segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Reencontrar música
Mudando de conversa onde foi que ficou aquela velha amizade, aquele papo furado todo fim de noite, num bar do Leblon
Meu Deus do céu, que tempo bom!
Tanto chopp gelado, confissões à beça
Meu Deus, quem diria que isso ia se acabar e acabava em samba, que é a melhor maneira de se conversar
Mas tudo mudou, eu sinto tanta pena de não ser a mesma, perdi a vontade de tomar meu chopp, de escrever meu samba
Me perdi de mim, não achei mais nada, o que vou fazer?
Mas eu queria tanto, precisava mesmo de abraçar você, de dizer as coisas que se acumularam, que estão se perdendo sem explicação e sem mais razão e sem mais porque
Mudando de conversa onde foi que ficou aquela velha amizade, aquele papo furado todo fim de noite num bar do Leblon
Meu Deus do céu, que tempo bom!
Tanto chopp gelado, confissões à beça, meu Deus, quem diria que isso ia se acabar
E acabava em samba, que é a melhor maneira de se conversar
Lá se vai mais um dia assim e a vontade que não tenha fim, este sol
É viver, ver chegar ao fim essa onda que cresceu, morreu aos seus pés
E olhar pra o céu que é tão bonito e olhar pra esse olhar perdido nesse mar azul
Uma onda nasceu, calma desceu sorrindo, lá vem vindo, lá se vai mais um dia assim
Nossa praia que não tem mais fim, acabou.
Vai subindo uma lua assim
E a camélia que flutua nua no céu
Cara de palhaço, pinta de palhaço, roupa de
palhaço
Foi este o meu amargo fim
Cara de gaiato, pinta de gaiato, roupa de gaiato, Foi o que eu arranjei pra mim
Estavas roxa por um trouxa pra fazer cartaz, na tua lista de golpista tem um bobo a mais
Quando a chanchada deu em nada eu até gostei e a fantasia foi aquela que esperei
Cara de palhaço, pinta de palhaço, roupa de palhaço
Pela mulher que não me quer, mas se ela quiser voltar pra mim vai ser assim
Cara de palhaço, pinta de palhaço, roupa de palhaço até o fim.
Conversa mãe e filho
domingo, 27 de setembro de 2009
Imaginação
O não ter que
sábado, 26 de setembro de 2009
Dual
Rapidelas
Tirei três pedaços de carnes diferentes do freezer e tenho seleção de ervas frescas, responsáveis pelo natural comentário da senhora que as colocou nos saco do supermercado: Que cheiro gostoso! Que frescor! Cozinhar nada mais é do que juntar as coisas certas na medida certa. Com a vantagem da variedade de coisas certas que existem à disposição e das coisas certas por descobrir. Cozinhar é um constante renovar.
São ideias paradoxais, antagônicas. Ora, como esquecer para ser livre e lembrar para evitar. Ou esquecemos e nos libertamos, ou nos lembramos, mantemos a vigilância e evitamos. Talvez a coisa toda não siga por aí. Quiçá (chega a ser engraçado lembrar-se do quiçá), possamos alcançar o esquecer especial, o esquecer mágico, responsável pela transferência do que deve ser esquecido, portanto evitado, para mundo distante, inexistente. O esquecer suave, paradoxalmente eficaz, responsável pela libertação plena.
Sim, está tudo dentro de nós, em compartimentos organizados de acordo com a vivência de cada um. Há os que demoliram as estantes, os casulos, ou o que quer que tivessem para organizar a bagunça interna e misturam tudo, numa salada cósmica sem fim e sofrem, coitados, ou são felizes e alienados. Sem dúvida está tudo dentro de nós. Você sente a energia, você sente a vibração, você percebe a intenção e para sentir você entra em sintonia. A fase da sintonia requer imenso cuidado para evitar que seu interior se projete na sintonia do outro e passe a vibrar na mesma escala. Cuidado. Para sentir entramos em sintonia o suficiente para entender intenções e em seguida emergimos para o nosso campo. Um mergulho rápido o suficiente, devidamente protegidos por escafandro imaginário. Percebeu? Entendeu? Sentiu o outro? Então, saia. Vá a algum lugar que lhe agrade, leia trechos de livros que lhe interessem, se alimente de forma saudável. Ouça música, mude o enfoque, reencontre a graça interna, o sopro divino que nos salva, a própria estima e regresse ao mesmo mundo, totalmente transformado por sua graça. Leveza e suavidade não são condições inatingíveis, ao contrário, estão dentro de nós.
