si através do primeiro.
O quadrado é um polígono formado por quatro lados e ângulos desiguais entre si e na relação que mantém com o espaço exterior, cuja seção transversal quadrangular do sólido, seja ele prismático ou piramidal, cria áreas antagônicas. O quadrado endurece de tal forma a vida, que conceitualmente define a formação tática na qual os jogadores se movimentam sobre o adversário e sobre a área que pretendem conquistar. Como o espaço tipográfico tem largura maior que a do quadratim, cria variação entre dois e quatro cíceros e entre três quitérias e um cícero, para completar as linhas que se quebram e abrir algum clarão na composição. Baseadas nesses conceitos as derivações figuradas do quadrado significam: Pessoa com o corpo disforme, mal educada, rude e retrograda, cuja mentalidade é pouco evoluída, além do local de habitação dos escravos nas antigas fazendas.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Moça tecelã
Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Abobrinhas reincidentes
Imagens adaptada e original do dicionário ilustrado de expressões idiomáticas
terça-feira, 16 de junho de 2009
Aprender nomes e sintomas. Conhecer-se.
Outro dia uma amiga comentou sobre os resultados perfeitos de todos os exames laboratoriais e perguntou: mas por que me sinto assim?
Hoje, é especialmente difícil encontrar um bom médico, que oferte seu tempo, conhecimento, vocação e dedicação para entender-nos por inteiro. Que saudade imensa do Dr. Edwin Castello!
Pouco sabemos sobre a tireóide, essa glândula com super poderes, capaz de transformar nossas vidas sem que percebamos. Responsável pelo metabolismo, a tireóide enferma apresenta uma série imensa de sintomas certos e incertos: Insônia ou sono excessivo; rapidamente engordamos ou emagrecemos; aumento da quantidade de nosso suor ou da nossa sensibilidade ao frio; altera nossa pele; enfraquece e quebra nossas unhas; é um dos motivos de mudança da estrutura e da queda dos cabelos; afeta nosso sistema nervoso; altera nossa imunidade; influencia nosso humor; nos faz sentir tontura; nos torna mais emotivos e sensíveis; afeta nossa pressão arterial; agrava a depressão... Assim, só podemos nos sentir inseguros.
A mamografia seria suficiente para deixar qualquer mulher tranquila? Parece que não. Além da mamografia, exame físico, laboratorial e mais ultrassom.
Volto à minha amiga, que teve a sorte de encontrar bons médicos e realizar os exames corretos, com resultados perfeitos. Mas por que ela se sente desse jeito? Sua memória falha, a mente fica confusa, o choro vem fácil. Tornou-se comum que ela sinta medo, incapacidade e insegurança. Qualquer pessoa ou ação, que lhe faça lembrar a parte desagradável do passado, desencadeia avalanche emocional que a deixa soterrada. Sente tristeza inexplicável e incontrolável, além de inquietação. Oscila entre a ansiedade e a prostração. Ela é capaz de ficar dias inteiros jogada na cama, sem tomar banho, nem cuidar da saúde, esquecida da vida. Às vezes, ela não consegue falar com ninguém e se afasta de todos, sem exceção. Até das pessoas que ela mais ama. Seus filhos, seu marido, suas amigas mais próximas não entendem e a criticam. Ela é incapaz de ler pela total falta de concentração e ora dorme profundamente, ora passa noites inteiras acordada. Come sem perceber o que come, nem o quanto come. Come sem vontade de comer. Seu rosto está marcado, sua pele perde o viço, seus olhos perdem o brilho. Seu cabelo enfraquecido fica mais fino e ela toda está mais fraca. Sua imunidade baixa abre a porta para as infecções de praxe. E o mal da minha amiga contamina os menos avisados. Ele sofre de depressão. Aprendeu sobre depressão desde garota, com a mãe depressiva - a tal da depressão realmente contamina. O cenário depressivo é ruim. Na depressão não há espaço para claridade, música, alegria, e cor. Para o depressivo o sol brilhante é um acinte. Minha amiga está amarga, triste, infeliz, ensimesmada e, às vezes, agressiva. Sente-se a vítima das vítimas. Minha amiga não tem frescura, nem está naqueles dias que, infelizmente, parecem tudo justificar. No fundo, o que ela quer mesmo é que a vida pare, que o mundo pare, para que ela fique um tempo, ao menos um tempo, longe de problemas e de determinadas situações. Minha amiga está doente e precisa de médico e remédio bem receitado. O pior, minha amiga se sente culpada por estar assim.
A exemplo da tireóide maltratada e incompreendida, que afeta a vida de inúmeros jovens, idosos, mulheres e homens, considerável quantidade de pessoas no mundo sofre de depressão. Estão doentes e não sabem. Não raro são alvos de pechas e cobranças injustas, além de, a cada dia, se superarem para conseguirem levar uma vida mais ou menos normal. Aprender mais sobre a doença é o primeiro passo. Reconhecer os sintomas o segundo. Procurar ajuda o terceiro. Evitar coisas e pessoas que a deixem deprimida é o quarto passo desse caminho.
Imagem de Otto Stupakoff