Fluidez. Somos tão tolos ao desconsiderarmos a natural fluidez.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
O mínimo do máximo
Pasta, lamb, marble pestle and mortar
Just a marble pestle and mortar. Not a big one, neither a small.
A non-porous marble pestle and mortar to avoid the strong smell that usually remains.
Jamie Oliver's recipes:
Barbecued lamb lollipops with spiked hummus and nuts
This is perfect summer food when you’ve got a few mates round – just pile it all on a board in the middle of the table and dig in! It’s good fun food and your mates will be blown away by the combination of lemony hummus, spicy harissa and crunchy nuts. This really is summer eating at its best – just don’t forget to serve up a few ice-cold beers on the side! Start by getting your barbecue going – it’ll need about 45 minutes cranking away until the heat has mellowed enough to cook your lamb chops. On a big chopping board roughly chop the thyme leaves. Bash the fennel and cumin seeds in a pestle and mortar with a good pinch of salt and pepper then sprinkle them over your chopped thyme on the board. Rub the lamb on the seasoned board so the spices stick to it. Once the chops are well coated, drizzle each with a little olive oil then pop onto the barbecue, turning every couple of minutes for about 8 to 10 minutes in total. Meanwhile, put your hummus into a bowl with a little squeeze of lemon juice and 1 tablespoon of harrissa. Mix well. Bash the toasted nuts and seeds in a pestle and mortar. Put your salad leaves in a bowl and dress with a good squeeze of lemon juice and a drizzle of extra virgin olive oil. Toss together. By this time your lamb chops should have had 8 to 10 minutes and be perfectly cooked. Press the meat with your finger - if it gives it’s medium rare, if it doesn’t it’s well done. Get yourself a big board and spoon your lemony hummus on to one side, top with the remaining harrissa and drizzle with extra virgin olive oil. Pile your salad and bashed nuts in separate plies on the board too, then stack your chops on the board, get your friends round the table and dig in.
Chicken and mushroom pasta bake (spaghetti tetrazzini)
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Pipas no céu entre pássaros de penas asas de papel
Ontem foi o dia mundial sem carro. São iniciativas válidas, ainda mais se existirem alternativas também válidas. Ouvi vários comentários. Para levar as filhas pequenas à escola uma amiga deveria pegar dois ônibus - dois ônibus lotados com as pequerruchas tão encantadoras quanto animadas. O comentário de um conhecido, que leva quinze minutos para ir de casa ao trabalho de carro foi mais enfático: Ônibus, metrô, algumas quadras a pé e assim continuaram as conversas durante o dia.
Na cidade de São Paulo a malha metroviária possui 61,3km. Paris, que é do tamanho de um bairro paulistano, tem 213 km de metrô. O metrô de Londres tem 400km, o de Madrid 284km, Tóquio 305 km e o metrô de Moscou tem 293km. O
metrô parece a melhor solução. Não adiantam campanhas ou ações governamentais para proibir a circulação de carros, se não existem soluções alternativas eficazes, muito menos segurança para caminhar.
Quarta feira da semana passada, na hora do almoço, um rapaz alto com um revolver automático na mão gritava com um senhor de idade avançada e exigia a entrega da carteira, do relógio, numa esquina da movimentada alameda Santos, poucos metros distante do postinho da polícia militar.
Andar sempre. Sem medo.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
It's a put your hands over your ears erase your fear science
for the first time in two years
propping up the bar of the Three Tuns
in Borehamwood, not really
my local, only I’d not got
much choice, I was thinking
as I pulled out the only five-pound note
I’d seen all year, uncurling it
on oak like a revelation when
some bloke tapped my elbow
as they would in the days before
I changed my clothes
to white sheets, black shoes.
So where’re you from, love?
I presumed the startled look meant
he knew the place, so as he choked
on his third Guinness I recounted
how, barely an hour ago, I had
unveiled and crept below
the level of the hedge to avoid
setting off the lights, thereby
alerting the nuns who would
otherwise have had to summon
a committee to determine whether
permission should be granted
or not on this occasion; and why
I felt the need to leave the grounds
at all. Why indeed, I thought, as I
tiptoed back to aforesaid hedge
in the only pair of heels
I’d kept. Exactly when
they took against me was
hard to say as I’d scrubbed
enough floors in my time and
cooked a hundred pies, picked up
all the leaves in autumn, one
by one, visited the elderly, sick
and dying, led vespers, sang and read.
The thought I might be,
well, writing a book was
a little troubling.
So when I tried to apply
to travel the two hundred and
sixty miles to spend one day
with my mother who was
dying in the hills, the Superior said
she must be really ill for you
to even think of asking.
When they finally voted me
out, in my own time, of course,
but preferably before the 4th,
I could think of only one reply
as to ‘whether I’d be able
to re-adjust without help’:
not in these shoes.
domingo, 20 de setembro de 2009
Atenta à ousadia das estrelas no alto
pelo bosque antes da chuva, ao despedir-se escreveu
no livro da casa sobre a esperança de uma
palavra a vir no coração. e repetiu em todtnauberg,
dois anos antes de morrer, a referência obscura
à linha escrita nesse livro, de uma esperança, então, de que,
a um ser pensante?, de um ser pensante?,
viesse uma palavra no coração. no coração, no lugar onde
a palavra reconcilia por lá se encontrar desde antes,
esperadamente. ao coração, seria menos visceral.
ou já lá estava pronta a vir ou não valia a pena
fosse quebrado o silêncio em tanta expectativa.
as raízes do fogo e do sangue são as raízes
violentas do poema, no seu magma revolto de estranhezas
ou nalguma ténue chama azulando-se em sílabas
delicadas como asas. instalada no coração,
uma palavra, uma oferenda de música e plantas silvestres,
viria a irromper do orvalho, benfazeja, transportando
se não o esquecimento, a paz. uma palavra.
tudo o que celan pedia e não sabemos se obteve
e talvez ainda procurasse numa noite de abril, no rio sena.
* * *
o suporte da música pode ser a relação
entre um homem e uma mulher, a pauta
dos seus gestos tocando-se, ou dos seus
olhares encontrando-se, ou das suas
vogais adivinhando-se abertas e recíprocas,
ou dos seus obscuros sinais de entendimento,
crescendo como trepadeiras entre eles.
o suporte da música pode ser uma apetência
dos seus ouvidos e do olfato, de tudo o que se
ramifica entre os timbres, os perfumes,
mas é também um ritmo interior, uma parcela
do cosmos, e eles sabem-no, perpassando
por uns frágeis momentos, concentrado
numa ponto minúsculo, intensamente luminoso,
que a música, desvendando-se, desdobra,
entre conhecimento e cúmplice harmonia.
sábado, 19 de setembro de 2009
Tarde cinza toda azaléia arde em rosa
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Mosaico
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
A alma imoral
Um tempo depois, Clarice Niskier estreou sua peça homônima no Rio de Janeiro, minha amiga-mana assistiu e telefonou para que eu não perdesse a apresentação dessa peça em São Paulo.
Há meses o monólogo A Alma Imoral está em cartaz no teatro Eva Herz, na livraria Cultura, e há meses eu ensaio minha ida, postergada por uma série de tentos que dou para colocar a vida no compasso querido. Na segunda passada, após o almoço, providenciei o ingresso e na quarta à noite eu fazia parte da platéia encantada com Clarice e com sua adaptação do texto de Nilton Bonder.
Clarice Niskier passou a chamar minha atenção no filme Feminices (2005), de Domingos de Oliveira, pelo seu personagem Eugênia, desempenhado de maneira natural e convincente.
Hoje, no teatro, está uma mulher de cinquenta anos que se entrega, despojada, afetiva, generosa em seu ofício, emocionalmente envolvida com o texto, bem humorada nas piadas tipicamente judaicas, nua em cenário também nu, que tem como único figurino um tecido preto que utiliza de acordo com o texto e em muito se assemelha ao padrão da vestimenta grega clássica. A nudez de Clarice não é amoral, nem imoral, tampouco choca ou agride. Ela assume a própria alma essencialmente livre, plena de imoralidade sensata ao trair a tradição, ao transgredir para evoluir e nos transmitir a noção da perpetuação através da ruptura. Segundo o autor do livro “era importante que a nudez não fosse o objeto do olhar de todos e Clarice conseguiu. Ela reflete a ousadia do texto, cenicamente, com a nudez. E todos entendem.”
Toda a compreensão que temos dos outros deriva de nós mesmos. Quando nos identificamos com alguém e podemos aceitar sua forma de ser, significa que encontramos em nós mesmos elementos semelhantes ao outro. Identificamo-nos com os outros quando entendemos existir em nós as mesmas limitações, angústias e ansiedades que experimentam. Por esta razão, para que este mundo seja mais tolerante é fundamental que as pessoas se conheçam mais. O autoconhecimento é um dos movimentos políticos menos reconhecidos e computados nas análises das forças que transformam este mundo. A paz só é possível entre pessoas que se conhecem.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Todas as letras
Imagem de Thomas Farkas
Intuitivo e inconsciente integrados
Eu amo a doçura do mundo
Mentes quadradas lembram esfinges famélicas, sem o esforço da pergunta, que devoram vítimas incautas. Se perguntam algo, as mentes quadradas não querem ouvir resposta alguma e, muitas vezes, perguntam para disfarçar o próprio desconhecimento da resposta correta. Mentes quadradas sustentam corações quadrados, e esses, não consideram ninguém.
domingo, 13 de setembro de 2009
Elegy
Começo pelo título equivocado no Brasil: Fatal. O que é fatal nesse filme? Acredito que seria pertinente a manutenção, ou tradução, do título original: Elegy, elegia, poema terno, triste, canção de lamento, manifestação tão especial, a ponto de ter sua própria musa mitológica. Esse filme é um poema triste.
No texto divulgado num site bem conhecido encontrei a seguinte frase: “O filme retrata obsessão sexual entre professor e aluna”. Uau! Então, fatal seria a aluna voluptuosa e incontrolável chamada Lolita (sim, ai vai um trocadilho sem graça), sedutora do pobre, insatisfeito e infeliz professor de meia idade, ou, fatal seria o experiente professor atraente fauno inveterado, sedutor de todas as alunas ingênuas e 'semi-ingênuas'. A maioria das imagens publicadas enfatizam de forma vulgar a nudez de Penélope Cruz e em momento algum do filme há sequer uma faísca de vulgaridade.
David Kepesh (Ben Kingsley), sessenta e dois anos, famoso professor de literatura, apresentador de programas culturais televisivo e radiofônico, reconhecido e respeitado em Nova York, tem as características e o comportamento de um conquistador: Considera-se emocionalmente imune, protege-se de eventuais investidas, cria o momento exato para conquistar sua escolhida, cuida de seu território, é fotógrafo diletante e mantém as imagens de suas conquistas, é charmoso, culto e desenvolveu seu procedimento padrão: Todo ano, ao final do seu curso, ele promove uma festa em seu apartamento e sempre termina com a ex-aluna escolhida em sua cama.
Para ele a beleza feminina deve ser contemplada e desfrutada como uma obra de arte. A coerência de seu comportamento está no único casamento desfeito quando ainda era jovem - logo, não existe a desgastada personagem da mulher que tudo sabe e finge não saber - e no filho, o médico oncologista Kenny Kepesh (Peter Sarsgaard), com quem não consegue se relacionar.
Seu melhor amigo - também conquistador, mas não tão bem sucedido - é o professor e poeta George O’Hearn (Dennis Hopper) e seu porto-seguro Carolyn (Patricia Clarkson), inteligente, na faixa dos quarenta anos, empresária bem sucedida, independente, dois casamentos, vive em outro estado e foi sua ex-aluna, com quem David mantém duradouro relacionamento sexual e de confiança. Consuela Castillo (Penélope Cruz) é a aluna que chama sua atenção pela beleza e distinção, o perturba e cativa pela intensidade emocional e autoconfiança que possui.
George o aconselha a acabar com essa relação e Carolyn com ciúmes se afasta.
Consuela e David estão juntos há mais de um ano e ela lhe faz um único pedido, simples e fácil de ser correspondido, mas ele se sente incapaz de atendê-la, baseado na conscientização da velhice, na diferença de idade entre eles, nas críticas que ele imagina receber e no ciúmes que ele sente. Magoada Consuela se afasta.
Alguns anos depois, George morre, David sofre e Consuela reaparece com um novo pedido e a notícia sobre sua enfermidade. O sofrimento de David durante o período de distanciamento de Consuela o torna mais humano e a doença dela o torna solidário.
Refinamento
A flor do sal vem da primeira e mais fina camada formada na superfície da maré salgada, durante a evaporação contínua. A extração artesanal da flor de sal é restrita a área reduzida e limitada a alguns meses do ano. Esse sal não sofre nenhuma transformação, além da secagem natural ao sol e contém 84 oligoelementos e micronutrientes encontrados no mar. O iodo orgânico contido no sal marinho não refinado oferece proteção ao nosso organismo.
O texto do blog de Roberta Sudbrack:
Comportamento outdoor
Surpresa cada vez mais encontro comportamento outdoor: Meu, sou, faço, fico, quero e divulgo o que vier à telha, não importa, nada importa. Comportamento outdoor para firmar condição, para firmar intento, para firmar status, para firmar sentimento que nunca precisou de outdoor algum para existir. Ao contrário, quando mais outdoor vejo, mais percebo o imenso vazio, o nada que se mantém outdoor.
sábado, 12 de setembro de 2009
Languor's whispers
as much to you
as you me. I
don’t know. Your
meaning, your
meaning. Nothing
is secure, the idea.
Boundlessness.
Short of breath.
I know there’s who
and there’s… the idea,
the idea of who. I
don’t know. “I
don’t-feel-the-same-way” –
but you
trust me – entrust
confidences –
are right to.
A friendship of months
yet I kiss
as a friend,
almost a friend,
of years. I...
“try-to-keep-things-light”
and I hope.
* * *
*
Straps stripped,
tans’ stripes,
laps and lips, lush
soft locks.
Languor’s whispers
to longing, listening.
*
The release
of play and please,
quietly now allowed.
Two
perfects the crowd.
*
A lick, a life.
The lyric lazed within,
the link
of glow and glimpse,
the jewels
of just ourselves.
*
Lying in.
Lambency from shirk,
the glints
from whys and whines
(work), the shoosh
of sigh-by-sigh
drumming of the hum.
*
Friendless.
Hand-in-hand’s routine
routed, de-planned:
forwarder, franker, fresher,
serious leisure.
Louts – us –
dedicated layabouts,
blunt
and blameless (would-be).
*
Touch, and touch’s could-be
deep shallows, lap
and kiss, sense-sipping lips,
finger-tips.
*
The taste-sniff
sniff-taste
hear of here, the see
of near-bounded, no,
the near-boundless sea.
*
Touch, touch, touch.
Hopes, love, luck,
perfect just,
a right too much.
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Ando um pouco acima do chão
Danuza Leão
Imagem Bresson